Eu realmente estou bêbada. – Minha cabeça está girando terrivelmente enquanto
eu avanço na fila. Bem, o objetivo de hoje era ficar bêbada. Eu consegui. Então
assim que é – provavelmente não é uma
experiência que irei repetir. A fila anda e agora é a minha vez. Eu olho
sem ver o pôster atrás da porta do banheiro que enaltece as virtudes do sexo
seguro. Puta merda, eu acabei de ligar para Dulce Grey? Merda. Meu telefone
toca e eu pulo. Eu grito com a surpresa.
— Oi. — eu murmuro timidamente. Eu não reconheci
quem era.
— Eu estou indo te buscar. — ela diz e desliga. Apenas Dulce Grey poderia soar calma e ameaçadora ao mesmo tempo.
Puta merda! Eu puxo
meu jeans para cima. Meu coração dispara. Vindo me buscar? Ah não! Eu não vou
vomitar….não…estou bem. Ela está apenas mexendo com a minha cabeça. Eu não
disse a ela onde eu estava.
Ela não pode me achar
aqui. Além disso, ela está a horas de Seattle e eu terei ido embora há muito
tempo quando ela chegar. Eu lavo minhas mãos e olho meu rosto no espelho.
Eu estou levemente
corada e ligeiramente sem foco. Hmmm....tequila.
Eu espero no bar, pelo
que parece uma eternidade pela jarra de cerveja e eventualmente retorno para a
mesa.
— Você demorou. — Kate me repreende. — Onde você
estava?
— Eu estava na fila do banheiro.
José e Levi estavam
tendo um debate acalorado sobre o time local de baseball. José parou o que
estava falando para colocar cerveja para todos nós e tomei um longo gole.
— Kate, acho melhor eu parar um pouco e ir lá
fora tomar um pouco de ar.
— Annie, você é muito fraca para bebida.
— Eu volto em cinco minutos.
Eu abri caminho pela
multidão novamente. Eu estou começando a sentir náuseas, minha cabeça gira
desconfortavelmente e eu mal consigo ficar em pé. Mais instável do que de
costume. Respirando o ar frio da noite no estacionamento me faz perceber o quão
bêbada eu estou.
Minha visão foi
afetada e eu estou vendo tudo dobrado, como nas reprises de Tom e Jerry. Eu
acho que vou passar mal. Porque eu me deixei ficar nesse estado?
— Annie! — José se junta a mim. — Você está bem?
— Eu acho que eu bebi demais. — sorrio fracamente
para ele.
— Eu também. — ele murmura e seus olhos escuros
me olham intensamente. — Você precisa de uma mão? — ele pergunta e se aproxima,
colocando seus braços ao meu redor.
— José, eu estou bem, pode me soltar. — eu tento me afastar dele,
debilmente.
— Annie, por favor... — ele sussurra, e agora eu
estou entre seus braços, sendo puxada mais para perto..
— José, o que você está fazendo?
— Annie, você sabe que eu gosto de você, por
favor...
Ele coloca uma de suas mãos em minhas costas, me prendendo contra ele e a outra está no meu rosto, indo para atrás da minha cabeça. Puta merda...ele vai me beijar. Não, não , não. José não pode fazer isso.
— Não, José, pare! — Eu o empurro, mas ele é todo músculos e força e eu não consigo me livrar dele. Sua mão escorreu para o meu cabelo e ele segura minha cabeça em posição. Droga, como em todos esses anos eu nunca disse pra José que eu não gostava de garotos? Droga, minha cabeça tá girando.
— Por favor Annie, carinho — ele sussurra perto demais. Seu hálito é suave e doce, margaritas e cerveja. Ele gentilmente espalha beijos pelo meu queixo até minha boca. Eu estou apavorada, bêbada e completamente fora de controle. O sentimento é sufocante. Sufocante demais. Não dá certo, eu nunca consegui fazer isso com um garoto.
— José, não! — eu suplico. — Eu não quero isso! Você é meu amigo e eu
acho que vou vomitar.
— Eu acredito que a dama disse não.
Uma voz sombria soa suavemente. Puta merda!
Dulce Grey está aqui. Como? José me larga.
— Dulce Grey. — Ele responde laconicamente.
Eu olho ansiosa para
Dulce. Ela olha de forma fria para José. Ela está furioso. Droga. Meu estômago se manifesta e eu me
dobro, meu corpo não consegue mais tolerar o álcool e eu vômito
espetacularmente no chão.
— Ugh! Dios mio Annie! — José pula para trás com nojo. Dulce pega meu
cabelo e o levanta para evitar o vômito e gentilmente me leva em direção ao
canteiro de flores na borda do estacionamento. Eu noto, com uma grande
gratidão, que está relativamente escuro.
— Se você for vomitar novamente, faça isso aqui.
Eu seguro você. — Ela coloca um de seus braços em meus ombros, enquanto o outro
segura meu cabelo para ficar longe do meu rosto. Eu tento desajeitadamente
empurrá-la, mas eu vomito novamente... e novamente...ai! merda!
Por quanto tempo isso
irá durar? Mesmo quando meu estômago está vazio e nada mais acontece, arrepios
horríveis descem pelo meu corpo. Eu juro silenciosamente que eu nunca mais vou
beber de novo. Isto é muito apavorante
para por em palavras. Finalmente, para.
Minhas mãos estão
apoiadas nos tijolos do canteiro, mal me sustentando. Vomitar profusamente é
exaustivo. Dulce tira uma de suas mãos de mim e me passa um lenço. Apenas ela poderia ter um lenço de linha com monograma, recentemente lavado. CTG. Eu não sabia
que ainda se podia comprar desses lenços. Vagamente eu me pergunto o que
significa o T enquanto eu limpo minha boca.