Fanfic: Bastidores

Bianca -

Conforme solicitado, embarcamos os três rumo ao Ceará. Por incrível que pareça, ela não reclamou do hotel, nem das fotos e topou numa boa encarar o parque. Eu que dei uma reclamadinha quando tentaram nos colocar no mesmo quarto... por fim, ficou cada um no seu e eu comemorei internamente. Fiquei chateada do Gabriel se divertir com a situação patética de nós três na mesma viagem, mas por um lado eu entendia a vaidade masculina dele e achei melhor não brigar por bobeira.

 A Hanna fazia questão de me provocar, se não era com a roupa curta dela, era segurando em partes dos braços, da cabeça e até das pernas do Gabe. Acho que ela achava que ele era touch screen. Parecia que tinha um ímã, mas eu usei todo meu controle para superar as investidas dela e o deboche dele.

......

- Vambora pro parque? – o Gabe entrou só de bermuda, todo animado no meu quarto.

- Vamos sim, o calor daqui é pior que o verão carioca, risos. – comentei enquanto colocava o vestido por cima do maiô.

- Nossa, cheguei numa hora boa, mas se chegasse cinco minutos antes.... – ele disse todo malicioso e me agarrou.

- Deixa de achar que é esperto, vai.. – eu sorri e passei meus braços em volta do pescoço dele.

O que era pra ser um carinho foi se transformando num beijo forte. Ficamos abraçados no meio do quarto, aproveitando o precioso tempo a sós daquela viagem. O Gabe foi se empolgando e começou a beijar minha bochecha, meu pescoço... a temperatura natural de Fortaleza foi ficando cada vez mais quente.

- Eu queria entender pra que tanta roupa pra ir à piscina. – ele comentou enquanto deixava rastros de beijo pelo meu pescoço...

- Porque eu quero nadar, ir no toboágua e de biquíni não rola, risos... agora vamos, vai.. – falei toda manhosa mas sem coragem de me soltar dele.

Ele foi me empurrando, empurrando, até que fiquei escorada num móvel que tinha perto da parede do quarto. Eu queria me soltar, queria parar, mas não conseguia... e o fato de ele estar sem camisa não me ajudava na decisão.

- Tem certeza? O calor daqui ta melhor que o la de fora.. – ele riu.

- Deixa de ser engraçadinho, vai... – enquanto eu falava senti a intenção dele de puxar meu vestido e o segurei pelas duas mãos. -  Gabe, não é a hora,  nem o lugar... vamos com calma, ta.

- Acredita em mim, eu já estou indo com calma.. mas a gente ta junto e se gosta, não entendo porque não. – ele argumentou sem me soltar, ficou olhando fixamente nos meus olhos.

- Nunca mais vou acreditar em você quando falar que não vai me pressionar...  – tentei mudar um pouco o rumo da conversa, meio sem graça...

- Mas isso valia para o pedido de namoro, não pra gente não transar ... – ele foi tão sincero no tom de voz que fiquei sem ter o que falar. Precisava sair daqueles braços senão não responderia por mim.

Acho que ele entendeu meu olhar de ‘’chega’’ e deu dois passos pra trás. Enquanto ainda respirávamos  meio ofegantes, fomos interrompidos.

 - Atrapalho? – Hanna chegou invadindo meu quarto e pela primeira vez, achei que ela tinha chego bem na hora certa.

- Não, claro que não.. eu estava terminando de me arrumar. Aliás, já acabei. Vamos? – falei já pegando meu celular e o óculos de sol.

- Vem, vamos?! – puxei o Gabe e ela pra fora do quarto.

Descemos para o parque e tiramos algumas fotos do lado de fora da piscina e ela, como sempre vaidosa, não animou entrar na água por causa do cloro e todo aquele bla bla bla. Em compensação, eu e o Gabe aproveitamos. No começo ele estava meio de cara amarrada por causa do que rolou, ou melhor -  não havia rolado no hotel, mas depois desistiu de bancar o mau humorado e nos divertimos demais.

....

O show em si não foi tão bombástico, ou nós já estávamos cansados, sei lá. Demos autógrafos e aproveitamos o Buffet que foi servido no camarote. Mais fotos, mais sorrisos forçados e pra variar a Hanna tentando me irritar.

- Gabe, vamos dançar? – ela o chamou enquanto estávamos encostados na grade olhando para o palco.

- Ué, mas já não estamos dançando? – ele tentou escapar.

- Não, mas dançar assim ó.. – ela o puxou, passou os braços em volta do pescoço dele e começou a rebolar.

Eu tinha todos os motivos pra perder a cabeça, mas alguma coisa dentro de mim me trazia uma paz. Olhei, sorri e virei para o palco... prestando atenção na diva que estava cantando. Depois de muita provocação e do Gabriel tentar me irritar também, penso que como um troco do que eu havia negado mais cedo, o show findou e voltamos para o hotel.

Tivemos pouco tempo para descansar e já era hora de encararmos o aeroporto de novo. Ainda no vôo, encostada no ombro dele, eu puxei papo.

- Gostou do show? – dei um sorriso sincero.

- Muito. Ela canta e dança demais. Né? – senti a resposta ressabiada, ele sabia aonde eu queria chegar.

- Ela canta muito mesmo, mas quem dançou bem pra caramba foram vocês. – cutuquei.

- Eu não entendi a ironia... – me olhou de canto de olho.

- Talvez porque eu não fui irônica.. risos. Gabe, só puxei esse assunto pra você saber que eu não me abalei com as investidas da Hanna. Cada vez mais, eu confio em você e em mim, conseqüentemente, na gente... – usei toda minha sinceridade.

- Sério? Tem hora que não parece, não tenho prova nenhuma disso... – sabia que ele estava fazendo drama.

 - Não seja moleque, Gabriel... uma coisa não tem a ver com a outra. Vai rolar, e vai ser bom. Acredita em mim. – conclui dando um beijo nele, sem me preocupar se a Hanna conseguiria ver da poltrona dela.

O resto do vôo foi tranqüilo... e chegamos podre de cansados no Rio.