Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

Miihportinon: Meeee, achei que tinha me abandonado, tanto tempo já. Já sei xingar em inglês, espanhol, italiano e um palavrão em alemão, invista, pq ninguém sabe que vc tá xingando kkkkkkkkk. Se eu lembrar, posto mais sim, tenho uma memória de merda kkkkkkkkkk

DemiPOV

De: MitchellGossett@...

Assunto: Agenda

Hey, Demi! Dei uma repassada na sua agenda com todos os seus compromissos. Você ainda tem o lançamento do novo clipe, que, infelizmente, não pude te livrar dessa chatice. É só aparecer em um programa da rádio depois dele ser lançado, vão te fazer perguntas e você responde. Coisa fácil. Mas, depois disso, consegui remarcar tudo. Lamento dizer que, por causa disso, sua agenda vai ficar apurada depois das férias, ainda mais com a tournée, mas tenho certeza que vai dar um jeito.

Gostaria de saber se você conversou com Dulce sobre a proposta dela ir em tournée com você. Preciso falar com Sandro Rosas o mais cedo possível, antes que ele marque outros compromissos para ela.

Ah, eu olharia o site do ‘X Factor’ se fosse você. Não se preocupe, já estou providenciando tudo para que o vídeo seja retirado do ar.

Att,

Mitchell.”

Confusa, abri outra aba e entrei no site do meu antigo programa, momentaneamente esquecendo da boa notícia que havia recebido. O site estava lotado, cheio de novos comentários de fãs a cada segundo. Fui direto para a área de vídeos, tentando imaginar o que estava acontecendo. Talvez Paulina tivesse sofrido uma das pegadinhas de Simon. Agora que eu não estava mais lá, iria sobrar para ela e Katie. No entanto, o primeiro vídeo, e o mais assistido e comentado, tinha meu nome nele.

“O pequeno problema de Demi Lovato e seus copos misteriosos”

Mas que merda...

Abri o vídeo, que carregou rapidamente, e comecei a ver. Havia fotos, pequenos vídeos, imagens, minhas tomando algo nos copos que eu deixava ao lado da minha cadeira durante as gravações do programa. A legenda insinuava que dentro dos copos havia mais coisa do que apenas água. Em um momento, chegava a dizer que o motivo da desconfiança era que eu ficava mais animada depois de tomar algo. Estavam dizendo que eu colocava algum tipo de bebida alcoólica nos copos. E, no fim, como se não fosse o suficiente, diziam que foi Simon que desconfiou de tudo, porque eu nunca o deixava tocar nos copos.

Aquele filho da put*!

Eu estava com as unhas enfiadas na minha coxa com tanta força que tinha certeza que ficaria a marca por dias. Como Simon pode fazer aquele vídeo?!

“Hey, linda, cheguei! Eles não tinham seu bolo de chocolate hoje, infelizmente, mas tinham uma torta de morango que parecia apenas maravilhosa.” Dulce entrou na sala tirando o casaco e colocando a sacola da Starbucks em cima da mesa de centro. Seu sorriso sumiu quando ela me olhou. “Demi, está tudo bem?”

“Eu disse que ele era meu amigo.” Murmurei, sentindo minha respiração se tornar mais superficial.

“Quem? Simon? O que ele fez?” Dulce se agachou na minha frente e me olhou com os olhos cheios de preocupação.

“Veja por si mesma.” Quase joguei o laptop nela quando o virei em sua direção, mas Dulce conseguiu desviar por pouco.

Com a testa franzida, Dulce deu play no vídeo. Vi como sua sobrancelha subiu gradualmente conforme o conteúdo do vídeo ia passando, com mais e mais imagens minhas bebendo dos copos da Starbucks. “Aquele pequeno pedaço de merda.” Ela murmurou, colocando o laptop na nova mesa de centro, adquirida a apenas alguns dias. “Demi...”

“Como ele pode?” Sussurrei com a voz entrecortada. Senti as primeiras lágrimas descendo pelo meu rosto. “Como pode fazer isso sabendo de tudo que eu passei para superar o vício?”

“Eu não sei.” Dulce suspirou. “Por que ainda não tiraram esse vídeo daí?”

“Mitchell disse que está tentando fazer isso. Mas do que vai adiantar? Milhares de pessoas já viram, algumas já devem ter baixado e postado em outros lugares!”

Dulce passou uma mão pelos cabelos e balançou a cabeça. “Eu não acredito que ele fez isso.”

Zombei. “Muito menos eu. Como ele pode agir como meu amigo em um dia e no outro fazer isso? Parece que ele quer me destruir completamente!”

Ela sentou-se rapidamente ao meu lado no sofá e me puxou para um abraço. Escondi meu rosto em seu pescoço, deixando as lágrimas fluírem livremente e sentindo os soluços invadirem meu corpo fortemente. Dulce passava uma mão pelas minhas costas, enquanto a outra acariciava meus cabelos, sabendo que aquilo iria ajudar a me acalmar. Ela sussurrava palavras doces de conforto e beijava meu templo repetidas vezes.

Por fim, quando eu não tinha mais forças para continuar chorando e soluçando, respirei instávelmente e enfiei meu nariz ainda mais em seu cabelo, usando seu cheiro para me acalmar.

“Eu sinto muito, meu amor.” Ela sussurrou, beijando meu templo mais uma vez. “Eu gostaria de poder fazer alguma coisa para ajudar.”

“Apenas fica aqui comigo e me abraça.” Murmurei contra seu ombro, fechando os olhos com força para impedir mais lágrimas de saírem.

O desgaste dos últimos dias estava começando a me consumir. Primeiro foi a enxurrada de emoções ao pensar que todo meu relacionamento com Dulce fora uma mentira, que a mulher por quem me apaixonei só estava me usando, então foi a percepção que poderia perdê-la por uma coisa imbecil que falei, então o medo do meu pedido ser recusado. E agora isso. Eu ainda tinha que lidar com o fato que tive uma recaída e me cortei, e agora teria que lidar com o fato que meu suposto amigo pode ter destruído todo o tratamento pelo qual batalhei para vencer.

Minha vontade era levantar dali, ir direto para o banheiro, encontrar uma lâmina e me cortar, para substituir a dor emocional pela física. Mas eu não faria aquilo, não de novo. Dulce estava ali, estava me abraçando com força, e ela era tudo que eu precisava no momento.

Não sei quanto tempo ficamos daquele jeito, mas eu consegui me acalmar o suficiente para me afastar um pouco e deitar minha cabeça em seu ombro. “Mitchell disse que eu posso viajar em uma semana.”

Dulce respirou fundo parecendo se acalmar um pouco também. “Desculpe por isso, não gosto de te ver chorando.” Ela suspirou e beijou minha testa. “Bom, a notícia é ótima.”

Ri de sua voz meio animada meio embargada. “Não parece.”

“AH, MEU DEUS, ISSO É ÓTIMO!” Dei um pulo do sofá, caindo de bunda no chão e sentindo meus tímpanos doerem muito por conta de seu grito.

Eu estava prestes a mandá-la para o mais fundo buraco do inferno, mas então sua risada chegou aos meus ouvidos, amenizando o dano de antes, e eu mudei de ideia. “Muito engraçado.” Resmunguei, levantando e parando na frente do sofá com as mãos no quadril.

“Eu também achei.” Dulce balançou a cabeça, ficando séria.

Revirei os olhos. “Posso voltar para o meu lugar? E não levar mais nenhum susto?”

“Foi você que pediu animação.”

“Eu não pedi nada!” Exclamei enquanto voltava a sentar ao seu lado e me aconchegar contra seu corpo. “Por que a vida decidiu ser uma vadia para mim esses dias?”

Dulce suspirou, passando os dedos pelos meus cabelos azuis. “Todo mundo tem uma onda de momentos ruins de vez em quando.”

“Quando foi a pior onda de coisas ruins que te aconteceu?”

“Bom, faz um tempo. Eu estava começando a gravar ‘Rebelde’ e, em questão de três dias, meu cabelo ficou uma bosta, eu bati o carro, todas as TVs da minha casa queimaram, eu estraguei minha jaqueta favorita, minha casa foi invadida por fãs que descobriram o endereço de alguma forma, e eu escorreguei em uma poça de água da lavanderia e quebrei a perna.”

Fiz uma careta. “Parece péssimo.”

“E foi. Meu carro deu perda total, tive que fazer quatro hidratações no cabelo, comprar novas tevês, comprar outra jaqueta, morar com Christian por um tempo, e fiquei quatro meses com a perna engessada.” Ela deu de ombros. “Merda acontece.”

Sorri e beijei seu ombro. “Merda acontece.” Repeti.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, enquanto eu apreciava o carinho suave no meu couro cabeludo, que ajudava a me acalmar aos poucos. Cerca de dez minutos depois, eu poderia ir falar com Simon sem gritar com ele, o que era bastante incrível. No entanto, eu não faria isso. Dei graças a Deus por ter saído do programa antes, assim não teria que aturá-lo mais um ano. Simplesmente cansei de suas piadas e provocações, ainda mais depois daquele vídeo estúpido, que eu tenho certeza que foi ele que fez.

Eu estava prestes a, finalmente, comer o bolo que Dulce foi buscar logo cedo, quando houve uma batida na porta. “Está esperando alguém?” Perguntei.

“Pode ser alguém do seu exército de protetores.”

Revirei os olhos e saí do conforto do seu abraço, indo para a porta. Olhei pelo olho mágico, para não correr o risco de dar de cara com Wilmer de novo, e meus olhos se arregalaram quando o pânico começou a invadir meu corpo.

“Quem é?”

“Pode deixar que eu cuido disso.” Falei rapidamente, abrindo a porta. “O que está fazendo aqui? Como subiu?”

“O porteiro não estava lá.”

“Ah, tá brincando comigo? James tem diarréia todo dia agora?!” Reclamei com um suspiro exasperado, passando a mão pelos meus cabelos. “O que você quer?”

“Eu te trouxe isso.” Nick empurrou um buquê de flores desconhecidas na minha mão e, apesar de ser bonito, tive vontade de jogar no chão. “E tem um cartão.” Ele apontou para o pedaço de papel preso em uma folha.

“O que você quer?” Repeti a pergunta com impaciência.

“Eu... Ãn... Estava pensando que a gente devia conversar sobre o que aconteceu aquele dia... Você saiu correndo da minha casa e praticamente desapareceu.”

“Ok, fale.”

“Eu pensei que nós dois poderíamos falar, mas, ok, eu posso começar. Ãn, não posso negar que eu não gostei, porque eu realmente gostei. E não posso dizer que não queria aquilo a algum tempo, mas nunca pensei que você fosse gostar de mim daquela forma. Mas estou feliz que aconteceu e pensei que...”

“Se você terminar essa frase, eu juro que vou te jogar escada à baixo.”

Senti meu sangue gelar quando me virei e vi Dulce com os braços cruzados e cara de poucos amigos. É, merda realmente acontece.

“Ah, oi, não sabia que estaria aqui.” Nick disse, parecendo ficar completamente sem jeito.

“Não sabia que eu estaria no nosso apartamento com a minha noiva?” Dulce levantou uma sobrancelha.

Eu parecia assistir a um jogo de tênis, virando a cabeça na direção de quem estava falando, apensa desejando que aquilo fosse um terrível pesadelo. “Bom, era um bom palpite, mas...”

“Mas não pensou nisso quando decidiu comprar flores e aparecer aqui?”

“Será que eu posso falar com Demi em particular? Você meio que pode acabar botando uma pressão nela.”

“Não.”

Nick engoliu em seco e suspirou. “Certo, ok. Demi, se você quiser falar comigo sobre o assunto, sabe meu número.”

Nick estava prestes a se virar e ir embora, quando Dulce se aproximou e pegou o buquê das minhas mãos. “Hey, aproveita e leva isso com você.” Ela jogou nos braços dele e fechou a porta antes que um de nós pudesse reagir.

Assim que a porta se fechou, Dulce começou a andar em volta da sala, xingando em espanhol e exclamando algumas frases de vez em quando. Distingui poucas palavras, como: filho da put*, idiota, panaca, tentando, noiva, palhaço, merda e suma. Era o suficiente para imaginar o que ela estava falando.

Dulce parecia mais irritada do que eu já a havia visto, chegando a jogar as almofadas para fora do sofá e na parede. Seu ataque de raiva durou apenas um minuto, no entanto, e logo Dulce respirou fundo e balançou a cabeça.

“Estou melhor.” Anunciou para si mesma. “É só um garoto, imbecil, e com merda na cabeça. Está tudo bem. Ainda assim sua namorada dormiu com ele.” Agora parecia uma briga pessoal. “É, ela dormiu, mas foi um momento de relapso, um momento de idiotice, um momento de raiva. Vai ficar tudo absolutamente bem, contanto que ele não aparece mais na minha frente, ou eu juro que o espírito do brutamontes vai baixar em mim.” Dulce respirou fundo mais uma vez, então deu um sorriso, que percebi ser falso. “Eu vou voltar para a cama e dormir, quem sabe quando eu acordar o dia vai estar melhor.”