Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

“É pedir muito ter uma Starbucks em casa?”

Essa foi a primeira coisa que ela me mandou de manhã. Ela havia mandado às sete e meia, hora de Los Angeles. Eu sorri, o que fez meu agente me dar um olhar de aviso, mas eu ignorei.

“Não para Demi Lovato. Acho que eles iriam instalar em dois minutos se você pedisse.”

“Posso pedir um McDonald também?”

“Poderia até pedir a presidência. Acho que ninguém ia se importar.”

“Não daria muito trabalho?”

“Compre uma ilha onde só você more.”

“Minhas próprias regras? Muito interessante...”

Eu estava prestes a responder quando meu agente abaixou meu celular bruscamente. “Com quem está falando?”

“Não é da sua conta.” Resmunguei, pegando meu celular de novo.

“Eu já disse que...”

“E eu já ouvi milhões de vezes. Agora dá um tempo. Eu sei cuidar da minha própria vida. A única coisa que você tem que fazer é cuidar da minha agenda profissional. Da minha vida pessoal cuido eu, obrigada.”

“Se a sua vida pessoal atrapalha sua vida profissional, é da minha conta sim.”

“É muito provável que você esteja errado. E é melhor você parar de falar antes que eu te dê um soco. Acredite, eu faria isso.” Provavelmente não, mas ele não sabe disso.

“É pedir muito ter um agente que não se meta na sua vida como se fosse seu pai?”

“Não para Dulce Maria. Mas não são todos assim?”

“Ah, é? O seu te pediu para quem você anda mandando mensagens? Ou se falou com seus pais no último mês? Ou falou que você deve comer carne em todas as refeições?”

“Ok, talvez não. Mas eu tenho a solução: manda ele se foder.”

“Isso resolveria o problema de todas as guerras.”

“Perfeito, não?”

“Você deveria ser conselheira.”

“Também acho. Acha que é muito tarde para tentar outro ramo?”

“Obviamente que não. Você só tem 60 anos.”

“20, obrigada.”

Outch. Essa foi direto pro meu ego. 20 anos. Wow. E eu aqui com meus 27 anos. Sinto-me muito velha agora. Merda. Lembrete: Chega de piadas com idade para preservar sua imagem.

“Tá brincando. Você não pode nem comprar bebida ainda? Deve ser uma merda.”Ok, essa foi a última, eu não podia deixar essa passar.

“Há-há. Eu nem bebo. E, para sua informação, eu não posso comprar nos Estados Unidos.”

“Não bebe? Ahan.”

“Socialmente, sim.”

“Mentira.”

“Por que?”

“Porque você não tem idade para beber, nem se alguém te oferecer socialmente, isso seria um crime. De novo: deve ser uma merda.”

“Bom, me desculpa, senhora Posso-Comprar-E-Beber-Bebidas-Alcóolicas-E-Me-Sinto-Incrível-Com-Isso-E-Tiro-Sarro-De-Quem-Não-Pode.”

“Sério que você perdeu dois minutos da sua vida para escrever isso? Eu podia pensar em outras coisas muito mais incríveis.”

“Tipo?”

“Senhora Magnificamente-Magnífica. Senhora Totalmente-Incrível-Que-Pode-Comprar-Bebida-Legalmente-Mas-Mesmo-Assim-Não-Faz-Isso-Porque-Odeia-O-Gosto-Do-Alcool-A-Menos-Que-Seja-Vinho. Senhora Me-Alegra-Com-Suas-Mensagens-De-Texto-Idiotas-Como-Essa-Por-Exemplo.”

“Prefiro a minha, mas a última está correta.”

Tive que parar um pouco quando cheguei ao aeroporto, porque havia milhares de pessoas do lado de fora. Haviam descoberto que eu ia embora naquela hora. Droga. Antes de sair do carro, mandei uma última mensagem.

“Quer matar a saudade da minha beleza ilustre? Ligue a TV, me descobriram.”

“Boa sorte com isso.”

Sorri da sua resposta e peguei minha mochila, onde eu levo meu notbook, livros e videogames para viagem. Esperei meu agente sair primeiro, então fui logo atrás, com meu óculos de sol, tentando passar pelo mar de gente. Meu celular estava preso firmemente na mão, que estava pressionada contra minha camiseta do Batman, e não, ter uma camiseta do Batman aos 27 anos não é infantilidade, ok. Demorou dois minutos para chegar até a porta, onde os seguranças do aeroporto mantiveram os repórteres para fora, mas não conseguiram impedir os fãs.

Eu não estava nem a dois passos para dentro do aeroporto quando cinco seguranças me cercaram para me proteger de ser esmagada, pisoteada e, ok, não é pra tanto. Suspirei de alívio e coloquei meus óculos em cima da cabeça.

“Como descobriram?” Perguntei para meu agente, Sandro.

“Alguém deve ter vazado a informação. Eu não sei.” Ele suspirou. “Às vezes dá vontade de ter feito medicina, não?”

“Não.” Respondi, mesmo que a resposta certa era sim. Eu ainda estava irritada com sua intromissão na minha vida. Meu celular vibrou na minha mão e eu me lembrei dele firmemente preso lá.

“Fã de super heróis?”

Eu ri antes de responder. “Com certeza.”

“Capitão América é o melhor!”

“Desculpa, mas Batman é o cara.”

“Por favor, ele só é um cara rico com um amigo gay que tem uma paixão secreta por ele, com um carro incrível.”

“É por isso que ele é o melhor!”

“Por causa do carro, sério?”

“Não, por causa do amigo gay.”

“O que isso tem a ver?”

“Só estou dizendo que eu tenho um amigo gay, mais de um, na verdade. E ninguém viu Batman e eu no mesmo lugar ao mesmo tempo.”

“Com certeza.”

Balancei a cabeça, com um enorme sorriso e me virei para Sandro, que tinha mais um olhar reprovador no rosto. “Como vão pegar minhas coisas?”

“Damos um jeito depois. Quem...”

“Eu quero trocar de roupa no avião, é melhor pegar minhas coisas rápido.” Interrompi-o, já sabendo qual seria sua pergunta. Eu queria socar sua cara gorda e ensebada.

O próximo destino era Portugal. Eu fui direto para um hotel depois de sair do aeroporto. Por sorte, apenas duas ou três pessoas estavam lá. Provavelmente ficaram sabendo de última hora e, quando chegaram, eu já estava longe. Infelizmente, eles sabiam em que hotel eu ficaria, então alguns fotógrafos ficavam sempre por perto esperando eu aparecer a qualquer momento. Eu só queria ver quando eu fosse para o Brasil. Os fãs simplesmente acampam na frente do hotel, cantam e gritam o tempo inteiro, só esperando eu sair, e desmaiam se te um vislumbre de mim pela janela. É muito louco.

De qualquer forma. A primeira coisa que fiz foi tomar um banho longo e colocar uma roupa confortável. Moletom. Fiquei na minha cama lendo um de meus livros para viagem por alguns minutos, até sentir a necessidade de voltar a falar com Demi para contar que um fotógrafo jogou uma pedrinha na minha janela para conseguir tirar uma foto minha quando eu fosse olhar o que era. Parecia aqueles moleques desesperados para falar com a garota que estão apaixonados no meio da madrugadas sem os pais dela verem.

“Talvez ele esteja apaixonado por você.”Ela respondeu. E parecia que estava lendo minha mente.

“Isso seria horrível.”

“Não daria uma chance para o pobre homem que tentar alimentar os filhos perturbando nossas vidas? Você é muito cruel.”

“Sou realista.”

“O que está fazendo?”

“Lendo e esperando meu agente vir me incomodar, de novo. E você?”

“Tentando compor alguma coisa, mas acho que hoje não vai ser o dia. Lendo o que?”

“Pela décima vez: Harry Potter. Estou no primeiro novamente. Compor sobre o que?”

“Tá brincando, eu amo Harry Potter! E Jogos Vorazes! Mais Jogos Vorazes, mas também gosto de Harry Potter! Compor sobre meus sentimentos, é claro, mas talvez componha sobre a sensação de estar numa humanidade de merda. Por que eu sinto que você quer matar seu agente?”

“Jogos Vorazes é incrível! A humanidade não é uma merda, parte dela é, aí estragou a outra parte. Ok, talvez seja uma merda. E é porque eu quero matá-lo.”

“Por que? O que o infame fez com a princesa?”

“Bom, ele pode achar que manda na minha vida. Ps.: Princesa?”

“Mande ele se foder, já disse isso para você. Sim, senhora princesa mega importante que apareceu em todos os canais hoje.”

“Argh, deixe-me adivinhar: provavelmente falaram que eu estava tendo um caso com Antonio Banderas, por isso estava na Espanha. Ou melhor, falaram que eu fui procurar um médico cirurgião-plástico para retirar meu pênis e deixar minha anatomia mais normal.”

“Ok, eles não foram tão radicais. Falaram que estava a trabalho.”

“Essa deve ser a primeira vez.”

“Não duvido.”

“Bom, eu não duvido de mais nada. Já falaram que eu estava dormindo com Poncho.”

“E não estava?”

“Ah, por favor, eu preferiria furar meus olhos com um garfo enferrujado.”