Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

Miihportinon: desculpa a demora, mas estou trabalhando e o horário está meio apertado pra mim. Estou tentando postar sempre que posso, mas é meio complicado =(

DemiPOV

O aeroporto estava tão incrivelmente cheio, mas surpreendentemente calmo. A maioria das pessoas ali estava chegando ou esperando um voo, algumas estavam esperando pessoas, outros só estava aproveitando a Starbucks que ocupava um bom espaço do lugar. Era como um dia normal no aeroporto de LA e eu dei graças a Deus por ter um agente como Mitchell, que conseguiu vazar uma informação falsa de que eu só estava voltando para casa no dia seguinte.

Melissa e minha mãe estavam discutindo alguma coisa atrás de mim, enquanto Dallas tentava persuadir Maddie de sua ideia de comprar um sanduíche de nome estranho em uma loja suspeita. Natalie estava mexendo no celular, meio alheia a tudo. Não sei como ela conseguia olhar para a tela e ainda conseguir empurrar suas malas sem bater em nada.

Eu estava com Max ao meu lado, olhando em volta para qualquer sinal de uma fã aparecendo do além. Eu estava olhando para as pessoas por lá também, mas meu objetivo era totalmente diferente. Queria achar Dulce. Apesar dos meus esforços em tentar convencê-la que me buscar no aeroporto não era necessário, ela insistiu que estaria lá às seis da manhã de um domingo para me encontrar.

Marcus já estava do lado de fora, tinha chego uma hora antes de nós para conseguir pegar o carro que me levaria para casa, finalmente. Eu adorava essas viagens, tournées, os fãs, os shows, mas voltar para casa depois disso tudo tinha uma certa magia.

A primeira coisa que vi foi seu cabelo vermelho brilhando na luz forte da iluminação do aeroporto. Sei que foram só duas semanas e meia, mas eu só queria correr e abraçá-la. Consegui me controlar, para o bem da minha imagem, e apenas olhei-a por alguns segundos, enquanto deixava Max me escoltar calmamente para lá.

Dulce usava uma calça jeans, camiseta preta com uma camisa xadrez aberta, além do sorriso que podia transformar minha perna em gelatina. Era só cinco metros, mas parecia uma verdadeira maratona até Max parar de andar para me deixar ir o resto do caminho sozinha e nos dar um pouco de privacidade. Larguei minhas malas ao lado dele e dei os últimos cinco longos passos, antes de abraçá-la com força, como se não nos víssemos a anos.

“Senti sua falta.” Murmurei em seu pescoço, respirando profundamente e me deliciando com seu cheiro inestimável.

“Eu também. Nunca reparei o quanto aquele apartamento é grande.” Ela beijou meu templo e se afastou com um pequeno sorriso. “Nem me lembrava que Christian fica insuportável depois de três dias.”

Ri e beijei-a, finalmente. O beijo não durou tanto, infelizmente, devido ao local público que estávamos. Dulce logo se afastou e decidiu cumprimentar o resto do grupo. Ela abraçou Maddie, que tenho certeza que estava com tanta saudade dela quanto eu, mas por motivos diferentes, obviamente.

Foi só quando estávamos no carro, a caminho do apartamento, que tivemos um pouco de privacidade, mesmo com Marcus no banco da frente. “Estou feliz por voltar.”

“Tenho certeza que estava com saudade de casa.”

“Estava com saudade de você. Minha casa é onde você estiver.” Fiz uma pausa e franzi a testa. “Isso foi muito brega.”

Dulce riu e entrelaçou nossos dedos. “Caso o carro bata, não quero que você seja lançada para fora ou algo assim.”

“Estava com saudade das suas desculpas fracas para segurar minha mão.”

Ela fingiu estar ofendida, enquanto Marcus tentava segurar uma risada no banco do motorista. “Eu passo horas planejando essas desculpas e você diz que elas são fracas?! Estou totalmente ofendida com suas palavras e você não vai ouvir mais nenhuma das minhas desculpas muito bem boladas por meses.”

“Ah, por favor, não. Tudo bem, algumas são boas.”

“Algumas?!”

Sorri. “Transmitir germes do tapete?”

Dulce olhou para Marcus, que estava rindo, depois voltou a olhar para mim com o mesmo olhar de ofensa falsa. “Era um tapete muito sujo! Só achei justo partilhar os germes, porque quando eu morresse por causa de alguma bactéria nele, você também morreria!”

“Queria me assassinar?” Brinquei.

“Ninguém jamais conseguiria comprovar nada. Além disso, eu já estaria morta.” Ela deu de ombros como se tivesse todo o sentido do mundo.

Eu ri e balancei a cabeça. “Tanto faz.” Ficamos alguns minutos em silêncio, que eu aproveitei para olhar a paisagem pela janela. E por paisagem eu quero dizer prédios e carros. É Los Angeles, afinal. “Eu quero ser cremada.” Comentei de repente, dando voz aos meus pensamentos interiores. “E ter minhas cinzas jogadas nas águas de alguma ilha tropical.”

“Sem chance.” Dulce respondeu rapidamente.

Olhei-a confusa. “São meus últimos desejos, você não pode me negar isso.”

“Eu odeio barcos, me dão enjoo.” Dulce deu de ombros.

“É meu último pedido e você não vai fazer?” Perguntei completamente surpresa. “O que você quer?”

Dulce pensou por alguns segundos, então deu de ombros novamente. “Eu quero morrer um dia antes que você.”

“Por que?”

“Porque não conseguiria viver um dia sem você. E, claro, assim eu não teria que entrar em um barco e vomitar minhas tripas para fora.” Apesar da provocação final, não pude deixar de sentir um calor no meu coração por causa de sua confissão. “Sabe que isso é meio ridículo, certo?”

“Ser cremada e jogada no mar de alguma ilha incrível não é ridículo.” Revirei os olhos.

“Não isso, mas estarmos falando sobre isso.”

“O que quer dizer?”

“Bom, por mais que a humanidade esteja se tornando mais cruel a cada dia e Christian enfiar a língua na garganta do namorado na minha frente, não pretendo morrer tão cedo. Além disso, você não deveria estar falando sobre seus últimos desejos com a sua família?”

“Você é a minha família agora. Ou vai ser, em um mês. E, por mais que Dallas viva me provocando por alguma coisa e que eu vou ter que afinar todos os meus instrumentos de novo, também não pretendo morrer nos próximos oitenta anos.”

“Sem chance.” Dulce falou rapidamente.

“O que diabos...”

“Não quero viver cem anos, pode tirar seu cavalinho da chuva, não vai acontecer.”

“Mas o que...”

“Vou morrer um dia antes que você, lembra? Sem chance eu vou morrer com cento e oito anos. No máximo oitenta, isso se eu conseguir caminhar sozinha até lá.”

“Noventa, pelo menos.”

“Oitenta e dois, mas rastejando para um fim próximo, sem realmente rastejar, porque eu quero estar caminhando até o dia que eu morrer.”

“Oitenta e cinco.”

“Vou continuar andando?”

Revirei os olhos. “Qual é a coisa com andar?”

“Não quero ficar presa em uma cadeira ou depender de outras pessoas para me locomover. Acha que eu faço exercícios para que? Resistência é tudo.”

“Como é que passamos de confissões bregas para exercícios físicos?”

Dulce sorriu. “Acho que é um dom.”

Suspirei e concordei. “Mesmo assim, é estranho.”

DD-DD-DD

Respirei fundo quando larguei a última mala no chão ao lado da porta e olhei em volta pelo apartamento, tentando descobrir alguma mudança estranha nos meses que fiquei longe. Estava tudo no lugar, tudo organizado e limpo. É claro que o closet deveria estar uma bagunça, afinal, Dulce chegou antes que eu e deve ter apenas jogado as roupas lá dentro depois de lavá-las. Provavelmente, eu iria passar o resto do dia arrumando tudo.

Levei as malas até o quarto, então, esperando até uma cobra saltar do closet, abri a porta e entrei. Podia estar pior, admito, mas não estava organizado como eu gostaria. Pelo menos, os sapatos estavam jogados em um único canto e não espalhados para todo o lado. E as camisas não pareciam tão enrugadas, apesar de estarem praticamente todas fora dos cabides.

Deus...

Respirando fundo, coloquei as malas em apoios e comecei a separar o que iria para a lavanderia do prédio, o que iria para a lavanderia da esquina e o que iria para a lavanderia do centro para lavagem a seco. Depois de separar tudo em montes organizados, comecei a tirar as coisas que não havia usado e que voltariam para os cabides caso não estivessem em péssimas condições após ficarem tanto tempo em um espaço pequeno.

Depois disso, comecei a arrumar a bagunça pelo closet, colocando outras roupas nas minhas pilhas, redobrando outras, colocando os sapatos em seus devidos lugares e organizando os cabides. Eu não ficava feliz por ter que arrumar o closet praticamente todo dia, mas Dulce tinha que arrumar a cozinha sempre que eu passava por lá. Não era uma boa desculpa, já que ambas usávamos o closet, enquanto eu só usava a cozinha para pegar copos ou sorvete, mas era como as coisas funcionavam.

Enquanto eu tomava banho para tirar o cheiro do avião e me tornar confortável em casa novamente, pedi para Dulce levar as roupas para seus devidos montes destinados. Até coloquei cartões de post-it para não irem parar no lugar errado. Vi quando seus olhos se tornaram meio duvidosos, ela não queria sair de casa às sete da manhã para levar roupas para a lavanderia, e, depois de alguns momentos de hesitação, ela apenas balançou a cabeça em acordo e pegou as chaves do carro.

Dulce ainda não tinha voltado quando eu saí do chuveiro, usando meus moletons confortáveis, então decidi tirar um cochilo para tirar o atraso dos últimos meses corridos.

Eu não sabia exatamente por quanto tempo dormi, mas, quando acordei, o sol estava forte lá fora e as cobertas que eu coloquei antes eram um verdadeiro incomodo. Fiquei mais uns cinco minutos na cama, com muita preguiça de levantar, até que a ideia de tomar meu delicioso café passou pela minha mente e eu não conseguia mais ficar na cama.

Dulce estava sentada no sofá, parecendo entediada com o programa que assistia, embora um pequeno beicinho estava em seu lábios e ela parecia estar pensando em algo totalmente diferente de um ator que nunca ouvi falar estar jogando alguma coisa com o apresentador.

Fui direto para a cozinha e liguei a cafeteira, enquanto pegava minha xícara favorita do armário. Minutos depois, voltei para a sala e Dulce parecia não ter se mexido nem um centímetro, olhando um ponto acima da TV.

Acenei minha mão na frente de seu rosto e isso pareceu despertá-la. Dulce deu um pulo, antes de olhar para mim e puxar suas pernas para mais perto de seu tronco para me dar um espaço para sentar no sofá com ela. Seu sorriso era fraco e, obviamente, falso.

“O que foi?” Perguntei enquanto me sentava.

“Nada.” Ela balançou a cabeça. “Apenas pensando.” Dulce levantou o controle da TV e começou a mudar de canal aleatoriamente, sem um objetivo final e sem realmente olhar para os canais que passavam.

“Sério? Você acabou de passar por um filme do Harry Potter e nem considerou a possibilidade de assisti-lo pela décima vez só este mês.”

Dulce suspirou e desligou a TV. “Dor de cabeça.”

“Você sabe que não sabe mentir, certo?” Brinquei. “Pelo menos, não para mim.”

Ela fez uma careta. “O que quer que eu diga?”

“O que está te incomodando.”

Dulce balançou a cabeça. “É seu primeiro dia em casa em meses e, a primeira coisa que você me manda fazer, é ir para a lavanderia? Sério?”

Franzi a testa e coloquei meu café na mesa de centro, decidindo me concentrar totalmente na conversa. “É isso?”

“Bem, sim. Eu só esperava, sei lá, um dia para ficar deitadas assistindo filmes e comendo porcarias. Mas você me manda para três lavanderias diferentes e, quando eu volto, você está dormindo.”

“Bom, eu estava com sono e uma das lavanderias é no nosso prédio.”

“Eu sei, porque tenho que voltar lá em quinze minutos para pegar as roupas.” Dulce bufou.

“Por que você está irritada com isso? Eu tive que arrumar todo o closet.” Argumentei rapidamente.

Dulce suspirou. “Não vamos discutir isso de novo.”

“Qual é a dificuldade de tirar o tênis e colocá-lo no devido lugar? Sabe quantas vezes eu quase caí porque tropecei em um dos seus sapatos?”

“Duas?”

Revirei os olhos para seu sarcasmo. “Dobrar as roupas também não faria mal algum e sua mão não iria cair.”

“Você seriamente vai ignorar o que eu falei antes e começar a me acusar de coisas?”

“Só estou dizendo que dobrar a roupa não vai te matar e vai me poupar muito trabalho. Viver com alguém exige colaboração.”

“Ok, estou saindo.” Dulce se levantou e estava fora do apartamento antes que eu pudesse perceber o que estava acontecendo.

Todos os nossos argumentos seriam idiotas?

O que você está falando, Lovato? Foi você que começou. Dulce só queria passar um tempo com você e você a mandou lavar roupas!

Peguei meu celular e digitei uma mensagem rapidamente, antes de deixar meu dedo pairando sobre a tela, indecisa sobre mandá-la ou não.

“Sinto muito.” Vago e impessoal.

Talvez ela só precise de tempo. Quando ela voltar, posso falar pessoalmente e pedir desculpas corretamente pela minha teimosia em admitir estar errada.

Para qualquer pessoa que assiste `Rizzoli & Isles` deve ter reconhecido o diálogo que ocorre no carro sobre os últimos desejos e tal. É isso mesmo, eu assisti e acabei me inspirando nele para escrever