Fanfic: Bastidores

- Bianca?? Nossa!! Eu te machuquei? Achei que tava devagar, que tava tranqüilo... – o Leone falava sem parar, com a voz nervosa enquanto segurava meu braço.

- Não, não foi você.. eu que estou meio... estranha. – respondi olhando de um por um que me cercava enquanto eu estava sentada no chão, no meio do cenário ....

- O que você está sentindo, Bianquinha? Ficou tonta por causa de rodar ou está passando mal mesmo? – perguntou Vinicius, preocupado.

- Eu fiquei tonta só, eu acho... vamos tentar de novo? Desculpa, gente... – dei a mão para o Gabe pra me ajudar a levantar.

- Você não quer parar? Continuar amanhã.. tenho certeza que o Vini vai entender... – ele disse segurando meu rosto.

- Não, Gabe... passei o dia ansiosa por causa disso, vou tentar de novo... –  me virei para voltar a posição inicial, até que vi tudo rodar mais uma vez. – Ai gente, eu desisto... – me apoiei no Gabe antes que eu caísse novamente.

- Bianca, chega.. vou te levar na enfermaria.. sua pressão deve estar baixa, ou alguma coisa está acontecendo. Você ta estranha desde cedo. Vem, vamos... – ele disse me levando e quando percebi já estávamos no corredor de saída do set.

- Eu nunca abandonei uma gravação assim.. que loucura. Estou tão mole... será que é dengue? – comentei enquanto caminhava escorada nele.

- Não sei... vamos descobrir já.

Fiquei por um tempo na enfermaria do Projac com o meu namorado lindo segurando a minha mão. O lugar estava frio e muito iluminado o que deixava minha vista cansada. O sono me consumia enquanto eles aferiam minha pressão e me examinavam. Nada de estranho foi constatado, mas o mal estar continuava.

Fui liberada mesmo sem saber o que eu tinha... e como estava meio arriscado dirigir, pedi ao Gabe pra me levar. Achei que estávamos indo para minha casa, quando ele estaciona numa clínica ambulatorial.

- Amor, não precisa disso... só estou indisposta, não deve ser nada. – enquanto eu argumentava, ele soltou o cinto e veio abrir a porta pra mim.

- Pode ser indisposição mesmo, como pode não ser. Nunca vi você assim. Se for dengue ou qualquer outra coisa, melhor começar a tratar já. Vem! – quase me arrastando do carro.

Fiz a ficha e estava esperando me chamarem, quando minha mãe ligou:

- Filha, o que aconteceu? Me ligaram do Projac... você não se alimentou de novo, Bianca? –

- Mãe, não começa.. dessa vez eu não fiz nada. – revirei os olhos e o Gabe abriu um sorriso. – eu só estou indisposta, o Gabriel que é um exagerado e me trouxe pro hospital. Vou ser examinada já já, e te ligo pra contar qual virose que eu peguei. – finalizei a ligação, sem paciência para os sermões da minha mãe.

- Ela só ta preocupada, amor.. – ele tentou amenizar.

- Eu sei... mas ela nem sabe direito o que houve e já vem reclamando. Eu almocei hoje, você viu... – argumentei.

- Sim, bem pouco.. mas almoçou.

- É que eu já não estava muito boa do estômago... bom, me chamaram, vou lá.

 ...

Gabe –

Fazia mais de uma hora que ela havia cruzado a porta que separava a sala de espera das salas de exames. Muitas coisas estavam passando pela minha cabeça... nunca tinha visto a Bianca tão mole. Estava preocupado porque poderia ser a famosa dengue que todo mundo tinha medo de pegar, poderia ser uma virose, ou algo mais sério... talvez até...

- Gabriel? – ouvi meu nome.

- Oi, sou eu? – respondi prontamente.

- Você é o namorado da paciente Bianca Salgueiro de Melo? – a enfermeira questionou.

- Sim, ela ta bem??

- Está sim, está no quarto... o médico quer conversar com os dois, o senhor pode me acompanhar, por favor?

- Posso... mas o médico quer falar com a gente? Por quê? – minha preocupação triplicou em segundos.