Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DulcePOV

Era ridículo, absurdamente ridículo, indescritivelmente ridículo, ridiculamente ridículo.

O motivo pelo início da discussão estava bem na minha frente. Eu realmente não podia acreditar que eu estava prestes a pegar meu carro e ir para o mais longe possível, quando me lembrei das roupas na lavanderia e apenas não podia deixá-las lá. É, eu estava tirando roupas da máquina e jogando-as num cesto ridículo para roupas ridículas naquele momento ridículo.

Honestamente, eu não queria nada de mais. Eu não queria que ela se arrependesse, pedisse desculpas ou algo do tipo. Eu só queria passar um tempo com a minha noiva, pelo amor de Deus. Era a primeira vez em quatro meses que ficávamos totalmente sozinhas e o que ela me manda fazer? Levar as roupas para a lavanderia. Eu podia engolir isso, sério. Sei como as roupas são importantes para Demi e como poderia ser justificável sua vontade de tê-las limpas o mais rápido possível. Eu só queria um tempo com ela quando mencionei aquilo. Mas, de alguma forma, aquilo se transformou em uma discussão sobre minhas roupas.

Ok, talvez eu pudesse ser um pouco mais organizada e ela pode estar certa sobre viver com alguém envolver colaboração mutua. Eu sei como aquilo a irritava, mas eu nunca tive que me preocupar com isso, porque meu guarda roupa era apenas meu e eu podia deixá-lo do jeito que eu quisesse, ou seja, deixar as coisas do jeito que eu as jogasse lá dentro. Mas agora eu tinha que dividi-lo com alguém, alguém que não podia suportar ter as roupas no meio de uma bagunça, e aquilo era diferente e muito estranho. Eu deveria ter me esforçado mais, no entanto.

Talvez as camisetas não precisassem ser dobradas cinco vezes como ela gostava, talvez apenas no meio duas vezes faria a mágica. Talvez me abaixar para pegar os sapatos e colocá-los na área designada para eles no closet não faria com que eu quebrasse a coluna ou algo assim. E o banco para pegar coisas mais no alto não era bem o lugar de jogar jaquetas. E as camisas ficavam mesmo horríveis se eu apenas as jogasse para dentro.

Merda.

Suspirando, peguei a cesta e voltei para o elevador, convencida que tínhamos que comprar uma máquina mesmo, porque não havia maneira no inferno que eu iria descer para a lavanderia todo dia. Cara, eu odeio lavar roupa e até levá-las para a lavanderia. Ok, eu odeio qualquer coisa envolvida com roupas.

Se meu pai soubesse o que estou fazendo agora, sabendo o quanto eu odeio até ligar a máquina de lavar, ele iria fazer um som sugestivo de chicote.

E ele estaria certo.

DD-DD-DD

Ridículo. De novo.

Respirando fundo, abri a porta, equilibrando a cesta cheia de roupas em uma mão, enquanto escondia a outra atrás das costas.

Ridículo.

Coloquei a coisa pesada e ofensiva na mesa ao lado da porta, onde deixávamos as chaves, e olhei para dentro do apartamento, esperando achá-la e, ao mesmo tempo, não achá-la.

Ridículo.

Demi estava sentada na poltrona mais perto da porta e se levantou assim que eu entrei na sala. Ficamos nos olhando por longos minutos, até que criei coragem suficiente para nós duas e abordei o elefante na sala.

“Desculpa.” Estendi a mão que estava atrás das minhas costas. Era um buquê de camélias e tulipas, rosinhas e vermelhas, respectivamente, que a moça da floricultura me prometeu significar reconhecimento e arrependimento, além de amor eterno. Tenho que admitir que era bonito e, se ela falou a verdade sobre seu significado, iria me ajudar naquela situação.

Demi pegou o buquê com cuidado e sorriu. Um bom sinal, acho. Mas então seus olhos se encheram de lágrimas e eu comecei a ficar meio em pânico. A coisa não era tão grave, eram só roupas, pelo amor de Cristo!

Antes que eu pudesse perguntar o que estava de tão errado, ela respirou fundo e falou com a voz embargada: “Eu sinto muito, fui tão idiota!” E então as lágrimas começaram a cair.

Atravessei a sala rapidamente e abracei-a com força, beijando o topo de sua cabeça várias vezes enquanto tentava acalmá-la. “Está tudo bem. Tudo bem.” Enquanto eu sussurrava frases tranquilizadoras, fui levando nós duas até o sofá, então sentei e puxei-a para meu colo, beijando seu templo. “Eu vou arrumar minhas roupas, ok?”

Demi riu entre as lágrimas e se afastou para poder me olhar nos olhos. “Eu não me importo com as roupas.”

“Mentira.” Falei rapidamente em tom de brincadeira.

Ela riu novamente e balançou a cabeça. “Não me importo com elas quando você está envolvida no meio. Desculpa ter te mandado lavar roupas, eu sei que você odeia isso, e desculpa ainda mais por ter te mandado para longe logo quando conseguimos ficar juntas novamente.”

Beijei seu queixo e escondi meu rosto em seu pescoço. “Tudo bem. Desculpa por deixar o closet bagunçado, eu sei que você gosta das roupas organizadas. Eu prometo que vou fazer um esforço para deixar tudo arrumado. Chega de sapatos jogados e jaquetas espalhadas pela casa. Eu juro.” Beijei seu pescoço delicadamente, antes de beijar o ponto sensível atrás de sua orelha. “Eu te amo.” Beijei seu templo com força. “Eu te amo demais, Demetria.”

“Você acabou de arruinar o momento.”

Ri levemente para seu tom irritado e beijei seu ombro. “É um nome lindo, admita.”

“Não é.”

Revirei os olhos, brincando com a barra de seu casaco do moletom, enquanto deixava uma linha de beijos pela sua mandíbula. “Eu te amo mais do que qualquer coisa no mundo e eu sinto muito por não dar importância para o que você considera importante. Eu vou mudar isso, prometo.” Beijei o canto de sua boca. “Eu te amo, Demi.”

“Para de falar besteira e me beija.”

“Com todo prazer.”

DD-DD-DD

Deitada na cama de costas, encarando o teto, horas depois, ouvindo sua respiração lenta ao meu lado, decidi que era a pessoa mais sortuda do mundo, sem sombra de dúvidas.

Apesar das discussões idiotas e sem sentido, do ciúme, que não posso negar que sinto também, e das tradições mais malucas, era com ela que eu queria passar os restos dos meus dias. Antes de, sabe, morrer um dia antes dela.

A verdade era crua e indiscutível. Eu podia viver algumas semanas sem ela ao meu lado, mas sabendo que ela estava lá em algum lugar. Mas viver sequer um dia sem ela, com a consciência que nunca a veria de novo, era demais para mim. E, honestamente, eu odeio barcos.