Fanfics Brasil - 95 Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada

Fanfic: Made In The USA (DulcexDemi) - Finalizada | Tema: Dulce Maria, Demi Lovato


Capítulo: 95

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DulcePOV


Fiquei em estado de choque, sentada na cadeira com a mesma expressão e posição por tempo suficiente para meus braços começarem a ‘dormir’. Maite estava me olhando com pânico nos olhos, mordendo o lábio inferior e parecendo uma mula perdida no deserto. Eu podia sentir os olhos de Demi indo de mim para ela várias vezes.


Depois de longos minutos, eu balancei a cabeça e me inclinei para mais perto. “Desculpa, eu acho que viajei por um segundo. O que você disse?”


“Eu estou grávida, Dulce.”


Mais um minuto inteiro, antes que eu afastei minha cadeira com uma risada sem humor algum e me levantei. “Claro que sim.” Zombei. “Não é legal brincar com uma coisa dessas, Maite.”


“Eu gostaria de estar brincando.” Ela suspirou fortemente.


Por algum motivo, abri a geladeira e peguei uma garrafa de cerveja que estava escondida atrás de um pote de geleia. Eu costumava beber quando Demi ficaria fora por algum tempo, mas nunca bebia quando ela estava por perto. Não por não querer que ela saiba ou me veja bebendo, mas tenho respeito por todo o tratamento que ela fez e não queria lhe causar nenhum desconforto, nem mesmo com meu hálito, por isso sempre escovava os dentes e chupava algumas balas antes dela voltar.


Meio no automático, abri a garrafa e me escorei no balcão, tomando um gole grande do líquido, que deixou um gosto amargo em seu rastro. “Grávida.” Repeti com o tom de voz neutro.


A situação era muito inusitada para fazer qualquer tipo de sentido. Desde que descobri sobre Anahi e Maite sempre pensei que o fim daquilo seria um lindo casamento na praia e alguns filhos adotados correndo na casa depois. Com certeza não aquilo.


“Você já contou para Ucker?” Perguntei no mesmo tom.


Maite balançou a cabeça em acordo. “Eu descobri faz uma semana. Demorei dois dias para assimilar o que o médico disse, mas contei para ele logo em seguida. Contei para Anahi hoje de manhã, porque queria que ela ouvisse isso de mim.”


“Pelo menos você não engravidou.” Comentei amargamente para Demi, que fez uma careta para expressar seu desconforto com a mudança de direção na conversa. “Foi mal, eu sei que combinamos de não falar sobre isso. Só estou surpresa.”


Maite olhou entre nós por alguns segundos, então franziu a testa. “Eu não a traí, Dulce. Não estamos juntas.”


“Bom, Anahi está apaixonada por você!”


“Ela está?” Seus olhos brilharam com lágrimas e uma mistura de alegria e devastação.


Suspirei. “O que Ucker disse?”


“Que ele iria assumir. Me pediu para morar com ele.”


Zombei. “Aposto que ele nem pensou no assunto direito.” Tomei quase metade da cerveja em mais um gole e exalei lentamente. “O que você vai fazer? Vai ficar com o bebê? Vai começar um relacionamento com Ucker?”


Ela mordeu o lábio novamente e olhou para a xícara, onde o líquido já estava frio. “Eu vou ficar com o bebê, é claro, mas... Eu não sei o que fazer depois. Seria melhor para ele se eu começasse um relacionamento com seu pai, mas Ucker e eu... Somos apenas amigos, Dulce.”


“Bem, agora vocês são pais.” Rebati com certa amargura. Não era novidade para ninguém que eu era superprotetora dos meus amigos. Principalmente de Anahi. Ela estava machucada com toda a história. E agora Maite e Christopher seriam pais sem nenhum tipo de planejamento. “Por que você veio aqui? Poncho mora na cidade vizinha, você não ia precisar pegar um avião.”


“Eu vim porque sabia que você não teria dó na hora de falar algumas verdades. E eu sei que você se importa com Anahi. Se você souber de toda a história, vai poder ajudá-la.”


“Ajudá-la? Eu não posso mudar o que aconteceu, não posso trocar sua bebida por água.” Revirei os olhos. “E eu vou falar algumas verdades, se você quiser. Você e Ucker fizeram uma besteira e vão arcar com as consequências disso. Isso inclui trocar fraldas e passar noites acordados. O que você decidir fazer com ele não é da minha conta. Se quiser ficar com ele, ótimo. Se quiser criar o bebê como mãe solteira, está ótimo também. Como vocês vão cuidar do seu filho não me diz respeito. Mas por quê, no inferno, você não quis ficar com Anahi?”


“Eu não sei.”


“É uma boa resposta, sem dúvida.”


“Dulce.” Demi falou calmamente, interrompendo um possível discurso sobre como aquela resposta deu certo.


Respirei fundo para me tranquilizar e tomei o resto da cerveja. Eu gostaria de pegar outra, mas a lembrança de que Demi estava ali me deteve. “Sinto muito.” Murmurei. Estava pedindo desculpas para as duas e elas pareciam saber disso.


“Eu merecia isso.” Maite comentou. “Você está certa.”


“Só... Só peça desculpas para Anahi, por qualquer coisa. E depois veja como as coisas andam. Faça os exames, converse com Ucker, inclua ele em tudo. Ele é cara legal, ele vai te acompanhar em todos os momentos. E pense se o que você quer é ficar o resto da vida com ele. Não faça nada por impulso. Não fique com medo de não conseguir lidar com um bebê sozinha e saia correndo atrás dele sem pensar direito no que está fazendo. Deixe Anahi se refrescar, se acostumar com a ideia, pensar, refletir. Quando ela estiver pronta, ela vai falar com você.”


“E se ela não falar?”


Sorri tristemente. “Ela vai. Anahi pode ser uma Barbie de vez em quando, mas, ao contrário delas, ela tem um cérebro e um coração. Ela vai falar com você de novo, mesmo que seja para te jogar algo na cara e nunca mais te ver. É melhor ter um desfecho total do que apenas imaginar o que aconteceu e o que poderia acontecer.”


“Como você sabe disso?”


“Eu conheço Anahi. Ela pode ser bem previsível se você aprende a lê-la corretamente.” Dei de ombros. “Uma dica: se algum dia ela te mandar embora de sua casa, ela vai se sentir culpada cinco minutos depois e sair correndo atrás de você. Aprendi isso depois de três vezes que isso aconteceu. A partir daí, só fiquei esperando no jardim. Além disso, ela e eu não somos tão diferentes como as pessoas pensam. Eu precisei de tempo para pensar, ela também precisa, mas vai vir com algum tipo de aceitação no assunto.”


“Do que está falando?”


“Nada.” Menti rapidamente. “Apenas tentando ser filósofa.” Maite sorriu um pouco, aceitando a desculpa. “Porr*, eu preciso ficar bêbada, ela provavelmente está fazendo isso.” Brinquei com uma risada.


“Dulce?”


“O que?”


“Você é uma boa amiga.”


“É claro que sou.” Zombei. “Se não fosse por mim, todos vocês estariam perdidos em algum deserto parecendo mulas retardadas.”


DD-DD-DD


“Eu acho isso tão injusto.” Murmurei na escuridão do quarto. Fazia uma hora que estava deitada na cama, de costas, com um braço jogado por cima dos olhos. Demi estava deitada ao meu lado, com um braço jogado em cima da minha cintura. Sua respiração já tinha se tranquilizado fazia tempo, então eu não tinha certeza se eu estava falando sozinha ou não.


“Com quem?” Foi sua resposta abafada e arrastada.


Sorri um pouco para a fofura do momento. “Com todo mundo. Ucker foi colocado nessa história sem nem saber de nada. Anahi consegue se apaixonar por uma mulher que fica grávida do melhor amigo. Maite está carregando um filho por teimosia em admitir seus sentimentos. E, caramba, é injusto comigo também.”


“Como isso pode ser injusto para você?”


“Ela transou mais que eu no dia do meu casamento.”


Nem um segundo depois, Demi beliscou a pele logo acima do meu quadril, fazendo eu me contorcer um pouco. “Desnecessário.”


“Sabe que estou brincando, mi amor. Eu faço piadas idiotas na maior parte do tempo, você sabe disso.”


“Eu sei. Podemos dormir agora? Já são quatro da manhã.”


“Desculpa, Dems, eu deveria ter te deixado dormir antes.” Suspirei e beijei sua testa.


“Você tem que dormir também. Ou amanhã, na verdade, hoje mais tarde, vai estar ainda mais mau humorada.”


“Eu não sou mau humorada.”


“Só quando acorda, querida.”


“É mesmo?”


“Uhun.”


Sua voz havia se tornado mais baixa a cada frase e, quando sua resposta se tornou apenas um resmungo, eu sabia que ela estava cansada demais para continuar com aquela brincadeira. Passei meu braço pela sua cintura, puxando-a mais perto, e beijei seus lábios rapidamente.


“Boa noite, Dems.”


“Hhutre.” Foi a única resposta que tive, antes que ela caísse no sono.


Não consegui dormir, no entanto. Maite estava no quarto ao lado já que, quando nossa conversa terminou, já estava muito tarde para ela pegar um táxi. Eu havia emprestado algumas roupas enquanto as delas secavam durante a noite e havia levado vários cobertores por causa do frio. Isso não significava praticamente nada quando eu me lembrava da conversa anterior. Repeti-a praticamente inteira na minha cabeça vezes o suficiente para escrevê-las em um papel sem hesitação.


Era impossível acreditar que tudo aquilo havia acontecido. Anahi devia estar arrasada, Christopher deveria estar em uma bolha de emoção, mas logo iria perceber o que aquilo significava e iria pirar. E Maite, porr*, ela só tinha que falar com Anahi sobre a merda de seus sentimentos e não transar no meu casamento com ninguém. Caramba. É tão difícil assim?


Ok, eu posso estar sendo injusta. Foi difícil falar de meus sentimentos para Demi, eu estava me cagando, verdade. Mas eu fiz, graças a Deus. Sempre pensei ‘qual é a pior coisa que pode acontecer?’ antes de fazer qualquer coisa decisiva. Naquela situação, a pior coisa era ela dizer que não sentia o mesmo e me expulsar de sua casa. Em alguns meses eu estaria bem e seguindo em frente. O ‘não’ é a resposta que já temos, é por isso que vale a pena pedir, porque se o ‘sim’ vier, vai ser uma surpresa maravilhosa.


Infelizmente, creio que o único problema não era apenas falar com Anahi, mas falar com outras pessoas. Maite sempre teve medo de ser julgada por sua família e desapontá-los. Aposto que, ao se apaixonar por Anahi, ela estava morrendo de medo de ver a cara de decepção de sua mãe ao contar que ela não iria casar na igreja e ter cinco filhos que teriam nomes que começariam com a letra M. Estive lá, experimentei isso, sei como é difícil, mas sobrevivi a esse olhar. A última coisa que se quer fazer é decepcionar a sua família, mas nem sempre vamos seguir os padrões que eles querem. Pode ser difícil para eles aceitarem isso, mas não podemos deixar de fazer o que queremos por causa disso.


Talvez ela estivesse com medo da sociedade em geral. É perturbador, com certeza, sair na rua e ver pessoas te encarando por você estar de mãos dadas com uma pessoa do mesmo sexo que o seu. Existe o medo de acabar encontrando algum extremista que decidisse que o ataque seria uma boa opção. E é fato que a maioria dos homossexuais não conseguem bons empregos por causa de sua orientação. Não deveria ser assim, mas é como a sociedade se comporta. Ainda.


Já recebi mensagens de ódio, ameaças e comentários desagradáveis. Fãs malucos de Demi já me mandaram mensagens dizendo que eu a havia influenciado, que havia mexido com a sua cabeça e que deveria pagar por isso. Felizmente, nenhum deles levou os comentários mais adiante, mas ainda não deixa de machucar.


Entendo Maite, eu realmente faço. Mas não se pode ir tão longe e tomar medidas tão extremas para combater um sentimento. Pelo amor, Christopher iria transar com qualquer coisa que tivesse duas pernas e lhe desse mole. E ela preferiu isso do que o amor de Anahi. Isso é besteira, na melhor das hipóteses.


Um raio de sol no meu rosto interrompeu meus pensamentos. Olhei para o relógio e vi que já era quase sete horas. 24 horas acordada sem nem conseguir fechar o olho. Será um dia maravilhoso.


Desvencilhei-me dos braços de Demi, que continuou dormindo profundamente sem pestanejar, e entrei no banheiro. Meu rosto estava meio pálido e as olheiras eram enormes. Tomei um banho rápido para tentar melhorar a aparência de morto-vivo e coloquei meu conjunto de moletom favorito, antes de ir para a cozinha para fazer café. Pela primeira vez na minha vida, tomei uma xícara de café inteira e ainda peguei mais. Iria precisar da cafeína se quisesse me manter acordada durante o dia.


Depois de colocar meus tênis de corrida, deixei um bilhete rápido dizendo que eu iria comprar algo para o café na volta e saí do apartamento. Eu não costumava correr, preferia surfar, mas uma rápida olhada na internet me deixou saber que o mar não estava bom para aquela atividade. Então decidi correr para limpar os pensamentos. Liguei meu iPod no volume máximo e deixei os Beatles coordenarem o ritmo dos meus passos. Quando as músicas atingiram a pasta do ‘Paramore’, que eu tinha certeza que foi Demi que colocou lá, eu já estava correndo na minha velocidade máxima, apesar de estar cansada.


Eu já havia visto alguns paparazzi no caminho, me seguindo em motos, mas, pela primeira vez, não me importei. Eu só precisava me livrar dos pensamentos por um tempo. Foi só depois que a terceira pasta começou que refiz meu caminho, parando em uma Starbucks para comprar algo para o café. Optei por alguns cupcakes e andei o resto do caminho até casa.


Demi estava na cozinha, fazendo mais café, quando eu entrei. Coloquei o saco com os cupcakes na mesa e me inclinei para beijar sua bochecha. “Bom dia.”


“Bom dia.” Ela respondeu com um sorriso. “Qual a novidade? Você nunca corre.”


Dei de ombros. “O mar não está bom para o surfe hoje. Eu vou tomar banho para tirar o suor.”


Demorei uns dez minutos no chuveiro, não querendo acabar com a paz que ainda me envolvia, mas eu tinha que sair alguma hora. Maite ainda estava longe de ser vista quando eu saí do quarto, secando o cabelo com uma toalha e usando o moletom dos Cowboys de Demi.


“Você adora essa coisa, não é?” Ela perguntou quando me viu entrando na cozinha.


Sorri inocentemente. “Tem o seu cheiro nele.”


Demi sorriu e balançou a cabeça. “Eu fiz mais café, se você quiser.”


“Claro.”


Voltamos para a rotina inicial quando sentamos a mesa. Eu tomei metade da minha xícara de café, antes de entregar o resto para ela, e comi o resto de seu segundo cupcake. A corrida havia me despertado um pouco, por isso o café não era mais necessário naquele momento.


Minutos depois de terminarmos de comer, um espirro meu interrompeu o silêncio. Demi ergueu uma sobrancelha. “Você está doente?”


“Não, claro que não, foi só um espirro. Deve ser poeira ou algo assim.” Eu não ficava doente a muito tempo. Geralmente, era só um resfriado leve, que passava em um dia, nada mais grave, então eu realmente não queria ficar doente de novo depois de anos.


“Você não se cobriu essa noite.” Demi comentou.


“Eu estava com meu pijama.” Dei de ombros.


“Está frio lá fora e você correu por umas duas horas. Você estava suada no vento gelado.”


“Sim, e?”


“Você pode ficar doente.”


Revirei os olhos. “Eu não fico doente.”


Demi levantou uma sobrancelha. “É mesmo? Bom, já que você não fica doente, acho que posso dizer que não vou cuidar de você caso fique.”


“Eu não vou precisar que você cuide de mim, porque não vou ficar doente. E eu posso cuidar de mim mesma.”


“Uhun, vamos ver como isso vai funcionar pra você.”


DD-DD-DD


Maite foi embora antes do almoço, pegando um cupcake para comer a caminho do aeroporto. Ela disse que tinha que voltar logo para tentar resolver as coisas, agradeceu pela ‘conversa’ e prometeu me manter informada do andamento da história.


Demi e eu fomos almoçar em um restaurante mexicano, já que eu estava muito cansada para fazer qualquer coisa, então voltamos para o apartamento depois de pararmos no mercado para reabastecer a dispensa.


Acabei dormindo no sofá durante um filme qualquer e, quando acordei, parecia que uma manada de mamutes havia passado por cima de mim.


“Demi?” Chamei suavemente, sentindo minha garganta reclamar na simples palavra. “Demi?” Novamente sem resposta. “Amor?”


Quando me sentei para ir procurá-la, notei um bilhete em cima da mesinha de centro. Reconheci sua letra imediatamente.


“Maddie me ligou. Vou passar a tarde com ela. Não quis te acordar, sei que você não dormiu nada essa noite. Vou levar pizza quando voltar. Te amo – D.”


Sorri um pouco, mas logo me senti solitária. Eu sentia como se precisasse de um abraço... E uma coberta. Caramba, quando foi que esfriou tanto assim? Foi quando olhei em volta que percebi que estava respirando pela boca e, quando tentei respirar pelo nariz, percebi que era impossível. Merda.


Peguei meu celular rapidamente e quase quebrei sua tela quando escrevi a mensagem. “Você estava certa, vadia.” Ela sabia que eu estava brincando sobre a última parte, por isso não me importei em mudar o que queria falar realmente.


A resposta demorou dois minutos para chegar. “Também te amo. Certa sobre o que?”


“Cale a boca, você sabe que eu te amo. Eu estou doente. E com frio. E meu corpo dói.”


“Eu tentei te avisar.”


“Não vamos entrar na conversa de ‘eu te avisei’. Quando você vai voltar?”


“Lembra que eu disse que eu não iria cuidar de você se você ficasse doente? Eu estava falando sério.”


“Você não seria tão cruel.”


“Eu tentei te avisar.”


Bufei um pouco. “Ótimo, vou ficar sofrendo sozinha. Veja se pode passar a noite na casa da sua mãe, não quero que você fique doente também.” O que posso dizer? Me preocupo com ela.


Tomei um remédio para a dor de cabeça que surgiu, então fui para o quarto, me enrolei nas cobertas, fazendo uma espécie de casulo, e dormi rapidamente.


Acordei horas depois, sentindo calor e totalmente molhada de suor. Resmunguei alguma coisa e chutei as cobertas para longe. Quando estava quase adormecendo de novo, senti vontade de ir ao banheiro. Assim que levantei, senti tudo ao redor girar e caí sentada na cama. Cambaleei para o banheiro, me sentindo um lixo e vendo dois móveis iguais para cada lado. Tive que juntar forças para levantar depois e me joguei na cama antes que caísse no chão. Meia hora depois, acordei com frio e me cobri de novo, um pouco irritada com a indecisão do meu corpo.


Não sabia que horas eram, mas, da próxima vez que acordei, Demi estava sentada com as costas escoradas na cabeceira, lendo um livro, enquanto passava uma mão pelos meus cabelos úmidos por causa do suor. Ela parecia adorável com seus óculos de leitura e passei um tempo admirando-a.


“Pare de me encarar. Eu trouxe pizza.” Ela falou depois de alguns minutos.


“Não estava encarando, estava admirando.” Minha voz parecia cômica por causa do nariz trancado e fiz uma careta para isso.


“É claro que estava.” Demi sorriu levemente. “Acha que consegue comer?”


“Você acha que eu vou recusar pizza?”


Ela fechou o livro e olhou para mim com uma sobrancelha levantada. “Você está doente.”


“E? Não estou com o colesterol alto.” Zombei com uma risada baixa, mas até isso fez minha garganta doer.


“O que foi?” Demi perguntou ao ver minha cara de dor.


“Dor de garganta.”


Ela bufou. “Você não fica doente, não é?”


“Continue jogando minhas palavras na minha cara e eu vou achar uma esposa muda da próxima vez.” Brinquei. Demi revirou os olhos. “Onde está a pizza?”


“Você deveria comer uma sopa.”


“Odeio sopa.”


“Mentira.”


“Ok, eu não quero sopa.”


Demi suspirou, mas levantou-se e saiu do quarto. Pouco depois, ela voltou segurando uma caixa vermelha de pizza, que ela colocou no meio da cama. Ela me entregou alguns guardanapos e abriu a caixa, antes de voltar para sua leitura.


“Você não vai...”


“Comi com Maddie antes de voltar.”


“Faz muito tempo?”


Demi olhou a hora no celular rapidamente. “Duas horas. Você estava dormindo pesado e treinando karatê com as cobertas.” Ela me olhou um pouco divertida. “Sabe, tira coberta, coloca coberta, tira coberta, coloca coberta.” Sua imitação de ‘Karatê Kid’ era lamentável, mas me fez sorrir.


“Já pensou em ser comediante?” Brinquei, pegando um pedaço de pizza. Consegui comer o primeiro pedaço inteiro, antes de correr para o banheiro e colocar tudo pra fora. “Ok, talvez não tenha sido uma boa ideia.”


“Eu tentei avisar.”


“Vai continuar repetindo isso?”


“Só até você começar a acreditar.” Demi se agachou ao meu lado e colocou a mão na minha testa. “Vou procurar um termômetro, acho que está com febre.”


“Pensei que não ia cuidar de mim.” Rebati, antes de me inclinar sobre o vaso sanitário e vomitar novamente.


“Cale a boca.” Ela falou enquanto vasculhava um dos armários de cima.


Depois de me ajudar a levantar e escovar os dentes, voltamos para a cama. Ela colocou o termômetro embaixo do meu braço e esperamos alguns segundos, antes que o negócio começasse a apitar.


“39º” Ela declarou. “Está alto.”


“Eu estou bem.”


“Você não parece bem.” Demi apontou para mim, então para o banheiro. “Vou te dar um remédio para a febre. Acho melhor você descansar agora. Já deve ser dez horas mesmo. Se você não melhorar, vamos para o médico amanhã.”


“Eu odeio hospital.” Gemi em um tom infantil.


“E eu odeio elevadores. Se você estiver com gripe, precisa tomar remédios.”


“Eu não quero.”


Demi revirou os olhos e voltou para o banheiro. Ela voltou com um comprimido e me entregou um copo d’água que ela estava tomando antes. Assim que me ajeitei nas cobertas novamente, sentindo calafrios percorrendo minha pele, Demi se inclinou para me beijar, mas me afastei rapidamente.


“O que foi?”


“Não quero que você fique doente também.”


“Por favor, Dulce, moramos no mesmo teto e já dividimos uma xícara hoje, é provável que eu já esteja doente.” Ela se inclinou de novo, mas virei meu rosto no último segundo e ela acabou beijando minha bochecha. “Sério?”


“Não quero que você fique doente.” Repeti.


“Ótimo, tanto faz. Vai me expulsar da cama também?”


Neguei. “Você pode ficar, mas sem abraços.”


“Impossível com você tão perto.”


“Então vai dormir no sofá.”


Eu quase podia vê-la revirando os olhos, apesar de ainda estar com o rosto virado. “Que seja. Mas tente guardar seu karatê para depois, ok? Estou com frio e quero as cobertas na cama.”


“É você que rouba as cobertas.” Acusei.


“Então acho que vou te fazer um favor, certo?”



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Autor(a): chavinonyportinon

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 166



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  • dulvatoforever Postado em 23/08/2015 - 02:50:17

    Eu anei do começo até o fim ja li ums 15 vezes e vou ler muito mais😍😍. Por favor 🙏faz mais fanficfa Dulvato

  • dannylove Postado em 07/08/2015 - 16:55:46

    eu ainda não havia visto uma fic com Dulce e Demi como casal, mas deu muito certo. É uma história muito boa, que fala do amor entre duas pessoas, amor pela família, pelos amigos e claro superação. Parabéns!!!

  • dannylove Postado em 18/05/2015 - 11:29:03

    A fic está bem interessante. Pobre Dulce como está sofrendo:(

  • caiocoelho22 Postado em 15/04/2015 - 05:41:36

    Mano, eu acabo de ler e já tenho vontade de começar tudo outra vez... É viciante! <3

  • caiocoelho22 Postado em 10/04/2015 - 10:29:37

    E vamos ler pela 5° vez <3

  • Miihzinhx Postado em 08/04/2015 - 02:07:37

    Sobre essa familia ? PERFEIIIITA <3 Assim como a sua fic,ok..ainda vai demorar um pouco pra mim superar esse fim...Ameei demais essa fic.Graças a você eu shippo em Dulvato agora,suas fics são sem sombra de duvida,as melhores ... Obg por lembrar de mim nos agradecimentos kkkkk .. Cara,já falei que essa fic é perfeita? Pois é,ela é perfeita e essa familia é tão cuuut <3 <3 Realmente me apaixonei por essa fic.. vou esperar mais fic suas ok ? .. Obrigada por criar essa fic e me fazer shippar nesse casal mais que perfeito.. Parabéns *------* Você merece aplausos de pé heuheu .. Bjooos,espero comentar outra fic Dulvato em breve u.u

  • portinonj Postado em 05/04/2015 - 23:43:29

    Tá legal que eu amei a web do começo ao fim! Cara, você me fez ler a web desde o começo umas 4 vezes enquanto eu aguardava por mais capítulos. kk. Eu devo saber cada detalhe da web de cor! Eu realmente amei essa fic! Parabéns, de verdade! Eu aguardo por mais webs Dulvato! <3

  • Dannyk Postado em 05/04/2015 - 14:39:40

    Você sabe como eu fico quando como bolachas ... eu simplesmente engasgo e desapareço kkkkkkkkkkkkkk - AAAAAAH DE NADA, EU SEI QUE A MINHA PRESENÇA TE INSPIROU MUITO !!!!!!!!!!!! - Ok, vamos ficar sérias (nem tanto pq eu sou eu) A D O R E essa fic ! Tipo, de verdade mesmo, eu achei que eu era a única louca que shippava Demi e Dul mas você me provou mais uma vez que eu não estou sozinha no mundo ! Parabéns por essa fic ! Ficou demais e muuuuito diva (quase tanto quanto eu) PS : ESPERANDO OS ONE SHOT'S DULCE X NIKKI PSS : Até a próxima moça !

  • anadulcetes2 Postado em 04/04/2015 - 17:12:32

    Tututu eu to ficando loca, minha fanfic predileta ta acabando e eu já tou chorando

  • portinonj Postado em 04/04/2015 - 10:43:05

    Mais uma pequena pra família! Own *-*' Continua!


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