— Quer outra taça de vinho?
— Sim, por favor.
Serviu-me outra taça e sentou a meu lado. Dei um
rápido gole.
— Fará bem comer, Anahi.
Peguei um pequeno cacho de uvas. Com isto sim,
que posso. Ela revirou os olhos.
— Faz muito tempo que está nisso? — Perguntou.
— Sim.
— É fácil encontrar mulheres que aceitem?
Ela olhou e levanto uma sobrancelha.
— Ficaria surpresa. — Respondeu friamente.
— Então, porque eu? De verdade, não entendo.
—Anahi, já te disse. Tem algo. Não posso me afastar de você. — Sorriu ironicamente. — Sou um pássaro atraído pela luz. — Sua voz ficou trêmula. —Te desejo com loucura, especialmente agora, quando morde os lábios. — Respirou fundo e engoliu.
O estomago dava voltas. Deseja-me... de uma maneira rara... é verdade, mas esta mulher bonita, estranha e pervertida me deseja.
— Acho que inverteu este clichê. — Respondi.
Eu sou o pássaro e ela a luz e vou me queimar. Eu sei.
— Coma!— Não. Ainda não assinei nada, assim, acho que
farei o que quiser, se não se importa.
Seus olhos se acalmaram e seus lábios esboçaram
um sorriso.
— Como quiser senhorita Steele.
— Quantas mulheres? — Perguntei de uma vez, com
muita curiosidade.
— Quinze.
Nossa, menos do que pensava.
— Durante longos períodos de tempo?
— Algumas sim.
— Alguma vez machucou alguma?
— Sim.
Maldição!
— Grave?
— Não.
— Me machucaria?
— O que quer dizer?
— Se vai me machucar fisicamente.
— Te castigarei quando for necessário e será
doloroso.
Acho que estou ficando enjoada. Tomei outro gole
de vinho. O álcool me dará coragem.
— Alguma vez te bateram? — Pergunto.
— Sim.
Nossa, me surpreendeu. Antes que pudesse
perguntar por esta última revelação, ela interrompeu o curso dos meus
pensamentos.
— Vamos conversar no meu escritório. Quero
mostrar algo.
Custa muito processar tudo isso. Fui tão inocente
ao pensar que passaria uma noite de paixão desenfreada na cama com esta mulher e
aqui estamos negociando um estranho acordo.
Segui até o escritório, um amplo cômodo com uma
cortina desde o chão até o teto. Sentou-se na mesa e apontou com um gesto para
que me sentasse em uma cadeira de couro de frente a ela e me estendeu uma folha
de papel.
— Estas são as regras. Podemos mudá-las. Formam
parte do contrato, que também te darei. Leia e comentaremos...
NORMAS
Obediência:
A Submissa obedecerá imediatamente todas as instruções da Ama, sem
duvidar, sem reservas e de forma expressiva. A Submissa aceitará toda atividade
sexual que a Ama considerar oportuna e prazerosa, exceto as atividades
contempladas nos limites inquebráveis (Apêndice 2). O fará com entusiasmo e sem
duvidar.
Sono:
A Submissa garantirá que dormirá no mínimo sete horas diária quando
não estiver com a ama.
Refeição:
Para cuidar de sua saúde e bem estar, a Submissa comerá frequentemente
alimentos incluídos em uma lista (Apêndice 4). A Submissa não comerá entre
horas, a exceção de fruta.
Roupa:
Durante a vigência do contrato, a Submissa apenas usará roupa que a Ama houver aprovado. A Ama oferecerá a Submissa uma quantia para roupas. A Ama acompanhará a Submissa para comprar roupas quando seja necessário. Se a Ama assim o exige, enquanto o contrato estiver vigente, a Submissa vestirá os
adornos que exija a Ama, em sua presença ou em qualquer outro momento que a Ama considere oportuno.