Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

Desculpem a demora, semana agitada :/

DemiPOV

“Pra quem você anda passando mensagem o dia inteiro?”

Eu dei um pulo na cadeira. Havia me esquecido que Selena estava sentada ao meu lado. Quando a olhei, ela tinha um pequeno sorriso divertido. “O que?”

“Quem é a pessoa que você anda passando mensagens o dia inteiro?” Ela repetiu com um sorriso maior.

“Ninguém.” Coloquei meu celular na mesa rapidamente, decidindo que poderia responder sua mensagem depois. Foi uma péssima jogada, porque Selena pegou meu celular e sabia a senha.

E ela podia ser muito rápida quando queria. Eu mal tive tempo para mexer um dedo, mas o celular já estava na sua mão e ela já estava lendo as mensagens. “Quem é Dulce?”

“Você iria acreditar que é uma fábrica de doces?” Ela levantou as sobrancelhas e eu sabia que era melhor falar a verdade. “Dulce Maria.”

“A ruiva daquela banda mexicana?” Eu podia dizer que ela estava muito confusa e até tinha razão para isso.

“É. Ela mesma.”

Seu olhar voltou para o celular e ela continuou lendo as mensagens, parecendo mais e mais confusa a cada mensagem que lia. Por fim, ela recolocou o celular na mesa, cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.

“Você pode começar a explicar. Do início, de preferência.”

“Eu não sou obrigada a explicar. E qual o problema em passar mensagens para ela? Ela é legal.”

Selena me olhou como se meu olho tivesse acabado de rolar pela mesa. “Demi, meu amor, não são apenas mensagens. Quando você a conheceu?”

“Faz alguns meses, nos conhecemos em uma festa no México.”

“Por que?”

“Por que o que?”

“Por que estão trocando mensagens?”

Franzi a testa. Ela vai jogar as 20 perguntas comigo? “Ãn, eu não sei, por que ela é legal talvez?”

Outra mensagem chegou antes que ela pudesse continuar o interrogatório e, novamente, ela foi muito rápida. “Você não sabe a coisa maluca que eu vi lá fora agora.” Ela leu, antes de olhar para mim de novo. “Vocês ficam trocando mensagens sobre o dia? Que diabos está fazendo?”

“Dá isso aqui!” Peguei meu celular e bufei, antes de perguntar o que ela tinha visto e guardar o celular no bolso de trás da calça. “E qual é o problema de falar com ela?”

“Bom, você geralmente não é fã de ficar mandando mensagens aleatórias para alguém que mal conhece.”

“Ela está viajando. O único jeito de conhecê-la no momento é por mensagem.”

“Então você quer conhecê-la?”

Meu celular vibrou e eu olhei a mensagem rapidamente. “Tem um garoto pelado lá fora enrolado em uma toalha com uma foto minha e segurando um cartaz escrito: quero entrar na sua Câmara Secreta. Tenho certeza que ele é brasileiro.”

Selena só ficou me encarando enquanto eu gargalhava e respondia rapidamente. Ela teve que acenar a mão na frente do meu rosto para eu voltar à realidade. “O que?”

“Perguntei se você quer conhecê-la.”

Dei de ombros. “Ela é divertida, engraçada, inteligente, simpática. Não vejo porquê não.”

Selena suspirou e segurou minha mão entre as dela. “Você sabe que pode me contar qualquer coisa.”

Franzi a testa e olhei em volta por um momento, tentando decidir se era realmente para mim que ela falava aqui. “Com certeza. Por que você está estranha e agindo como se eu tivesse câncer?”

Ela hesitou por alguns segundos. “Miley e eu conversamos algumas vezes sobre... você. Ficamos preocupadas que você talvez estivesse negando algo para si mesma.”

Novamente, tive que olhar para trás para garantir que era comigo que ela estava falando. “Sel, eu não tenho ideia do que você está falando. E você está me assustando, então, vai direto ao ponto.”

“Ah, nada.” Ela se afastou rapidamente e voltou a comer. Sua atitude negava sua afirmação, mas eu não tinha ideia do que ela estava falando e não queria obrigá-la a terminar de falar algo que ela tinha claramente se arrependido de começar. “Então, sobre o que vocês conversam na maioria das vezes?”

“Sobre nada, besteiras geralmente. Às vezes ela manda alguma história engraçada para eu ler quando tenho que entrar em um elevador.”

Ela me olhou de novo, parecendo que ia comentar algo, mas apenas balançou a cabeça. “Parece interessante. Como vai a semana de folga?”

Não voltamos ao assunto pelo resto da noite e eu ainda não conseguia entender o que ela queria dizer sobre “coisas que eu negava a mim mesma”. De qualquer forma, voltei para casa e fui assistir um filme de terror que passava na TV. Pouco depois, meu celular tocou e eu peguei-o sem desgrudar os olhos da tela, onde o personagem agora se afogava no próprio sangue.

“Alô?”

“Você parece distraída. Foi uma hora ruim para ligar?”

“Oi? Ah, não, está tudo bem.” Deixei a TV no mudo e sentei-me rapidamente. “Olá.”

Ouvi uma risada suave e sua voz cheia de sotaque super fofa logo depois. “Olá. Estou pensando em fazer uma coisa louca.”

“Não envolve drogas, certo?”

“Não. Estou limpa a uma semana. Incrível não?” Sua voz parecia zombeteira e eu suspirei. “Mas não. Envolve algo muito mais louco.”

“Vai pular de pára-quedas?”

“Medo de altura, lembra?”

“Descer uma ladeira com um monociclo?”

“Gosto dos meus dentes.”

Eu ri. “Ok, desisto. O que você está pensando em fazer?”

“Na verdade, acabei de decidir que vou fazer. Mas vai ser uma surpresa. Ligue a TV no canal 4 amanhã, aposto que eles vão começar as fofocas muito rápido. Você acha que eu vou ter que pagar o hospital quando meu agente tiver um ataque cardíaco?”

“Não faço ideia. Você vai largar tudo para participar do Médico Sem Fronteiras?”

“Como você descobriu meu diploma falso?”

Fingi pensar por alguns segundos. “Invadi sua casa procurando coisas constrangedoras para usar contra você. O que é aquele vibrador rosa?” Ouve um barulho estranho do outro lado e eu comecei a rir quando percebi o que era. “Você acabou de cuspir, não foi?”

“Não é legal brincar desse jeito com as pessoas! Meu Deus, é suco de uva, isso vai ficar uma mancha na minha camiseta.”

“A culpa é inteiramente sua. Você não aguenta minhas piadas.”

“Desculpe se eu me surpreendo com seu humor negro, só pensei que você seria mais... certinha.”

Ri novamente. “Você não podia estar mais errada.”

“Agora só falta falar que participou de uma orgia.” Fiquei em silêncio, então ouvi ela engasgando do outro lado. “MEU DEUS!”

Devo ter demorado dois minutos para conseguir parar de rir. “É claro que não. Também não é pra tanto.”

“Graças a Deus. Eu pensei que ia ter que te levar para a Igreja, direto para o confessionário.”

“Há-há. Muito engraçada. Aposto que você também não é nenhuma Madre Tereza.”

“Ah, por favor, eu sou um anjinho. Minha mãe me criou para ser a próxima Madre Tereza.”

“Claro que sim.” Sorri para seu sotaque forte e limpei a garganta. “Bom, não que eu esteja reclamando, mas foi só para me avisar de sua ideia brilhante, que você nem vai me contar o que é, que você me ligou?”

“Talvez eu só quisesse ouvir sua voz. Ou talvez quisesse pedir o que fazer caso meu agente corra atrás de mim com uma espingarda.”

“Eu aposto metade do meu fígado e meu pulmão esquerdo que ele não vai fazer isso. Não sei o que você vai fazer, mas não deve ser tão grave. A menos que você for matar alguém... Você não vai, certo?”

“Estou rezando para que ninguém morra. Aliás, o garoto tarado está me seguindo na viagem. Já vi ele em dois hotéis até agora. Não sei o que a mãe dele acha disso.”

“Provavelmente deve achar que ele é o máximo. Onde está agora?”

“Itália. Depois da minha revelação amanhã vou viajar para o Brasil.”

“Ah, Brasil, saudade. Sabe, eu tenho vontade de conhecer a Itália.”

Ela parecia muito surpresa quando voltou a falar. “Não me diga que nunca foi para a Itália!”

“Apenas a trabalho, o que não conta como conhecer um lugar.”

“Bom, deixe-me dizer que você não sabe o que está perdendo. Você tem que vir para cá um dia. Roma é incrível, mas eu adoro Verona e o Acquario di Genova é demais.”

“Não me diga que você fala italiano!”

“Eu fiz um curso a alguns anos quando estava de férias.” O mais incrível foi que ela não falou isso como se achasse o fato dela falar italiano incrível e que o mundo deveria saber disso. Ela apenas respondeu minha pergunta, sem se gabar do fato.

“Além de bonita e engraçada, fala italiano. Inacreditável.”

“Hm, bom, você deve conhecer a Itália um dia.”

“Eu deixei você envergonhada?” Eu provoquei, rindo.

“Por favor, não me deixe ainda mais vermelha. Vou demorar dois dias para voltar à cor normal.”

Sorri largamente e abracei a ponta da coberta que estava nos meus pés mais forte. Nesse tempo em que temos nos falado descobri muitas coisas sobre Dulce. Ela tem muito bom humor, é inteligente, educada, engraçada, tem um coração enorme e não é nem um pouco convencida sobre o fato de falar italiano, saber surfar ou ter a maior coleção de camiseta dos Beatles do mundo (ela me contou sobre a coleção depois que eu falei que quase tinha atropelado Paul McCartney, o que ainda me faz sentir culpada).

Além disso, ela é capaz de fazer qualquer coisa para te animar, se for preciso. Ontem eu estava meio para baixo porque minha folga acabada amanhã, então ela colocou o celular no viva-voz, foi até a recepção do hotel que estava e perguntou para a recepcionista se era permitido guardar heroína nos buracos do corpo naquele país, apenas para me fazer rir. E, diga-se de passagem, eu ri durante meia hora.

E acho que me enfiei em um buraco muito grande, porque era quase impossível resistir a mandar mensagens para ela. Era a primeira coisa que eu fazia de manhã e a última que fazia a noite, por mais que eu tentasse resistir a fazer isso.

“Então, além de falar inglês e italiano, falta falar francês também.”

“Eu tentei aprender francês, mas acabei desistindo. Bateria parecia muito mais legal na época.”

“É uma pena. Achei que ia encontrar alguém para treinar meu francês.”

“Você fala francês?”

“Tenho aulas no meu tempo livre.” Dei de ombros, apesar dela não poder ver.

“Então, além de linda, inteligente, simpática e bem humorada, fala francês? Por que você não tem seu próprio país ainda?”

Eu ri, antes de morder o lábio inferior. “Obrigada.”

“Pelo que? Eu não vou te dar o meu país, se é disso que está falando.”

Sorri, balançando a cabeça. “Não. É que a maioria das pessoas para no ‘linda’.”

Ouvi ela suspirar. “A maioria das pessoas não vê o quão incrível você é. É linda por dentro e por fora. Tem um coração enorme e um sorriso lindo.”

“As pessoas costumam falar sobre minha bun.da também.” Comentei depois de alguns segundos, sem saber como responder à sua declaração, que fez meu coração bater um pouco mais rápido.

“Bom, serei mais respeitosa que elas. Mas, se quiser, posso falar sobre ela também.” Ri suavemente e abracei meus joelhos contra meu peito. “Mas é sério. Você tem o sorriso mais lindo do mundo, e isso quer dizer alguma coisa, porque eu geralmente acho o sorriso sem dentes da minha sobrinha o mais lindo.”

“Ela deve me odiar por pegar o lugar dela.”

“Não se preocupe, meu coração é grande o suficiente para as duas.” Por algum motivo, eu acho que estamos flertando, ou, pelo menos, ela está flertando comigo. “Além disso, ela tem todos os seus CDs e para deixá-la falando por horas é só falar seu nome. É impossível que ela te odeie. A menos que você pegue seu ursinho de pelúcia, Cho, sem sua permissão. Ela vira o demônio.”

Sorri. “Quantos anos ela tem?”

“Fez cinco semana passada, infelizmente eu não pude ir à sua festa. Minha irmã quer me matar, mas eu estava presa na Espanha. Mas você está desviando de assunto, senhorita Lovato.”

“O que?”

“Estávamos falando sobre sua incrível capacidade de ter um sorriso lindo e falar francês, então você desviou o assunto para longe de você. Muito esperta, devo comentar.”

“Pois eu me lembro de que estávamos falando sobre você ser incrível e falar italiano, então você mudou de assunto.”

“Que tal mudar de assunto de vez?”

Balancei a cabeça. “Quando você volta?”

“Ansiosa para me ver?”

“Você nem tem ideia.” Brinquei, tentando esconder o fundo de verdade de mim mesma.

“Bom, você será agraciada com minha presença só mês que vem. Mas só vou ficar três dias em Los Angeles, então vou para o México.”

“Visitar a família?”

“Trabalho. Daria metade do meu fígado e meu pulmão esquerdo para umas férias decentes. De qualquer forma, acho melhor eu ir. Tenho que realizar meu plano antes do meu agente acordar amanhã e depois tenho que enfrentar seus gritos. E aqui já é uma hora da manhã. Tente não sentir tanto minha falta.”

“Acho que isso vai ser impossível.” Revirei os olhos. “Espero que seu plano dê certo. Boa noite.”

“Boa noite, senhorita Lovato, durma bem.”

Quando me deitei no sofá e religuei o volume da TV, tendo que achar outro canal porque o filme havia acabado, não pude deixar de pensar que talvez, apenas talvez eu estivesse sentindo mais sua falta do que deveria.