— Que, pois não pode!
— Que merda você fez para ela agora?
— Desde que ela te conheceu ela chora o tempo todo.
— Você não pode entrar aqui!
Dulce entra repentinamente em meu quarto e sem a menor cerimônia liga a luz de cima, fazendo-me piscar.
— Jesus, Anny, — ela murmurou. Ela desliga novamente e está ao meu lado em um momento.
— O que você está fazendo aqui? — Eu ofego entre soluços. Merda. Eu não consigo parar de chorar.
Ela liga a luz lateral, me fazendo piscar novamente. Kate chega e permanece na entrada.
— Você quer que eu expulse esta idiota? — Ela pergunta, irradiando uma termo-nuclear hostilidade. Dulce levanta as sobrancelhas para ela, sem dúvida, surpreendida por seu lisonjeiro epíteto e seu antagonismo feroz. Sacudo minha cabeça, e ela rola seus olhos para mim. Oh… eu não faria isso perto da Sra. G.
— É só gritar se você precisar de mim, — ela disse mais suavemente. — Grey, as suas cartas estão marcadas, — ela sussurra para ela. Ela acena para Kate, e ela se vira e puxa a porta, mas não a fecha.
Dulce olha para mim, sua expressão é um tumulo, seu rosto está pálido. Ela está vestindo seu casaco listrado, e do bolso, ela tira um lenço e o entrega para mim. Eu acho que ainda tenho um outro seu em algum lugar.
— O que está acontecendo? — Ela pergunta calmamente.
— Por que você está aqui? — Eu pergunto, ignorando sua pergunta. Minhas lágrimas milagrosamente cessaram, mas eu estou com náuseas.
— Parte de meu papel é para cuidar de suas necessidades. Você disse que queria que eu ficasse, então aqui estou. Eu ainda acho que você gosta disto. — Ela pisca para mim, verdadeiramente perplexo. — Tenho certeza de que sou responsável, mas eu não tenho nenhuma ideia do por que. Será que é porque eu bati em você?
Eu me puxo para cima, estremecendo por meu traseiro dolorido. Eu me sento e o enfrento.
— Você tomou um pouco de Advil?
Sacudo a cabeça. Ela estreita seus olhos e deixa o quarto. Eu o ouço conversando com Kate, mas não o que estão dizendo. Ela volta alguns momentos mais tarde com pílulas e uma xícara da água.
— Tome estes, — ela ordena suavemente enquanto se senta em minha cama, ao meu lado.
Eu faço como ela disse.
— Converse comigo, — ela sussurra. — Você me disse que estava bem. Eu nunca teria deixado você se eu pensasse que você estava assim.
Eu olho fixamente para minhas mãos. O que posso dizer que eu já não disse? Eu quero mais. Eu quero que ela fique porque ela quer ficar comigo, não porque eu sou uma bagunça chorona, e eu não quero que ela me bata, isto é tão irracional?
— Creio que quando você disse que estava bem, você não estava.
Eu corei.
— Eu pensei que estava bem.
— Anahi, você não pode me dizer o que você pensa que eu quero ouvir. Isto não é muito honrado, — Ela me adverte. — Como posso confiar em qualquer coisa que você me disse?
Eu olhei para ela, e ela franziu a testa, com um olhar sombrio em seu rosto. Ela passou ambas as mãos por seu cabelo.
— Como você se sentiu enquanto eu estava batendo em você e depois?
— Eu não gostei disto. Eu prefiro que você não faça isto novamente.
— Isto não foi para você gostar.
— Por que você gosta disto? — Eu olho fixamente nela.
Minha pergunta o surpreende.
— Você realmente quer saber?
— Oh, confie em mim, eu estou fascinada.— E eu não posso manter o sarcasmo fora de minha voz.
Ela aperta seus olhos novamente.
— Cuidado, — ela adverte.
Eu empalideço.
— Você vai me bater novamente? — Eu desafio.
— Não, não hoje à noite.
Ufa... Meu subconsciente e eu, ambos, demos um suspiro mudo de alívio.
— Então, — eu inicio.
— Eu gosto do que o controle me traz, Anahi. Eu quero que você se comporte de um modo particular, e se você não fizer isso, eu devo puni-la, e você aprenderá a se comportar da maneira que eu desejar. Eu aprecio castigar você. Eu quis espancar você desde que você me perguntou se eu era gay.
Eu corei com a lembrança. Droga, eu quis espancar a mim mesma depois daquela pergunta. Então Katherine Kavanagh é responsável por tudo isso, e se ela fosse para aquela entrevista e fizesse a pergunta sobre ela ser gay, ela estaria sentando aqui com o traseiro dolorido. Eu não gosto desse pensamento. Como isso é confuso?
— Então você não gosta do modo que eu sou.
Ela olha fixamente para mim, perplexo novamente.
— Eu acho que você é adorável do modo que você é.
— Então por que você está tentando me mudar?
— Eu não quero mudar você. Gostaria de ser cortês e seguir o conjunto de regras que eu dei a você e não me desafiar. Simples, — ela diz.