Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato

DemiPOV

Acho que nunca me senti mais alegre antes na minha vida do que no dia em que Dulce assinou os últimos papéis e os entregou para a justiça americana e mexicana. Tudo que eu queria fazer era abraçá-la e nunca deixá-la ir, ao mesmo tempo em que queria subir em cima de um telhado e gritar para todos ouvirem.

Mas consegui controlar meu temperamento momentâneo de Neandertal e só postei a notícia no Twitter, junto com uma foto do novo autógrafo de Dulce, que ela escreveu delicadamente em um guardanapo durante nosso jantar de comemoração.

Dulce agora se chamava Dulce Maria Lovato e, porra, isso era uma bela de uma emoção.

Nossa primeira entrevista depois do casamento seria para Ellen DeGeneres, obviamente. Mesmo que Dulce já a conhecia ainda parecia tão animada quanto da primeira vez enquanto pulava pelo camarim. E parecia uma criança na manhã de Natal quando fomos chamadas para gravar.

Duas semanas depois, estávamos reinstaladas no nosso apartamento e curtindo as férias prolongadas. Mitchell havia conseguido mais um mês de folga para nós e eu estava realmente muito grata por ele ser o meu agente. Continuamos com praticamente a mesma rotina. Nós acordávamos e, quando tínhamos coragem de levantar, Dulce ia fazer o café da manhã enquanto eu usava o banheiro. Depois, eu arrumava a mesa e ela ia para o banheiro. Tomávamos o café juntas, eu tomando metade de sua xícara de café e ela comendo metade da minha comida.

A maior diferença eram os anéis em nossos dedos e, principalmente, eu podia chamá-la de ‘esposa’.

Aproveitamos o tempo para fazer um almoço especial como forma de comemorar nossa nova vida. O apartamento não tinha espaço suficiente, apesar de ser enorme, então usamos a casa da minha mãe como local. Foi um dia maravilhoso, cheio de brincadeiras, histórias e risadas. Nossos amigos conseguiram tempo na agenda e até os pais de Dulce se afastaram de casa por três dias. Sei que eles iriam gostar se fôssemos morar em algum lugar perto deles, ou qualquer parte do México, na verdade, mas não havíamos falado sobre isso. Não que eu tivesse algum problema em mudar para lá, mas sei que Dulce aprecia a distância que tem da família na maior parte do tempo.

Los Angeles era um lugar quente onde raramente chovia, mas, quando começava, era difícil parar. Felizmente, naquele mês, não houve nenhuma tempestade, para alegria de Dulce, mas houveram uma sequencia de dias mais frios, que trancou várias pessoas em casa. O inverno estava começando novamente e aquele era o primeiro aviso.

Foi em um desses dias onde nos encontramos sentadas na frente da lareira, enroladas em um cobertor, assistindo um filme qualquer na TV. Eram momentos como aquele que me faziam ter certeza de que a amava e que amava a vida que tinha com ela.

Estávamos na metade do filme, quando uma fina garoa começou, fazendo um barulho calmante contra a janela. “Eu vou fazer chocolate quente, quer?” Perguntei de repente.

Dulce fez beicinho. “Isso implica em você sair daqui.”

“Obviamente, já que a cozinha está lá.” Rebati com um sorriso. Beijei seu beicinho rapidamente e levantei-me antes que ela pudesse protestar mais.

Geralmente, as tarefas culinárias não eram minhas, mas eu estava me esforçando para aprender a fazer algumas coisas. Não era justo com Dulce que ela cozinhasse toda vez. Até agora, havia conseguido fazer macarrão mal cozido com um molho muito salgado, mas estava a meio caminho de fazer algo comestível.

“Rápido! Estou com frio!” Ouvi-a reclamando da sala.

Revirei os olhos, mas com um sorriso carinhoso. “Paciência!” Minutos depois, voltei para a sala com duas xícaras de chocolate quente e entreguei uma para ela. “Cuidado, está quente.”

Tarde demais. “Caramba, está quente!”

Tive que rir de sua cara de desespero quando ela começou a abanar, inutilmente, a língua com a mão. “É claro que está, acabou de sair do fogo.”

Dulce murmurou algo sobre sua respiração e ergueu o cobertor. “Entre logo e venha me esquentar.”

“Tão mandona.” Brinquei.

“Sim, bem, se acostume. Agora somos casadas, eu posso mandar o quanto quiser.”

Sorri e nos cobri totalmente, antes de me inclinar e beijar seu templo. “Vou fazer o que quiser.”

“Tudo o que disser pode e será usado contra você.” Dulce tinha um sorriso divertido, mas seus olhos brilhavam com alguma emoção indecifrável.

Dei de ombros. “Acho que vou ter que lidar com isso.”

Dulce passou seu braço por minha cintura e deitou a cabeça em meu ombro com um suspiro. Passei meu braço por cima de seus ombros e beijei a lateral de sua cabeça. Eu simplesmente adorava momentos como aquele, onde éramos apenas ela e eu, abraçadas, curtindo o momento.

Pouco depois do filme terminar, nossas xícaras já estavam afastadas e completamente vazias, então o interfone tocou e Dulce gemeu. “Que horas são?”

Olhei rapidamente o horário no meu celular. “Meia noite.”

“Quem aparece na casa dos outros nessa hora?” Ela resmungou. O interfone tocou novamente e Dulce se afastou.

“Ah, não, é tarde, deixe tocar.”

“Ou eu posso ir e me livrar disso logo, e podemos fazer algo melhor depois.”

Sorri ao identificar seu tom sensual. “Totalmente de acordo, mas seja rápida.”

Poucos segundos depois, Dulce havia desaparecido atrás da parede para atender o interfone que ficava ao lado da porta. Fiquei trocando de canal para passar o tempo, até ela voltar com um olhar meio confuso.

“O que foi?” Perguntei ao ver sua testa franzida.

“Maite está subindo.”

Levantei uma sobrancelha. “O que?”

“Maite está aqui. Bom, vai estar, em alguns segundos.” Dulce olhou em volta como se procurasse uma resposta. “Que merda aconteceu agora?”

“Talvez ela queira te pedir um conselho sobre como pedir desculpas para Anahi.” Comentei.

Dulce balançou a cabeça. “Ela não teria viajado no meio da noite para isso.”

Não houve mais tempo para sugestões, porque uma batida na porta seguiu sua frase. Levantei-me rapidamente e segui Dulce para a porta. Maite estava do outro lado, com gotas de água escorrendo de seu corpo e molhando o chão, os olhos vermelhos e inchados e o telefone na mão.

“Parece que você foi atropelada por um ônibus.” Dulce comentou, ganhando uma cotovelada nas costelas por causa de sua falta de delicadeza. Ela me olhou meio surpresa. “O que foi? É verdade.”

Revirei os olhos. “Perdoe minha esposa, ela pode ser bem insensível às vezes.” Dei um passo para o lado para deixá-la passar. A água no chão não era um problema naquele momento.

“O que aconteceu?” Dulce perguntou enquanto levava Maite para a cozinha.

As duas se sentaram na mesa e decidi fazer mais chocolate quente. Ela estava tremendo de frio e chocolate quente é bom para qualquer momento, seja triste ou alegre. Se bem que aquele momento não parecia muito feliz.

“Eu fiz uma besteira.” Maite conseguiu sufocar entre um soluço repentino. “Uma besteira das grandes.”

“Você atropelou alguém? Assassinou alguém? Chutou um cachorro? Ai, meu Deus, você falou para Christian que aquela calça que ele sempre usa é um horror.”

Maite balançou a cabeça, sem se abalar com as piadas, totalmente sem graça, de Dulce. “Eu estraguei tudo.”

“Estragou o que? Com quem?” Dulce perguntou rapidamente. “Minha bola de cristal está meio fora de ar no momento.”

Maite revirou os olhos. “Com Anahi.” Esclareceu.

Tentei não bater em Dulce quando ela riu, me distraindo em arrumar as três xícaras de chocolate quente. “É claro que sim. Mas isso faz tempo.”

“Não, Dulce, de verdade, dessa vez eu ferrei com tudo.”

“Wow, você acabou de falar um palavrão. A coisa deve tá feia.”

Sentei-me na frente de Maite, já que Dulce ocupava a ponta da mesa, e distribuí as xícaras rapidamente. “Obrigada.” A morena murmurou, colocando as mãos em volta da xícara. Ela parecia se acalmar um pouco com o calor e o cheiro. “A coisa está pior do que só feia, Dulce. Ela está horrível. Ela está completamente fodida.”

Dulce ergueu uma sobrancelha. “Você falou algo sobre o cabelo dela?”

“Quem me dera, as coisas seriam bem mais fáceis se fosse isso.” Maite bufou e tomou um gole da bebida quente.

“Por que não vamos do começo ao invés de ficar tentando adivinhar?” Sugeri.

“Claro.” Ela respirou fundo. “Eu... Ok, tudo começou no casamento de vocês.”

“Anahi parecia que foi chutada para fora do SPA. Parecia um cachorro perdido.” Dulce comentou.

“Eu sei. Depois daquele dia que vocês me viram na casa dela... Eu surtei e terminei tudo entre nós. Não me peça o motivo, eu só não podia lidar com o fato de alguém saber. Então, no casamento, eu tentei ficar o mais longe dela possível, mas ela estava tão linda.” Maite suspirou. “Eu acabei transando com ela no banheiro.”

Dulce arregalou os olhos. “Você transou no meu casamento?! Caralh*!”

Lhe dei um soco no ombro em forma de aviso. “Não a interrompa.”

“O que? Eu me surpreendi. Nunca pensei que a santinha aqui ia transar no banheiro do casamento de alguém! Muito menos com Anahi e no meu casamento!”

Maite lhe deu um soco no outro ombro. “Me deixa terminar.”

“O que está acontecendo com toda a agressão?” Dulce resmungou, esfregando os locais atingidos. “Continue.”

“Depois daquilo, eu entrei em pânico de novo, porque, quando eu estava saindo, esbarrei na irmã de Demi. Ela não viu nada, mas eu pensei que, talvez, ela pudesse saber o que estávamos fazendo.” Maite tinha uma expressão meio em pânico como se estivesse retornando a aquele momento. “Então eu fui encontrar algum dos meninos para me distrair. Acontece que me distraiu mais do que eu queria. Eu acabei bebendo demais, ok, admito, mas eu estava com medo!”

“O que você fez?” Dulce perguntou em um tom meio acusador.

Maite engoliu em seco. “Eu dormi com o Ucker.”

Dulce engasgou com a própria saliva e olhou para a amiga como se uma segunda cabeça tivesse brotado de seu pescoço. Sei que minha expressão não estava muito diferente. “Por favor, diz que está brincando. Na verdade, Anahi está lá embaixo rindo, nesse exato momento. Vocês vão se casar mês que vem.”

A morena suspirou. “Eu gostaria de poder dizer isso.”

“Você transou mais que eu no dia do meu casamento! Isso é tão injusto!”

“Olha, foi um erro de uma noite. Ucker e eu concordamos nisso e decidimos que nunca mais ia acontecer e que isso não iria atrapalhar a nossa amizade. Inclusive combinamos de nunca mais falar sobre isso de novo. Nunca aconteceu, simples assim. Eu nem contei para Anahi, mas ela sabia que algo estava errado. Ela me viu saindo da festa com ele e me ligou no dia seguinte. Eu estava gaguejando, obviamente ela desconfiou de algo, mas nunca perguntou e eu também não falei. A coisa ficou mais complicada duas semanas atrás.”

“Ela descobriu?”

“... Não.” Maite negou com certa hesitação, como se não tivesse certeza de como responder. “Não até hoje de manhã.”

Dulce ergueu uma sobrancelha. “Você contou para ela? Isso foi apenas cruel, Maite. Você não trai e diz.” Engoli em seco na lembrança e tentei agir normalmente. “Você nem trai, mas, se trair, não fale.” Dulce balançou a cabeça. “Crueldade.”

“Eu não tinha opção, Dulce!” Maite exclamou rapidamente.

Dulce olhou para mim, parecendo perceber o erro da frase anterior, mas não comentou nada ao ver meu desconforto. Ela voltou a olhar para a amiga e respirou fundo. “O que aconteceu? Ucker deixou escapar? Anahi ouviu alguma conversa? Você guardou a cueca dele na gaveta?”

Maite suspirou tristemente. “Eu estou grávida.”

DUM-DUM!