Fanfics Brasil - 58 Cinquenta Tons de Cinza

Fanfic: Cinquenta Tons de Cinza | Tema: Portinon


Capítulo: 58

194 visualizações Denunciar


— Dois copos do Pinot Grigio, — diz Dulce em tom autoritário. Eu aperto meus lábios, aborrecida. — O que? — pergunta-me bruscamente.

  — Eu queria uma Coca-cola light, — eu sussurro.

  Seus olhos cinza se apertam e ela sacode sua cabeça.

  — O Pinot Grigio daqui é um vinho decente. Irá bem com a comida, tragam o que nos trouxerem, — diz-me em tom paciente.

  — Tragam o que trouxerem?

  — Sim.

  Esboça seu deslumbrante sorriso inclinando a cabeça e faz um nó no meu estômago. Eu não posso deixar de devolver-lhe seu sorriso glorioso.

  — Minha mãe gostou de você, — diz-me de repente.

  — Sério? — Suas palavras me fazem ruborizar de alegria.


— Olhe, Anahi, para mim também foi um fim de semana de novidades, — diz-me em voz baixa.

  — Foi?

  — Nunca tinha dormido com ninguém, nunca tinha tido relações sexuais em minha cama, nunca tinha levado uma garota no Charlie Tango e nunca tinha apresentado uma mulher para minha mãe. O que você está fazendo comigo? — A intensidade de seus olhos ardentes me corta a respiração.

  A garçonete chega com nossos copos de vinho, e imediatamente dou um pequeno gole. Está sendo franco ou se trata de um simples comentário fortuito?

  — Eu gostei muito deste fim de semana, — digo em voz baixa. Ela aperta os olhos para mim novamente.



— Pare de morder o lábio, — ela grunhe. — Eu também, — ela acrescenta.

— O que é sexo baunilha? — pergunto-lhe, embora só para me distrair do intenso olhar ardente e sexy que ela está me dando. Ela ri.

  — Sexo convencional, Anahi. Sem brinquedos, nem acessórios. — ela encolhe os ombros. — Você sabe... bom, a verdade é que não sabe, mas isso é o que significa.



— Oh. — Eu pensei que era sexo bolo de chocolate com uma cereja no topo, o que tivemos. Mas então, o que eu sei? 

A garçonete nos traz sopa, que ambos olhamos com certo receio.

  — Sopa de urtigas, — informa-nos a garçonete, dando meia volta e retornando zangada à cozinha. Não acredito que goste que Dulce não lhe faça nem caso. Provo a sopa, que está deliciosa.  



Dulce e eu olhamos uma para a outra, aliviados. Dou uma risada e ela inclina a cabeça.

— Que som adorável, — murmura.

  — Por que você nunca fez sexo baunilha antes? Você sempre fez... err, o que faz? — pergunto-lhe intrigada.

  Ela concorda lentamente.

  — Mais ou menos. — Ela responde-me com cautela. Por um momento franze o cenho e parece liberar uma espécie de batalha interna. Logo levanta os olhos, como se tivesse tomado uma decisão. — Uma amiga de minha mãe me seduziu quando eu tinha quinze anos.



— Oh. Meu deus, tão jovem!

  — Seus gostos eram muito especiais. Fui sua submissa durante seis anos. — Ela encolhe os ombros.

  — Oh. — Meu cérebro congelou, atordoado por essa confissão. 

  — Então, eu sei o que isso implica, Anahi. — Seus olhos brilham com a introspecção.



Observo-a fixamente, incapaz de articular uma palavra... Até meu subconsciente está em silêncio.

  — A verdade é que não tive uma introdução ao sexo muito corrente.

  A curiosidade entra em ação.

  — E alguma vez saiu com alguém na faculdade?

  — Não. — responde-me, negando com a cabeça, para enfatizar sua resposta.

  A garçonete chega para retirar nossos pratos e nos interrompe um por momento.

  — Por quê? — pergunto-lhe, quando ela se vai.

  Ela sorri sardonicamente.

  — Você, realmente, quer saber?

  — Sim.

  — Porque não quis. Ela era tudo o que queria ou necessitava.  Além disso, ela iria me castigar. — Ela sorri com carinho ao recordar.

  Oh, isso era muita informação... mas queria mais.

  — Então, ela era uma amiga de sua mãe, quantos anos ela tinha?

  Ela sorri.

  — Tinha idade suficiente para saber o que fazia.

  — Você ainda a vê?

  — Sim.

  — Ainda... bem...? — Ruborizo-me.

  — Não. — Ela sacode a cabeça e com um sorriso indulgente. — Ela é uma boa amiga.

  -Oh. Sua mãe sabe?

  Ela me olha, como se dissesse para não ser idiota.

  — Claro que não.


A garçonete retorna com carne de veado, mas meu apetite sumiu. Que revelação. 

Dulce, uma submissa... caramba. Eu dou um comprido gole no Pinot Grigio... Dulce tinha razão, é obvio, está delicioso. Deus, tenho que pensar em tudo o que me contou. Necessito tempo para processá-lo quando estiver sozinha, porque agora sua presença me distrai. É tão irresistível, e de repente, lança esta bomba. Ela sabe o que é ser submisso. 

  — Mas não pode ter sido em tempo integral? — Estou confusa.

  — Bem, era, apesar de não vê-la o tempo todo. Era... difícil. Afinal, eu ainda estava na escola e mais tarde, na faculdade. Coma, Anahi.


— Não tenho fome, Dulce, de verdade. Eu estou me recuperando da revelação.

  Sua expressão se endurece.

  — Coma, — diz-me em tom tranquilo, muito tranquilo.

  Eu olho para ela. Esta mulher... abusaram sexualmente dela quando era adolescente... seu tom é ameaçador.

  — Espere um momento, — eu murmuro. Ela pisca um par de vezes.



— Ok, — ela murmura e segue comendo.

  Assim será a coisa se assinar. Terei que cumprir suas ordens. Franzo o cenho. É isso o que quero? 

Pego o garfo e a faca, e começo a cortar o veado. Está delicioso.

  — Assim será a nossa... nossa relação? — Eu sussurro. — Estará me dando ordens todo o momento? — pergunto-lhe em um sussurro, sem me atrever a olhá-la.

  — Sim, - ele murmura.

  — Já vejo.

  — E o que mais que eu queira que faça, — acrescenta em voz baixa.

  Eu sinceramente duvido disso. Eu corto mais um pedaço de veado e aproximo dos lábios.



— É um grande passo, — eu murmuro e como.

— Sim, é. Ela fecha os olhos por um segundo. Quando os abre, está muito séria.

  — Anahi, tem que seguir seu instinto. Pesquise um pouco, leia o contrato... Não tenho problema em comentar qualquer detalhe. Estarei em Portland até na sexta-feira, se por acaso quiser que falemos sobre isso antes do fim de semana. — Suas palavras me chegam em uma corrida. — Ligue-me ... talvez, pudéssemos jantar... digamos na quarta-feira? Na verdade, quero que isto funcione. Nunca quis tanto.



Seus olhos refletem sua ardente sinceridade e seu desejo. É basicamente o que não entendo. Por que eu? Por que não uma das quinze? OH, não... É nisso que vou converter-me? Em um número? 

A dezesseis, nada menos?

 

  -O que aconteceu com as outras quinze? - pergunto-lhe, de repente.

  Ela suspende as sobrancelhas, surpresa e move a cabeça com expressão resignada.

  — Coisas distintas, mas ao fim e ao cabo se reduz a... — detém-se, acredito que tentando encontrar as palavras. 

— Incompatibilidade. — Ela encolhe os ombros.

  — E acredita que eu poderia ser compatível contigo?

  — Sim.



— Então, já não vê nenhuma de suas ex.

  — Não, Anahi. Eu não. 

  Oh... isso é novidade.

  — Já vejo.

  — Pesquise um pouco, Anahi.

  Eu abaixo o garfo e a faca. Não posso continuar comendo.

  — Só isso? Isso é tudo o que vai comer?

Eu concordo. Ela franze o cenho, mas decide não dizer nada. Eu deixo escapar um pequeno suspiro de alívio. 



Meu estômago está embrulhado com tantas informações e me sinto um pouco tonta pelo vinho. Observo-a devorando tudo o que tem no prato. Deve fazer muito exercício para manter a boa forma. De repente, recordo como lhe cai bem o pijama. A imagem é totalmente perturbadora. Contorço-me desconfortavelmente. Ela me olha e eu ruborizo. 

  — Eu daria tudo para saber o que está pensando neste exato momento, — ela murmura.

  Ruborizo ainda mais.

  Ela sorri perversamente para mim.

  — Eu posso imaginar, — provoca-me.

  — Alegro-me de que não possa ler meus pensamentos.



— Seus pensamentos não, Anahi, mas seu corpo... isso conheço bastante bem desde ontem. — Sua voz é sugestiva. Como pode mudar de humor tão rápido? É tão volátil... É tão difícil seguir seu ritmo.

  Chama à garçonete e lhe pede a conta. Depois de pagar, levanta-se e me estende a mão.





Compartilhe este capítulo:

Autor(a): kehcandy

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

— Vamos. — Agarra-me pela mão e voltamos para carro. O inesperado dela é este contato de sua pele, normal, íntimo. Não posso reconciliar este gesto corrente e tenro com o que quer faz naquele quarto... O Quarto Vermelho da Dor.   Fazemos a viagem de Olympia para Vancouver em silêncio, cada um afundado em seus pensamentos. ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 26



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tryciarg89 Postado em 04/10/2023 - 21:52:16

    Poxa que pena que parou,muito boa sua fic,se por acaso aparecer e quiser continuar,serei grata

  • thaicandy Postado em 01/01/2017 - 16:06:58

    posta mais

  • pekenna Postado em 28/02/2015 - 00:51:30

    Posta mais!ta sendo mto bom ver a historia sendo portinon!!to amando!

  • vverg Postado em 12/06/2014 - 21:29:08

    Não vai postar mais??? Poxa =( Poste please... *_*

  • vverg Postado em 10/06/2014 - 19:04:02

    Ei cade vc??? Sdd da fic poxa!!! =(

  • vverg Postado em 05/06/2014 - 20:34:46

    Postes??? Tem mais não? *__*

  • vverg Postado em 30/05/2014 - 17:12:28

    Ufa! Eu demorei para ler hein. Tu fica um tempo sem postar, e quando volta... adoreiiiii... muito bom. =)

  • vverg Postado em 27/05/2014 - 15:44:17

    up *_*

  • vverg Postado em 24/05/2014 - 00:19:22

    Pois e. Any e sua batalha interna..hahaha

  • vverg Postado em 21/05/2014 - 23:01:54

    Que situação da Any hein!!! =) Muito bom! *_*


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais