Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

“Eu não sei o que você está fazendo, mas é melhor parar.” Falei assim que ele atendeu o telefone. “Como assim, do que estou falando? Estou falando daquela foto no Instagram!”

“Novamente, pergunto: do que está falando?”

“Você e Miley. Miley e você.”

“E por que isso é da sua conta?”

“Porque você vai fuder comigo, cara!”

“O que?”

“Você está cuspindo no prato que eu estou comendo!”

“Você está comendo Miley? Não entendi.”

“Não, idiota. O que acha que vai acontecer quando seu relacionamento for pro ralo quando você estragar tudo? Miley vai ficar chorando, Demi vai me culpar por apresentar vocês dois, nosso relacionamento vai começar a falhar e você vai estragar o nosso namoro também!”

“Será que você bebeu?”

“Você está cuspindo no prato que eu estou comendo.” Repeti novamente. “Pare com isso.”

“Parar com o que?!”

“Ou com o namoro agora ou com a ideia de terminar tudo daqui uma semana depois de uma promessa de amor eterno. Você que escolhe.”

“Você percebe que parece bêbada, não é?”

“Apenas pare de cuspir no prato que eu estou comendo. E não diga para Miley sobre essa conversa. Ela vai contar para Demi e eu vou ficar no lado negro da sua agenda por semanas por interferir no seu relacionamento. Obrigada.”

DD-DD-DD

Eu não estava orgulhosa da conversa que tive com Christopher, mas o que mais me preocupava é que ele nunca, nunca mesmo, namorou com alguém por mais de seis meses. E ele nunca, nunca mesmo, terminou o namoro.

Mas eu tinha outras preocupações no momento. Anahi e Maite. Demi e Anahi. Eu queria ligar para Maite e perguntar qual o motivo para tanto medo, mas não queria interferir e piorar as coisas entre as duas. E, por algum motivo, Demi começou a ter ciúmes de Anahi e eu deveria procurar a fonte disso.

E mais preocupante ainda era o fim precipitado da minha viagem. Eu iria embarcar para Los Angeles quando Demi embarcasse para Nova Iorque. Aparentemente, eu precisava voltar o mais rápido possível para cuidar de um problema com a decoração escolhida para o casamento. De verdade, me separar de Demi era a última coisa que eu queria fazer, eu só queria mandar eles esperarem um pouco para resolvermos isso juntas, mas não podia apenas seguir Demi para o resto da vida com medo de sair de seu lado.

Seriam longas semanas sem Demi. Seriam só duas e eu tinha que viver com isso. Dianna se prontificou para ir comigo e ajudar a resolver qualquer que fosse o problema, mas eu sabia que, assim como eu, ela não queria deixar Demi, por isso recusei sua ajuda. Afinal, qual a dificuldade de resolver um problema de decoração?

Tive que pegar um táxi para voltar para o apartamento, já que Marcus ficaria com Demi pelo resto da tournée e o meu motorista estava no México. Pedimos para James fazer as pequenas manutenções necessárias no apartamento e contratamos uma empregada para limpar o lugar uma vez por semana. Geralmente, eu mesma gosto de fazer os serviços de casa, faço do jeito que quero, fica do jeito que quero, e ainda é algo que me ajuda a me acalmar um pouco, mas não queria limpar um apartamento fechado por quatro meses quando voltasse de viagem, por isso concordamos em contratar alguém.

O apartamento parecia mais frio do que eu me lembrava, mas estava do jeito que o deixamos, com um cheirinho persistente de pinho, que me deu náuseas. Apenas joguei minhas malas dentro do quarto, decidindo arrumar depois, e fui fazer algo para comer. Depois de tanto tempo sem comer a minha comida, parecia que não tinha nada melhor no mundo. Quando terminei de lavar a louça, decidi enfrentar as malas. Ou seja, peguei o que estava dentro dela e joguei para dentro do closet. Demi teria um ataque quando visse a bagunça, mas não tinha como fazer melhor, pelo menos, não eu.

Só fui procurar a empresa que estava cuidando do casamento quando dormi de verdade e parei de sentir o cansaço das dezenas de voos que fiz nos últimos meses. A assessora, que parecia ainda mais irritada com a vida que antes, me levou imediatamente para o salão onde realizaríamos a cerimônia de casamento e, antes que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo, ela já foi divagando sobre o assunto.

“A decoração que pediram, flores vermelhas e rosas, com arranjos coloridos perto do ministro, não vai combinar com esse teto.” Ela apontou para cima, onde o teto exibia sua cor azul. “Além disso, a área onde vão realizar a festa não é coberta. Se chover, tanto antes quanto durante, vai destruir toda a decoração e, principalmente, seus vestidos.”

“É só isso?” Perguntei, desejando jogar um tijolo na cabeça da mulher.

“Não é só isso. Quem vai realizar o casamento? Onde vão passar a noite de núpcias? O vestido serve? Vão trocar de vestido para a festa?”

Respirei fundo para controlar o desejo de pegar o tijolo. “Nós sabemos que não podemos usar um padre para realizar a cerimônia, por isso ligamos para o cartório de Los Angeles e pedimos a disponibilidade de um ministro aqui. Assim trocamos alianças e já assinamos os documentos que tornarão nosso casamento legal segundo a justiça.” Expliquei como se falasse com uma criança. Honestamente, ou a mulher acha que somos burras, ou ela é burra. “Passaremos a noite de núpcias no melhor hotel de Los Angeles, que, por conveniência, é apenas dois quilômetros de distancia daqui. Contratamos excelentes estilistas, que se disponibilizaram a dar prioridade aos nossos vestidos e fazer os últimos ajustes em um mês. Já falamos sobre todos os detalhes das roupas.”

A mulher ia anotando tudo na sua prancheta estúpida, que podia ser uma bela arma para bater na sua cabeça. “Uhun, uhun, uhun. E quanto à decoração?”

“Vamos continuar com o plano original. Flores vermelhas, minha escolha, e rosas, escolha dela. Ninguém vai olhar para o teto e, se olharem, o problema não é meu. A decoração da festa vai continuar no plano original também. Vermelha e preta, nossas cores favoritas, com aquele bolo imenso e tradicional. Se chover, choveu. Não controlamos a natureza.”

“O teto é azul.” Ela falou como se a cor tivesse a ofendido em algum momento da vida.

“O céu também é azul, o mar é azul, seu sapato é azul, o cabelo da minha noiva já foi azul. Azul é tranquilidade, serenidade e harmonia. É uma boa cor. O teto vai continuar azul, assim como a decoração vai continuar vermelha e rosa. E você interrompeu minha viagem porque o teto é azul?”

“Não é um bom motivo?”

“Não realmente.” Balancei a cabeça.

DD-DD-DD

A parte boa de ter chegado mais cedo que o esperado, se é que realmente existia uma parte boa, era poder ver a Copa do Mundo da Fifa. Pode não parecer, mas eu sou meio fanática por futebol, ou qualquer tipo de esporte, na verdade. Eu podia não saber regras ou nomes dos jogadores, mas eu assistia qualquer tipo de esporte, desde ping-pong até futebol americano, quando eu estava em casa.

Combinei de assistir o jogo de abertura com Christian, que estava em casa depois de um susto de um leve acidente de carro. Por sorte, ninguém ficou ferido. De qualquer forma, seria minha oportunidade de conhecer o tão misterioso namorado de Christian. Eu estava um pouco animada, na verdade, porque seu único relacionamento sério foi com BJ, com quem ele se casou em 2006. Infelizmente, a coisa toda desandou quando fotos do casamento vazaram na internet, o cara não aguentou a pressão de ser seguido por repórteres o tempo inteiro e acabou deixando meu amigo. Foi arrasador para Christian, porque ele realmente amava BJ. Depois disso Christian evitou relacionamentos, mas parecia que as coisas tinham mudado.

Cheguei na sua casa pouco antes do almoço, que ele prometeu que não iria fazer (Christian não consegue nem ferver água) e que deixaria aos cuidados de sua empregada de anos. Dona Julia trabalhava para ele a quase seis anos e era uma senhora maravilhosa.

“Então... O namorado secreto, onde está?” Perguntei assim que me afastei do abraço.

Christian revirou os olhos. “Ansiosa nem um pouco, não é?” Dei de ombros. “Ele só vai chegar depois do almoço, eu pedi para ele nos dar um tempo para colocar as coisas em ordem. Como tem sido a viagem?”

Dei de ombros novamente, indo para a cozinha, onde o cheiro de cozido era apenas impossível de ignorar. “Lugares incríveis, pessoas incríveis, shows incríveis e momentos incríveis.”

“Você não queria ter voltado, não é?”

“Ela faz falta.” Suspirei e me aproximei do fogão, onde uma senhora meio gordinha com os cabelos presos em um coque e um avental preso em volta da cintura mexia em uma panela. “Hm, parece maravilhoso. Nunca aprendi a fazer cozido como você.”

Julia sorriu. “É bom te ver de novo, Dulce. Faz muito tempo.”

“Eu sei, é que esse desnaturado nunca me chama pra vim na casa dele.” Chutei a canela de Christian levemente. Afastei-me do fogão e voltamos para a sala, onde sentamos no sofá enorme. “Você já achou o terno para o casamento? Você sabe que tem que ser incrível, você é meu padrinho.”

“Eu sou incrível de qualquer jeito.” Ele zombou.

Revirei os olhos. “Vai levar o namorado, não é? Sei que quando mandamos o convite vocês ainda não estavam juntos, mas quero ele lá. Parece ser uma pessoa especial para você.”

Christian sorriu de um jeito idiota e apaixonado e, apesar de eu achar ridículo, sabia que sorria da mesma forma toda vez que o nome de Demi era citado em uma conversa. “Ele é. Nos conhecemos nos corredores da gravadora. Eu estava lendo uma revista e...”

“Dispenso detalhes.” O interrompi rapidamente. “É uma daquelas histórias românticas onde vocês se esbarram e se apaixonam, já sei. Ah, você já viu a novidade de Ucker?”

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Passamos o tempo conversando sobre como Christopher podia fuder com minha vida em algum momento, até que dona Julia nos chamou para o almoço. Depois de comermos toda a panela do cozido incrível, fomos para o sofá, onde nos espichamos e ficamos olhando o teto enquanto tentávamos nos lembrar de como éramos antes do almoço.

Não muito tempo depois, a campainha tocou e Christian se levantou com dificuldade, resmungando sobre ter comido demais, e foi abrir a porta. Sentei-me lentamente, já me arrependendo por não ter parado no primeiro prato, e esperei pacientemente que os dois parassem de se agarrar na porta.

Quando Christian voltou, trazendo um homem alto com ele, quase tive um ataque cardíaco. Juro.

“Pu/ta que pariu.” Murmurei em espanhol, apesar de saber que não era a língua do recém-chegado. “Pu/ta que pariu.” Repeti balançando a cabeça. “Por essa eu não esperava. Eu esperava Ricky Martin, esperava Neil Patrick Haris, até esperava Megan Fox.”

Christian revirou os olhos. “Eu sei que você sabe falar inglês, Dulce.”

“Eu sei, o meu cérebro só travou.” Respirei fundo e levantei, desejando, mais uma vez, ter comido menos. “Eu acho que... Oi é um bom começo.” Falei, já voltando para o inglês. Estendi minha mão para o cara, que apertou com um meio sorriso.

“Ela não costuma ser tão retardada.” Christian comentou.

“Bom, me desculpe se eu não estava esperando que seu namorado secreto é Adam Lambert!”