Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DemiPOV

Dizer que Dulce fazia falta era um eufemismo. Nossa hora de ficar sozinhas ficou em branco, onde eu não tinha nada para fazer, além de olhar para cima e desejar estar em outro lugar. Eu sei que estávamos meio dependentes da presença uma da outra, mas, honestamente, quem não quisesse ficar perto dela deveria ter algum problema mental sério.

Meu mau humor estava começando irritar até a mim, e minha mãe estava a ponto de me bater pela primeira vez na minha vida quando eu a respondi de forma errada pela terceira vez seguida em uma conversa. Melissa até tentou me animar com uma festa noturna no quarto do hotel e eu até me diverti fingindo que éramos de uma máfia da pesada e colocamos bigodes falsos ridículos, mas, novamente, não era onde eu queria estar.

A única coisa que me ajudava eram as mensagens que trocávamos durante o dia. Não era uma coisa de todo minuto uma mensagem. Eram mensagens aleatórias durante o dia, com comentários de algo que aconteceu que merecia um destaque. Mesmo assim, já era algo a mais.

Dulce me contou que passaria aquelas semanas assistindo os jogos da Copa com Christian e seu namorado secreto, que já não era secreto. Eu estava animada para ver Adam novamente. Nos conhecemos nas gravações de Glee e ele pareceu um cara muito incrível, fico feliz que eles tenham se encontrado. Dulce parecia indignada que Christian não contou antes e a surpreendeu de uma forma “irritante”, segundo ela, mas não havia nada que pudesse ser feito sobre isso.

Os shows pareciam mais cumpridos sem ela por perto e as perguntas mais... ousadas. Um cara chegou a me pedir em casamento, no meio do show, durante os minutos de perguntas. Mostrei-lhe minha aliança e afirmei ser comprometida. O mundo inteiro sabe, mas tem gente que não perde as esperanças. Outro pediu se eu gostaria de ir para casa com ele e, novamente, repeti a resposta. Quando Dulce estava lá, ninguém se atrevia a fazer esses tipos de pergunta, acho que mais por respeito que por medo, e esse era outro ponto negativo sobre a distância.

Aproveitei, no entanto, para ir em busca das alianças. Dulce me deu carta branca para escolher a aliança que eu quisesse, contanto que não fosse algo muito extravagante. Ordenei a presença de Melissa e Maddie na minha ida à Tiffany’s de Nova Iorque, uma loja enorme onde qualquer amante de joias ficaria louco lá dentro, e não demorei muito para achar o par perfeito. Era simples, não muito grande e nossa cara. Tive que pedir para Maddie cinco vezes se ela tinha certeza que Dulce iria gostar, antes de, finalmente, finalizar a compra. Eu já estava mais tranquila, afinal, tinha a aliança e o vestido só estava esperando a última prova, mas então Melissa decidiu aumentar meu pânico ao me lembrar que eu ainda não tinha decidido onde seria a lua de mel.

Pelo menos, com Dulce em Los Angeles, os maiores detalhes do casamento seriam resolvidos e, com isso, iríamos conseguir ter tudo pronto na data programada. Não havia mais nada que eu queria além de casar com ela. Além, é claro, de provar minha teoria de que aliens existem.

De qualquer forma, depois do quarto dia longe dela, lembrei-me que já fazia um bom tempo que não a pedia para casar comigo. Honestamente, meu motivo para continuar fazendo isso era para ter certeza que ela não iria se arrepender mais tarde. Além disso, acredito que qualquer pessoa que tenha a sorte de ter alguém como Dulce ao seu lado deve batalhar diariamente para continuar tendo-a, batalhar diariamente para merecer sua presença. Ela merece apenas o melhor e eu iria lutar o resto da minha vida para tentar chegar pelo menos perto do que ela merece.

Como eu não poderia colocar meu plano inicial em prática por causa da distancia, tive que pensar em outra coisa. Muito mais sem graça, mas era a única coisa que eu podia fazer estando do outro lado do país.

Depois disso, comecei a planejar o que faria no casamento. Sim, eu iria pedi-la em casamento durante nosso casamento. Parece loucura, mas faz sentindo para mim. Acho que só para mim, porque Dallas me chamou de louca quatro vezes já. Eu não me importava, no entanto, porque apenas ver o sorriso de Dulce seria o suficiente para mim. Se eu tivesse que descer de rapel no meio da cerimônia com um cartaz usando fio dental para vê-la sorrir, eu faria.

Mitchell teve que chamar minha atenção de volta para a tournée por causa dos meus pensamentos em outro lugar e percebi que deveria estar com a cabeça naquele lugar, não apenas pelo bom desempenho, mas pelos fãs que estavam pagando para estar nos show e, por isso, mereciam meu melhor.

Depois que decidi isso, as coisas ficaram bem mais fáceis de lidar. Eu conseguia pensar em outras coisas, comecei a me preocupar com os shows novamente, comecei a me preocupar com os compromissos e coisas assim. Dulce não ficou em segundo plano, longe disso, mas parou de ser meu constante pensamento 24 horas por dia. Eu podia ver alguma coisa que me lembrasse dela ou meus pensamentos me remeteriam a um momento que tivemos juntas, mas não era algo do tempo inteiro como era antes. Isso ajudou muito, me senti menos dependente de sua presença e comecei a crer que iria sobreviver aquelas semanas.

“Como ela está?” Natalie perguntou uma noite enquanto jantávamos no restaurante do hotel.

“Bem.” Respondi com um sorriso. Dulce havia acabado de me ligar para me desejar boa sorte no show de logo mais. “Ela e Christian fizeram uma aposta sobre quem vai ganhar a Copa.”

“Sente saudades?”

“Você precisa respirar?”

Natalie riu. “Justo. Você parece bem melhor do que quando ela saiu.”

“Nat está certa.” Melissa comentou com a boca cheia de macarrão ao entrar na conversa. “Você parecia um lixo quatro dias atrás.”

“Muito obrigada, vocês são as melhores amigas que eu podia pedir.” Zombei.

“Deixem minha maninha em paz.” Dallas falou com o tom de voz acusando sua provocação. “Vocês já viram o quanto ela sorri quando Dulce está por perto?”

Revirei os olhos. “Já deu, né?”

“Mas só estamos falando a verdade. Parece que são presas pelo umbigo.” Dallas continuou.

“Dallas...”

“E então ela sai e você fica parecendo que recebeu a notícia que tem câncer.”

“Dallas...”

“E nem pode ouvir o nome dela que fica melancólica.”

“Vai a merda, Dallas.” Levantei-me rapidamente, jogando o guardanapo de volta para a mesa e, ignorando os olhares do resto da banda, que estava nas mesas ao lado, saí do restaurante e fui direto para a área de jogos.

Eu não estava irritada pelo que ela falou, estava irritada por ela estar certa. Eu sabia que parecia um lixo nos primeiros dias e que era quase dependente de Dulce, ela só não precisava jogar isso de volta pra mim.

Não demorou cinco minutos para a porta se abrir. “Demi, desculpa.” Ela falou assim que fechou a porta.

Eu estava jogando uma partida de damas contra eu mesma e não olhei para cima quando ela sentou na cadeira da frente. Honestamente, eu não sabia o que diabos estava fazendo com as peças, só não queria olhar para ela e lhe dar o gosto de ver o quanto suas palavras me afetaram.

“Você não pode fazer isso.” Ela comentou quando mexi uma das peças.

Bufei. “Estou jogando sozinha, as regras são minhas.”

“Mau humor.”

“É assim que eu fico, não é? Quando Dulce não está por perto.” Zombei.

“Demi, pelo amor de Cristo, isso é ridículo.”

“Eu nunca tive que lidar com isso.” Murmurei tão baixo que tinha certeza que Dallas não tinha escutado, mas continuei mesmo assim. “Aqueles três meses que ela ficou longe... Era o começo do namoro, a gente precisava de espaço de qualquer jeito. Mas quando ela voltou... Dallas, a gente não passou mais de dois dias sem se ver. E eu sei que é ridículo tudo isso, mas eu a chamei para morar comigo porque não queria ficar longe dela. Eu só... Não estava acostumada a tê-la longe mais.” Suspirei. “Ainda mais depois de um ataque ridículos de ciúme que eu tive.”

Para minha surpresa, minha irmã ouviu tudo e segurou uma de minhas mãos entre as suas. “Eu sei, e sinto muito por ter falado aquilo. Eu só estava tentando fazer uma piada.”

“Você não é engraçada.”

Dallas riu. “Essa é Maddie.”

Concordei com um sorriso. “Maddie é a engraçada, você é a inteligente e eu sou a problemática.”

“Você é o orgulho.” Dallas falou rapidamente. “Você é a irmã apaixonada e feliz. E eu te amo, ok?”

“Eu também te amo, sua idiota.”

“Ótimo. Agora vamos que Mitchell disse que temos que sair em cinco minutos ou você vai se atrasar.”

“Dallas?”

“O que?”

“Estou melhor, não é? Consegui superar a distancia, certo?”

“É claro que conseguiu. E sabe por quê? Porque você, Demetria, consegue superar qualquer coisa.”

“Argh, você tinha que usar meu nome?” Resmunguei enquanto me levantava.

“Você vai apenas ignorar minha frase de filósofa para reclamar do uso do seu nome?” Dallas parecia indignada com esse fato.

Eu apenas sorri e dei de ombros enquanto a gente saía da sala. “Sabe que eu odeio o meu nome.”