Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DemiPOV

Pedir Dulce em casamento acabou se tornando uma tradição minha. Honestamente, eu não me cansava de fazer isso, nem um pouco. Ver seu sorriso e ouvi-la dizer que sim toda vez, apenas me dava uma sensação de alegria extrema, como se o mundo pudesse começar a desabar e eu não me abalaria com isso.

Olhando por outro ângulo, pode parecer que fiquei dependente dela para viver, mas não era verdade. Sim, ela fazia grande parte da minha vida, dos meus dias, e, por mais que eu a quisesse sempre comigo, não morria quando ela tinha que sair do meu lado.

Acabamos por ficar obcecadas em tirar fotos também, principalmente nas cabines de foto que eu adoro, mas havia milhares de fotos em sua máquina, que agora fazia parte de sua mala oficialmente.

Já vi muitas pessoas comentando nossas fotos nas redes sociais com coisas negativas, do tipo que nosso casamento não duraria três meses, que seria o tempo necessário para eu perceber que ela não era a pessoa certa, que a diferença de idade pesaria, que eu era muito nova para saber o que queria. Mas e daí? Tenho 21 anos e achei o amor da minha vida, isso é algo pelo qual comemorar, não ficar duvidando. Quantas pessoas têm essa sorte?

De qualquer forma, prefiro ignorar esses comentários. Até, claro, um aparecer e ser apenas impossível ignorar. Estávamos na primeira parada da tournée, em Miami, no hotel, onde eu iria me preparar para o primeiro show do ‘The Neon Lights Tour’. Como sempre, estava olhando minhas redes sociais pelo celular até minha maquiadora chegar, quando vi um comentário na última foto que postamos juntas, no avião, depois de toda nossa conversa sobre apelidos, casamento e a discussão sobre madrinhas.

“Quando ela fizer outra cagada, vai voltar correndo para mim de novo, não é? Isso vai durar até a próxima briga. Aliás, em todas as brigas, você vai correr pra minha casa.”

Juro que meu celular quase foi parar na parede quando li aquilo. Nick. O doce, inocente e cavalheiro Nick.

“Hey.” Dei um pulo quando ouvi sua voz. Dulce estava fora do hotel, no local onde seria realizado o show, checando os instrumentos, apesar dos meus protestos que ela não tinha que realmente trabalhar ali. “Por que parece que viu um fantasma?”

“Não te vi entrar.” Suspirei e coloquei o celular em sua mão. Melhor ela descobrir o quanto antes e por mim.

Vi como sua sobrancelha se levantou gradualmente. “Hm.” Foi a única coisa que ela murmurou pelos primeiros minutos. “Bastante... inusitado.”

Franzi a testa, confusa. “Inusitado?”

“Sim, quer dizer, depois do fiasco da mesa destruída e do vídeo, achei que fossem sinais de que ele, na verdade, nos odeia.”

“O que? Quem?”

“Simon. Quem mais?”

“Eu te mostrei a mensagem do Nick.”

“Sim, e eu vi isso, e vi a resposta para o comentário dele.”

“Que resposta?”

Me virei para ver o celular novamente e lá estava ela.

“Acontece que, apesar de ter um sotaque estranho, ela é mil vezes melhor que você, não é? Pode continuar sonhando, garoto, mas essa você já perdeu.”

“Simon...” Sussurrei. “O que ele está fazendo?”

“Defendendo-nos ao que parece.” Dulce deu de ombros.

Segundos depois, ambos os comentários sumiram e percebi que Mitchell deve ter visto aquilo antes de mim e deu um jeito. “Por que?” Joguei o celular em cima da cama.

“A questão é: o engomadinho já foi vingativo alguma vez?”

Levantei uma sobrancelha. “Você vai inventar apelidos destrutivos para todos?”

“Basicamente sim. Tem o brutamontes, o engomadinho e o perturbado.”

“Perturbado?”

“O idiota do seu ex.”

Acenei um pouco. “Não está chateada?”

“Estou.” Ela concordou. “Oh se estou. Provavelmente o mundo inteiro vai ficar sabendo sobre... você sabe. E não é algo que eu iria espalhar por mim mesma. E não é algo que eu consiga riscar da minha mente. E, sim, estou chateada com o que aconteceu entre vocês e o que ele escreveu.”

“Não parece.”

“Estou me corroendo por dentro.” Ela falou em forma de explicação. “Assim que sair daqui, vou socar alguma coisa. Me arrependo de ser contra a violência.” Dulce suspirou. “Devia ter batido no engomadinho e no perturbado. Acha que ainda tenho tempo?”

Suspirei e passei as mãos pelos meus cabelos rosa. “Eu sinto muito.”

“Eu sei.” Dulce me deu um pequeno sorriso e beijou a ponta do meu nariz. “Eu sei.” Ela repetiu em um sussurro.

“Se eu pudesse voltar no tempo...”

“Mas não pode.” Ela me interrompeu com um sorriso triste. “Merda acontece.”

“Eu te magoei muito, não foi?”

Dulce olhou para a parede atrás de mim por alguns segundos, antes de acenar um pouco. “Mas você foi muito mais magoada antes disso. Já disse que entendo porquê dormiu com ele e porquê não acreditou em mim. Não gosto, mas entendo.”

“Vou passar os restos dos meus dias tentando te recompensar desse fato, tentando pedir perdão pelo que fiz.”

“Hey, eu já te perdoei.” Dulce sorriu mais alegremente. “Quantas vezes vou ter que falar que merda acontece para as pessoas acreditarem em mim? Jesus em um monociclo.”

“Como foi que você surgiu com essa frase?”

“Porque merda acontece mesmo.”

“Não, a outra.”

“Jesus em um monociclo?” Acenei em acordo e Dulce começou a rir. “Desculpa, é que é uma história engraçada. Então, um dia, durante uma das muitas viagens do RBD, Christian, Maite e eu decidimos dar uma volta em uma das praças da cidade. Tinha um cara que fazia shows na esquina para conseguir dinheiro. Acontece que a roupa dele era um farrapo e o cabelo era comprido pra caramba e, quando estávamos passando, ele estava andando de monociclo no semáforo. E qual foi a primeira coisa que pensei quando vi aquilo?”

“Jesus em um monociclo?”

“Exatamente.”

Balancei a cabeça enquanto ria. “E eu pensando que você é uma boa pessoa.”

“Hey, depois do meu ataque de riso, eu fui lá e paguei o almoço do cara. Afinal, ele me inspirou na minha frase super original.”

Revirei os olhos. “Como foi que trocamos de assunto tão rápido?”

“É um dom.” Ela deu de ombros. “Vamos esquecer isso, ok? Eu vou lidar com a imprensa, vou falar que ele bebeu ou algo assim, ou melhor, ficarei em completo silêncio como se aquilo não tivesse acontecido e deixar ele resolver a cagada que fez. E você, senhorita Lovato, vai se preocupar com seu show.”

Suspirei. “Vou ligar para ele.”

“Aí já temos um problema.” Dulce fez uma careta. “Não sei se estou bem com isso.”

“Vou mandá-lo a merda.”

“Agora estamos de acordo.”

Sorri. “Estamos, senhorita... Você vai manter seu sobrenome?”

Dulce deu de ombros. “Não sei, o que acha?”

“Eu não iria reclamar de nenhuma decisão que você tomar.”

Dulce revirou os olhos. “Aí depois vai reclamar que eu decidi tudo sozinha e...”

“Sai daqui e vai dizer que Nick estava bebendo.”