— Elas são adoráveis. Elevando o ordinário para o
extraordinário, — eu murmuro distraída, tanto por ela como pelas pinturas. Ela vira
sua cabeça para um lado e me fixa atentamente.
— Eu concordo plenamente, Senhorita Steele, — ela responde, sua voz suave e por alguma razão inexplicável eu me encontro corando.
Além das pinturas, o resto do escritório era
frio, limpo e clínico. Eu me pergunto se isto reflete a personalidade do Adônis,
que afunda graciosamente em uma das cadeiras de couro branco á minha frente. Eu
agito minha cabeça, transtornada com a direção de meus pensamentos, e recupero
as perguntas de Kate da minha mochila. Em seguida, eu instalo o mini gravador e
sou toda dedos e polegares, o deixando cair uma segunda vez na mesa de café à
minha frente. A Sra. Dulce não diz nada, esperando pacientemente “eu espero”
enquanto eu me torno cada vez mais envergonhada e frustrada. Quando eu tomo
coragem para olhá-la, ela está me observando, uma mão relaxada em seu colo e a
outra embaixo de seu queixo e arrastando o seu longo dedo indicador através de
seus lábios. Eu acho que ela está tentando conter um sorriso.
— Desculpe-me, — eu gaguejo. — Eu não estou
acostumada a isto.
— Leve o tempo que você precisar, Senhorita
Anahi, — ela diz.
— Você se importa se eu gravar suas respostas?
— Depois que você teve tantas dificuldades para
instalar o gravador, agora que você me pergunta?
Eu coro. Ela está tirando sarro de mim? Eu
espero. Eu pisco para ela, sem saber o que dizer, e acho que ela fica com pena
de mim porque ela cede. — Não, eu não me importo.
— Será que Kate, eu quero dizer, a Senhorita
Kavanagh, explicou para o que é a entrevista?
— Sim. Para aparecer na edição de graduação do
jornal estudantil quando eu outorgar o diploma na cerimônia de graduação deste
ano.
Oh! Isto é novidade para mim, e eu estou
temporariamente preocupada pelo pensamento de que alguém não muito mais velho
do que eu, Ok, talvez uns seis anos mais ou menos, e ok, mega- bem sucedida,
mas, ainda assim, vai me apresentar em minha licenciatura. Eu franzo a testa,
arrastando minha teimosa atenção de volta à tarefa à mão.
— Bem, — eu engulo nervosamente. — Eu tenho
algumas perguntas, Sra. Dulce. — Eu aliso um cacho perdido de cabelo atrás de
minha orelha.
— Eu achei que você teria, — ela diz, impassível.
Ela está rindo de mim. Minhas bochechas esquentam com a percepção, e eu me
sento reta e enquadro meus ombros em uma tentativa de parecer mais alta e mais
intimidante. Apertando o botão iniciar do gravador, eu tento parecer
profissional.
— Você é muito jovem para ter acumulado tal
império. Há que você deve seu sucesso? — Eu olho para ela. Seu sorriso é arrependido,
mas ela parece vagamente desapontada.
— Negócios é tudo sobre pessoas, Senhorita Anahi e eu sou muito boa em julgar as pessoas. Eu sei como elas marcam, o que as faz
florescer, o que não faz, o que as inspira, e como incentivá-las. Eu emprego um
time excepcional, e eu os recompenso bem. — Ela pausa e me fixa com seu olhar cinza.
— Minha convicção é de alcançar o sucesso em qualquer esquema, alguém tem que
se fazer mestre deste esquema, conhecê-lo de dentro para fora, saber todos os detalhes.
Eu trabalho duro, muito duro para fazer isto. Eu tomo decisões baseadas em
lógica e fatos. Eu tenho um instinto natural que pode localizar e nutrir uma
boa ideia sólida e boas pessoas. O resultado final é sempre estabelecido para
as boas pessoas.
— Talvez você seja apenas sortuda. — Isto não
está na lista de Kate, mas ela é tão arrogante. Seus olhos chamejam
momentaneamente em surpresa.
— Eu não acredito em sorte ou azar, Senhorita
Anahi. Quanto mais duro eu trabalho mais sorte eu pareço ter. Realmente é tudo
sobre ter as pessoas certas em seu time e dirigindo suas energias neste sentido.
Eu acho que foi Harvey Firestone quem disse “o crescimento e desenvolvimento
das pessoas é a maior vocação de liderança.
— Você soa como uma maníaca por controle. — As
palavras saíram de minha boca antes que eu possa detê-las.