Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

Desculpa a demora, sério mesmo! Vou tentar ser uma pessoa melhor e postar com mais frequência, mas meu tempo está curto e estou muito cansada esses dias. Espero que me desculpem.

DulcePOV

Fiquei olhando para as cinco mulheres no corredor tentando me decidir se eu devia correr ou fingir estar tendo um ataque cardíaco. Elas não apenas pareciam muito animadas, elas pareciam... loucas.

“Boa noite.” Falei calmamente, ainda revendo minhas opções.

“Onde está Demi?” Dallas perguntou rapidamente.

Levantei uma sobrancelha, decidindo que tinha que procurar outra opção. Da última vez que vi Selena, ela me bateu. Miley está namorando um dos meus melhores amigos. Natalie parece que tomou muito café de novo. Melissa parece que viu um pônei saltitando pela rua. E Dallas... Bom, ela é Dallas.

“Na sala.” Respondi depois de crer que minha única opção era fingir um derrame caso Selena tente me agredir novamente.

“Diz pra ela colocar uma roupa decente que vamos sair.”

Olhei para o batente da porta por alguns segundos, revendo, mais uma vez, minhas opções. Era a minha casa e Dallas iria, seriamente, me mandar fazer alguma coisa. Rude.

Derrame não é mais uma opção. Quem sabe... Não vou conseguir contratar ninguém para me sequestrar em cinco segundos. Droga. “Uhum.” Murmurei finalmente, balançando a cabeça. Tentei formar uma frase coerente, como, por exemplo, perguntar o que diabos elas estavam fazendo no nosso apartamento às nove horas da noite de uma quinta-feira. “DEMI!” Gritei por cima do ombro por fim.

“O que?” Ela perguntou de volta, parecendo mal humorada. Não podia culpá-la, estávamos tendo uma maratona de filmes de terror, caramba.

“Acho melhor você vir aqui. Eu só...” Suspirei e balancei a cabeça de novo, olhando para cada uma das mulheres separadamente. “Só vem aqui.”

Demi apareceu segundos depois enrolada na coberta que estávamos usando para nos cobrir. A noite não estava fria, mas não existe coisa melhor do que ficar enrolada no sofá com uma coberta assistindo filmes a noite inteira. Seus olhos se estreitaram quando ela viu as mulheres do lado de fora. “O que vocês estão fazendo aqui?”

“Sua despedida de solteira, claro.” Sua irmã respondeu como se fosse óbvio demais.

Levantei as duas sobrancelhas para isso. “Desculpa, o que?”

“Vai se trocar rápido. A boate abre em uma hora e temos que chegar cedo para pegar uma das alas Vips. Se bem que com vocês três junto não vai ser problema.” Dallas se tornou pensativa por alguns momentos, olhando de Miley para Selena e depois para Demi, antes de dar de ombros. “Quero testar todas as bebidas de lá hoje. Vamos, vamos.”

Demi continuou parada ao meu lado, usando uma camiseta larga dos Cowboys e uma calça de moletom excessivamente verde. “Não.”

Natalie revirou os olhos. “Eu sabia que você ia dizer isso. É por isso que eu trouxe reforços.”

“E eu sabia que a ideia era sua.” Demi rebateu.

“Ah, vamos lá, eu larguei uma tour para vir aqui e Selena cancelou um show. Coloca uma calça descente nessa sua bunda e vamos logo.” Miley fez uma careta para a calça de Demi. Obrigada, alguém concorda que aquela cor é horrível.

“Não me lembro de ter falado nada sobre uma despedida de solteiro.”

“Exatamente. A gente veio de surpresa porque era óbvio que você não ia querer ir. Mas de surpresa seria mais fácil, você tem poucos argumentos preparados.” Dallas falou sabiamente.

Certo, me ignorem. Não é como se minha opinião fosse fazer diferença nessa discussão. “Eu agradeço a intenção, mas não.”

Foi meio cômico quando as cinco reviraram os olhos ao mesmo tempo. “Demi, meu amor, é só uma noite de diversão, ok? Nada de strippers ou algo drástico assim.”

“Infelizmente.” Natalie interrompeu Selena rapidamente.

A garota continuou como se nada tivesse acontecido. “Só vamos passar a noite dançando em uma boate com um monte de gente desconhecida.”

“Parece muito divertido.” Comentei com um suspiro. “Você deveria ir.” Virei-me para Demi e dei de ombros.

“O que?”

“É sério, vai, se divirta. Eu vou ficar e terminar de ver os filmes.”

“Vocês estavam vendo filmes, sério?” Melissa pediu com uma sobrancelha levantada.

“É quinta-feira.” Falei com o mesmo tom incrédulo, enquanto tirava a coberta dos ombros de Demi e colocava nos meus. “Eu vou voltar para o sofá, vocês podem continuar discutindo a vontade.”

Quando me joguei no sofá novamente, apreciando o conjunto de travesseiros arrumados nas minhas costas, Demi apareceu com as mãos no quadril. “O que está fazendo?”

“Assistindo ‘A Exorcista’, tomando chá de camomila, deitada no sofá com minha coberta favorita.” Respondi com um pequeno sorriso. “E você deveria estar se trocando agora, antes que aquelas malucas invadam o apartamento e decidam te arrastar assim mesmo. E, deixe-me te dizer, você não quer ser vista em público com essa calça.”

“Qual o problema com a minha calça?”

Não tive que responder, porque a voz de Dallas provavelmente acordou todo o prédio. “TODOS!”

Rindo, acenei para ela se aproximar. Quando Demi chegou perto o suficiente para eu poder abraçar sua cintura sem tirar os braços de dentro da coberta, sorri e beijei seu estomago por cima da camiseta dois números maior que ela. “Vai se divertir. Você merece uma noite de despreocupação. Mostra para aquelas malucas quem dança como ninguém. Além disso, vai ser a última oportunidade de se divertir.”

“Vamos fazer isso amanhã.” Ela fez beicinho enquanto passava os dedos pelos meus cabelos.

“Não, amanhã vamos relaxar e esquecer qualquer coisa que se relacione a casamentos.” Corrigi rapidamente. “Hoje você vai se divertir e eu vou tomar todo o estoque de chá que temos. Além disso, tenho que terminar os documentos que vou mandar para o México. Se eu fizer isso hoje, amanhã podemos sair mais cedo.”

“É injusto que eu vá dançar e você fique em casa assinando documentos.”

“Isso se chama casamento, meu amor.” Brinquei.

Ela me deu um tapa no ombro e revirou os olhos. “Você tem sorte que eu te amo ou ia ser bem pior.”

“Eu sei.” Beijei seus dedos, então me afastei de repente. “Vai lá.”

DD-DD-DD

Fui acordada por um barulho meio abafado de algo batendo no chão. Não sabia que horas era, mas parecia que eu só tinha dormido dois minutos depois de passar a noite assinando documentos para dar entrada no processo de mudar meu sobrenome no México também.

Segundos depois, ouvi a porta do quarto se abrindo e alguém tropeçando para dentro. “Demi?” Resmunguei enquanto me esticava para ligar o abajur.

É, totalmente bêbada. Demi tropeçou novamente, antes de jogar a jaqueta em cima da porta e jogar os sapatos para longe, quase me acertando no processo. Levantei-me rapidamente e consegui evitar sua queda após tropeçar nos próprios pés.

“Que merda você está fazendo?” Murmurei para mim mesma, antes de levá-la na direção do banheiro.

“Você tinha que ter visto Dallas dançando ‘Like a Virgin’.” Demi, obviamente, teve um ataque de risos por causa disso.

Revirei os olhos e ajudei-a a se sentar ao lado do vaso. “Fique aí por alguns segundos e tente não morrer no processo.” Eu não devia estar com raiva dela, mas o relógio acusava quatro horas da manhã e isso não era bem a hora que eu esperava que ela iria voltar e, principalmente, que voltaria bêbada.

Voltei para o quarto e peguei meu celular, antes de discar para o número de Selena, que deve ter sido a mais responsável, espero. Depois de tocar umas cinco vezes, uma voz sonolenta atendeu.

“Alô?”

“Que merda, Selena.”

“Oi? Quem está...”

“Vocês deixaram Demi beber? Vocês perderam completamente o juízo?!”

“Demi fez o que?” Esperei impacientemente enquanto ela parecia se levantar e espantar o sono um pouco. “Do que está falando?”

“Demi acabou de chegar em casa bêbada. Eu confiei que vocês iriam controlar o consumo de álcool durante a noite.”

“Como assim ela acabou de chegar? Nós saímos da boate meia noite.”

“Nós quem?”

“Melissa e eu. Miley falou que só estava esperando o motorista chegar e Dallas disse que ia deixar Demi em casa.”

“O quanto vocês beberam?”

“Praticamente nada. Só bebemos um pouco de champanhe quando chegamos, brindamos ao casamento, então Demi dividiu uma cerveja comigo e depois passamos o resto da noite bebendo coquetéis sem álcool.”

Suspirei e passei a mão pelo meu rosto. Ouvi Demi vomitando no banheiro e lamentei quando imaginei como ela reagiria de manhã. “Certo, desculpa te acordar a essa hora.”

Desliguei sem esperar uma resposta, e procurei na minha agenda para achar o nome de Dallas. Tive que tentar duas vezes, antes dela atender com a voz muito irritada.

“São quatro horas da manhã, é melhor isso ser importante.”

“Se você considera o fato da sua irmã ter acabado de chegar bêbada importante, então sim.”

“Que?”

“Selena disse que você ia deixá-la em casa. O que aconteceu?”

“Eu, hm, bom eu ofereci carona para ela, mas Demi disse que ia pegar um táxi, porque o apartamento de vocês fica a quatro quilômetros da minha casa.”

“Então você apenas a deixou sozinha em uma boate?”

“Não vou tão irresponsável assim, obrigada. Fiquei esperando com ela, quando o táxi chegou, eu fui embora.”

“Viu ela entrar no táxi?” O silêncio era a resposta que eu procurava. “Me diz que ela não passou de uma taça de champanhe e meia cerveja, por favor.”

“Ela estava tomando alguns coquetéis, mas Demi disse que era sem álcool.”

“E você não checou?”

“Eu confio na minha irmã, ela não é tão sem juízo quanto as pessoas fazem parecer.”

“Então pode me dizer por que ela está vomitando os rins pra fora nesse exato momento?” Suspirei, sentindo a derrota me bater com força. “Boa noite.”

Joguei o celular em cima da cama, sem me importar quando ele bateu no colchão e caiu no chão. Voltei para o banheiro e ajudei-a a se levantar, antes de caminhar de volta para o quarto, com uma pequena pausa para ela vomitar na frente da cama, claro, porque a noite não estaria completa sem isso.

Deixei-a deitada na cama, enquanto limpava o chão e tentava eliminar o cheiro horrível do banheiro. Quando terminei, Demi já estava dormindo, parecendo uma estrela-do-mar na cama. Eu sabia que nunca iria conseguir voltar a dormir, nem se quisesse, então fui para a cozinha e fiz o café mais forte possível, enquanto tentava achar as pílulas para a dor de cabeça que tenho certeza que ela iria sentir de manhã.

Aparentemente, eu tomei a última ontem depois de falar com meu pai pelo telefone. Ótimo. Suspirando, coloquei um casaco e calças de moletom e saí do apartamento dividida entre sentir raiva ou frustração. A única farmácia aberta 24h ficava a dez minutos de carro e o vendedor estava tão frustrado quanto eu por ter que trabalhar às cinco da manhã.

Vi alguns paparazzi me seguindo pelo caminho e tenho certeza que vou achar uma reportagem com meu nome e algo como ‘indo para a farmácia’ quando chegasse em casa. Como se isso fosse mudar alguma coisa na vida de alguém. De qualquer forma, comprei um grande estoque de remédios para dor e voltei para o apartamento. Coloquei um copo d’água e dois comprimidos na mesa de cabeceira do seu lado da cama.

Deitei no sofá para assistir os primeiros noticiários do dia, com uma caneca de café na mão e a jarra na mesinha de centro. A manhã foi tranquila, como o esperado. Só era possível ouvir poucos barulhos vindos do quarto, principalmente de sua respiração, e Demi não deu sinais de acordar até meio dia, quando eu comecei a fazer algo simples para comer, já que não estava com cabeça para pensar em algo diferente.

O primeiro sinal de vida foi um gemido quando eu bati a panela no fogão. Sem nenhuma delicadeza, sim. Esperei mais alguns minutos, mas nada mais aconteceu, então terminei meu almoço em silêncio. Quando comecei a lavar a louça, outro gemido atravessou o apartamento, parecendo mais atento aos arredores. Revirando os olhos, terminei de lavar a louça e fui até o quarto.

Sua posição era a mesma, parecendo uma estrela-do-mar morta no meio da cama, mas uma careta de dor cruzava suas feições. Fiquei escorada na porta enquanto Demi espantava o sono aos poucos e ia se sentando na cama, parecendo confusa. Ela tomou os dois comprimidos sem sequer um segundo pensamento e se jogou na cama de novo.

“Coquetéis sem álcool, sério?” Zombei, pegando seu casaco de cima da porta e jogando no meu ombro, enquanto pegava os sapatos do meio do quarto. Ok, talvez fosse mesmo irritante fazer isso, sei porque ela fica irritada por ter que fazer isso com as minhas roupas.

“Eu fui atropelada por um trem ou algo assim?” Ela murmurou.

“Algo assim.” Suspirei de dentro do closet, onde arrumava os itens nos lugares que já os havia visto antes. Voltei para o quarto para vê-la sentando na cama com as mãos na cabeça, como se seus neurônios estivessem tentando sair. “Vai tomar um banho, não consegui te trocar antes.” Mandei, puxando novos lençóis para a cama de uma cômoda no canto. Era incrivelmente nojento, mas não havia como trocar sua roupa quando ela chegou naquele estado, principalmente depois que ela vomitou no chão na frente da cama e praticamente nela mesma.

Mudei os lençóis rapidamente depois que ela foi para o banheiro, colocando os sujos na cesta que levaria para a lavanderia mais tarde. Fiz mais café e sentei no balcão da cozinha, olhando os números mudando quase torturadamente lento no relógio pendurado acima da geladeira. Eu não estava sentindo outra coisa a não ser culpa por não ter ido junto. Confiei plenamente nelas porque sei que nenhuma das cinco iria querer algum mal para Demi, mas elas também confiaram demais no fim de um vício. Acontece que não existe um fim. O vício sempre está lá, na parte de trás da sua mente, procurando um espaço para voltar com tudo e te bater com força.

No aniversário de Demi, fui igualmente irresponsável por deixá-la beber, então não podia culpar nenhuma delas por isso. Nem Demi, por sinal, porque, como eu disse, o vício só espera uma fraquejada. E eu sei disso. Na verdade, estava ‘limpa’ desde o incidente da morte do meu amigo da clínica. E Demi estava limpa das bebidas desde seu aniversário, que não foi bem uma recaída, porque ela conscientemente estava bebendo. Ela podia estar pior no seu controle emocional e ter se cortado a apenas alguns meses, mas seu vício com drogas e álcool era algo muito bem controlado.

Quando o relógio marcou mais de uma hora passada desde que Demi entrou no banheiro, decidi que talvez fosse um bom momento para ver se ela não se afogou no próprio vômito. O banheiro estava envolto em vapor, que, ao mesmo tempo dificultava a visão, tanto quanto aquecia. Graças ao boxe de vidro, pude ver Demi agachada em um dos cantos, com as mãos no rosto e o corpo pulando com soluços.

Aquilo apenas quebrou meu coração de uma forma inexplicável. Sem me importar com minhas roupas, sentei ao seu lado e fiquei em silêncio ao seu lado por alguns minutos, até reunir meus próprios pensamentos.

“Nada contra ao que estamos fazendo agora, mas... Eu não acho que sentar no chão do banheiro seja a coisa mais higiênica do mundo.” Péssima piada. Conserte isso. “Mas uma ida ao hospital faria bem, eu estou com uma dor de cabeça do cão agora.” Pior ainda. Deus, você levou meu cérebro pra longe? “Eu sei que você está se sentindo como merda atropelada por um trem agora, mas não é tão ruim quanto parece.”

“Não é tão ruim quanto parece?” Demi me olhou como se eu tivesse confessado usar uma fantasia de pinguim gigante. “Como isso não é ruim? Eu joguei fora todo o meu tratamento em uma única maldita noite.”

Fiz uma careta. “E, como eu disse, não é tão ruim quanto parece.” Suspirei e estiquei minhas pernas, deixando meu moletom favorito ficar completamente encharcado embaixo do chuveiro. “Você se lembra daquela noite que eu te liguei contando a história mais dramática do mundo e dizendo que só iria jogar meu carro pela ponte e acabar com toda a vergonha que eu sentia? Eu também joguei meu tratamento fora naquela noite. E estou aqui, não é?”

“Você fez aquilo inconscientemente. Eu enganei todo mundo, inclusive minha irmã, e fiquei bêbada de livre e espontânea vontade.”

“Pode não ter sido a coisa certa a fazer, tudo bem, mas você não assassinou ninguém, você não machucou você mesma, nada de ruim aconteceu. Ok, você bebeu e está com uma ressaca do demônio, mas isso não vai acabar com a sua vida, porque eu sei quanto você é forte.”

Demi olhou para suas tatuagens nos pulsos por longos minutos, antes de soltar um soluço quebrado. “Tudo o que eu quero fazer agora é ir para a cozinha e tomar a maldita garrafa de vinho que eu sei que está lá. Eu arruinei tudo.”

Respirei fundo e olhei para a parede, tentando achar a coisa certa a falar. Acontece que não existe. Não há nada que eu possa falar que vá resolver as coisas de repente. “O que você quer que eu faça? Quer que eu levante e jogue fora qualquer bebida alcoólica da casa? Quer que eu fique aqui vendo a água potável do planeta indo pelo ralo? Quer que eu diga que a culpa não é sua? Quer que eu diga que a culpa é sua? Quer que eu te tranque em uma clinica de reabilitação de novo? Quer que eu saia e finja que nada aconteceu? Porque eu vou fazer, é só você me falar o que quer que eu faça primeiro.”

“Quero que você volte no tempo e me impeça de fazer isso.” Ela murmurou.

Bufei. “Bom, aí está algo que eu não posso fazer. E não sei se existe algo que eu possa. Esse sentimento não vai embora.”

Demi me olhou com os olhos vermelhos e inchados, com mais lágrimas caindo. “Você se sente como merda ainda? Depois de todos esses meses?”

Suspirei e olhei para o teto, agora tentando impedir que minhas lágrimas caíssem. “Sim. Eu usei drogas e posso não me lembrar de como fui parar lá, mas o fato é que usei. É verdade que eu nunca mais usei depois daquilo, não é como se eu tivesse me viciado novamente, mas a culpa não vai embora. A culpa de ser fraco e ter uma recaída nunca vai embora. Você sabe disso.”

Ela acenou em acordo tão triste que terminou de destruir meu coração. “Eu sei o que eu quero que você faça.”

“Qualquer coisa, pode falar.”

“Eu quero que você vá embora.”

Fiz uma careta. “Ok, posso fazer isso. Eu volto mais tarde para a gente ir para o hotel.”

“Não. Eu quero que vá e não volte.”

Começamos uma disputa de olhares, nenhuma das duas querendo desistir, até que suspirei, mais uma vez, e me levantei, sentindo o peso das minhas roupas. “Você pode achar que é isso que quer, por qualquer motivo que sua mente esteja inventando agora, mas não posso fazer isso, sinto muito. Vou ser completamente egoísta agora e vou me recusar a sair do apartamento. Eu não vou te deixar sozinha agora e muito menos vou deixar você me afastar. Você pode ter desistido, mas eu não desisti de você. Eu sei que foi um momento de fraqueza e merda acontece. Você tem que levantar a cabeça e parar de agir como se tivesse cometido o pior crime do mundo. Você não é uma fracassada, nem acabou com seu tratamento, Demi, você só precisa acreditar em si mesma de novo.”