Fanfics Brasil - 45 Cinquenta Tons de Cinza

Fanfic: Cinquenta Tons de Cinza | Tema: Portinon


Capítulo: 45

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Suas palavras são minha perdição,

lançam-me pelo precipício. Sinto que meu corpo se convulsiona e venho gritando

e balbuciando uma versão de seu nome contra o colchão. Dulce  investe até o

fundo mais duas vezes e fica paralisada.

Desaba-se sobre meu corpo, com o rosto afundado em meu cabelo.

         — Porra, Annie, nunca ninguém me deixou assim— ela ofega. Ele retira os dedos e cai, rodando em seu lado da cama. Eu puxo meus joelhos até o

peito, totalmente esgotada, e imediatamente caio em um sonho profundo.

Quando eu acordo, ainda está escuro. Não tenho

nem ideia de quanto tempo eu dormi. Estiro as pernas debaixo do edredom e me

sinto dolorida, deliciosamente dolorida. Não vejo Dulce em nenhum lugar.

Sento na cama e contemplo a cidade à minha frente. Há menos luzes acesas nos

arranha-céus e o amanhecer já se insinua. Ouço música. As notas cadenciadas do

piano. Um doce e triste lamento. Bach, eu

acredito, mas não estou segura.

         Jogo o edredom de lado e me dirijo sem

fazer ruído, pelo corredor que leva ao grande salão.

Dulce está sentada ao piano, totalmente

absorta na melodia que está tocando. Sua expressão é triste e desamparada, como

a música. Toca maravilhosamente bem. Apoio-me na parede da entrada e escuto

encantada. É uma música extraordinária. Está vestida em um camisão branco, com o corpo banhado na cálida

luz de um abajur solitário junto ao piano. Como o resto do salão está escuro,

parece isolada em seu pequeno foco de luz, intocável... sozinha, em uma bolha.

         Avanço para ela em silencio, atraída

pela sublime e melancólica música. Estou fascinada. Observo seus compridos e

hábeis dedos percorrendo e pressionando suavemente as teclas, e penso que esses

mesmos dedos percorreram e acariciaram com destreza meu corpo. Ruborizo-me ao

pensá-lo, sufoco um grito e aperto as coxas. Dulce levanta seus insondáveis

olhos cinza com expressão indecifrável.

         — Desculpe, — eu sussurro. — Não queria

incomodar você.

         Ela franze ligeiramente o cenho.

         — Certamente, eu deveria estar dizendo

isso para você, — ela murmura. Deixa de tocar e apoia as mãos nas pernas a mostra.

         Ela passa os dedos pelo cabelo e se levanta.

A camisa lhe caem dessa maneira tão sexy... oh,

meu Deus. Minha boca está seca quando rodeia tranquilamente o piano e se

aproxima de mim. Ela tem os ombros largos e os quadris estreitos, um corpo maravilhoso ao andar lhe

esticam os abdominais. É impressionante...

         — Devia estar na cama, — ela adverte-me.

— Um tema muito bonito. Bach?

         — A transcrição é de Bach, mas

originariamente é um concerto para oboé do Alessandro Marcello.

         — Precioso, embora muito triste, uma

música muito melancólica.

         Ela esboça um meio sorriso.

         — Para cama, — ordena-me. — Pela manhã

você estará esgotada.

         — Eu acordei e você não estava.

         — Tenho dificuldade para dormir. Não

estou acostumada a dormir com alguém, — ela murmura. Eu não consigo discernir

qual é seu estado de ânimo. Parece um pouco desanimada, mas é difícil de saber,

por causa da escuridão. Talvez se deva ao tom do tema que estava tocando.

Rodeia-me com um braço e me leva carinhosamente para o quarto.

         — Quando começou a tocar? Touca muito

bem.

— Aos seis anos.

— Oh. — Dulce aos seis anos... tento imaginar

a imagem de uma pequena menina de cabelo acobreado e olhos cinza, e meu coração

derrete... Uma menina de cabelos alvoroçados, que gosta de música incrivelmente

triste.

         — Como se sente? — pergunta-me já de

volta no quarto. Ela liga uma luminária.

         — Estou bem.

         Nós duas olhamos para a cama ao mesmo

tempo. Os lençóis estão manchados de sangue, como uma prova de minha virgindade

perdida. Ruborizo-me, embaraçada e jogo o edredom por cima.

— Bem, a senhora Jones terá algo no que pensar, —

Dulce resmunga na minha frente. Coloca a mão debaixo do meu queixo,

levanta-me o rosto e me olha fixamente. Observa-me com olhos intensos. Dou-me

conta de que é a primeira vez que a vejo assim, sem guardas, ela está sem defesa. Instintivamente, eu

estico a mão, de forma que meus dedos passem pelo seu peito, seu colo. Quero sentir ela. mas, imediatamente, dá um passo atrás.

         — Vá para cama, — me diz bruscamente. E

logo suaviza um pouco o tom. — Deitarei um pouco contigo.

         Retiro a mão e franzo levemente o cenho.

Eu penso que nunca toquei o seu peito. Ela abre uma gaveta, saca um short e o veste rapidamente.

         — Para a cama, — ela volta a me ordenar.

Eu salto na cama tentando não pensar no sangue.

Ela deita-se também e me rodeia com os braços por

trás, de maneira que não veja seu rosto. Beija-me o cabelo com suavidade e

inala profundamente.

         — Durma, doce Anahi — ela murmura, e

eu fecho os olhos, mas não posso evitar sentir certa melancolia, não sei se é

pela música ou pela sua conduta. Dulce Grey tem um lado triste.


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Autor(a): kehcandy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 26



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  • tryciarg89 Postado em 04/10/2023 - 21:52:16

    Poxa que pena que parou,muito boa sua fic,se por acaso aparecer e quiser continuar,serei grata

  • thaicandy Postado em 01/01/2017 - 16:06:58

    posta mais

  • pekenna Postado em 28/02/2015 - 00:51:30

    Posta mais!ta sendo mto bom ver a historia sendo portinon!!to amando!

  • vverg Postado em 12/06/2014 - 21:29:08

    Não vai postar mais??? Poxa =( Poste please... *_*

  • vverg Postado em 10/06/2014 - 19:04:02

    Ei cade vc??? Sdd da fic poxa!!! =(

  • vverg Postado em 05/06/2014 - 20:34:46

    Postes??? Tem mais não? *__*

  • vverg Postado em 30/05/2014 - 17:12:28

    Ufa! Eu demorei para ler hein. Tu fica um tempo sem postar, e quando volta... adoreiiiii... muito bom. =)

  • vverg Postado em 27/05/2014 - 15:44:17

    up *_*

  • vverg Postado em 24/05/2014 - 00:19:22

    Pois e. Any e sua batalha interna..hahaha

  • vverg Postado em 21/05/2014 - 23:01:54

    Que situação da Any hein!!! =) Muito bom! *_*


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