Fanfic: - A marca de uma lágriima (finaliizada)
— E como! Eu vou ser grata a você o resto da vida por ter me impedido de passar por burra
diante dele. Chris parece tão caído por mim quanto eu por ele. No começo, nos primeiros
dias, ele se conteve, como se... como se...
“Ah como me doeu ouvi-la chamando-o de Chris, aquele apelido era meu, a única coisa que eu poderia dizer que só eu tinha direito nele!”
— Como se quisesse deixá-la à vontade...
— Exatamente. Deixar-me à vontade. Isso acabou fazendo com que o nosso namoro girasse
quase que só através das suas cartas, Dul. Daquilo que você escrevia... Mas, depois, ele se
abriu. E como se abriu! Ele é um amor, mas é também um gênio. O segredo que eu queria lhe contar são estas cartas dele. Veja.
Annie abriu a bolsa e tirou um macinho de cartas mil vezes relidas.
— Hum? Cartas de Christopher?
— Eu não queria mostrar a ninguém,Dulce. É lindo demais. Eu queria guardar essa beleza só para mim. Ciúme. Ciúme das cartas como ciúme dele. Mas você tem o direito, não é? É você quem põe no papel o amor que eu sinto por ele. Acho que você tem o direito de ler a resposta.
Como se estivesse pouco interessada, Dulce folheou rapidamente os papéis que conhecia
quase de cor. A letra de Christopher, firme, reproduzia cada uma daquelas palavras que ela havia criado na solidão torturante do seu quarto, perseguida pela voz do inimigo rachado, do outro lado do corredor.
— Então? O que acha?
— Eu? Hum... não sei, parece bom... algum estilo...
— Algum estilo?! O que é isso, Dulce? Você está perdendo a sensibilidade? Aí estão as
idéias mais malucas, mais francas, mais lindas que eu já li. Ser amada desse jeito é muito mais do que eu sonhei na vida. E você ainda diz que tem algum estilo!
— Você gostou mesmo, Annie?
— Desculpe, mas eu acho que finalmente você encontrou um rival literário à sua altura. O
que ele me escreve é muito mais inspirado do que as cartas que você escreve por mim...
— Hum...
— É tudo tão bom, um sonho tão maravilhoso com Christopher, que eu chego a sentir medo.
— Medo? Amor e medo... parece que não combinam.
— Medo de ser desmascarada por Christopher. Um garoto tão sensível, uma cabeça tão
incrível... Quando estamos juntos, ele não me provoca. Conversa, ri e brinca, só. Toda a beleza que ele tem por dentro fica para as cartas e para as poesias. Acho que ele sentiu que eu, pessoalmente, não consigo dizer o que você escreve nas cartas.
— É? E você? O que faz?
— Eu dou todo o carinho que posso, mas banco a tímida, sorridente, meio calada, para
disfarçar. Eu queria poder falar, abrir a boca e dizer tudo o que eu sinto por ele. Mas eu sei que, na hora, não vou conseguir dizer nada e ele vai se decepcionar comigo. Dul, eu tenho medo. Medo de que Cristiano...
— Está bem!
— Como?
Dulce bateu os livros sobre a mesinha. Agarrou Annie pela mão e arrastou a amiga para a
sala.
— O que está havendo, Dul?
— Você vai falar com Chris e dizer tudo o que sente. Agora!
— Mas...
Decidida, estendeu o telefone para Annie.
— Pegue. Ligue para ele.
— Ora, mas eu lhe disse...
— Não tenha medo. Eu fico ao seu lado e vou falando. Ê só repetir.
—Dul, você está vermelha... O que houve?
— Você quer falar com ele, não quer? Pois fale! Eu estarei pendurada no seu outro ouvido.
Fale com ele e repita tudo o que eu disser.
Colocou o fone nas mãos de Annie e discou ela mesma.
—Dul! Não...
— Alô.
Do outro lado da linha, a voz de Christopher.
— Eu... Christopher, eu...
— Annie! Oi, meu amor... Eu estava agora mesmo relendo aquele seu poema que...
— Que bom! Relendo o meu poema...
Dulce colou a boca ao ouvido livre de Rosana.
— Repita: Não, não releia o que já sabe, Chris. Não quero que o meu amor pare no tempo
da jura de ontem. Ouça o amor de hoje, que será bem menor que o de amanhã...
— Não, Christopher... não...
— Alô? Annie? O que está havendo?
— Vamos! Repita o que eu disse!
— Não! Eu, eu... Christopher...
Com o rosto em brasa, Dulce arrancou o fone das mãos de Annie e tapou parcialmente o
bocal com uma toalhinha de crochê que enfeitava a mesa do telefone. E falou, inflamada de
paixão.
— O que eu escrevo, Chris, é menos do que eu posso dizer. E o que eu posso dizer, agora,
é menos do que eu sinto por você. Tanta verdade se perde no caminho do coração ao cérebro, do cérebro à boca, da boca à mão, da mão ao papel... Agora eu quero que você saiba tudo o que eu sinto, sem perdas pelo caminho. Sem desperdícios. Quero que você percorra os meus caminhos de volta, dos papéis ao coração. É aqui! É aqui dentro que você tem de morar, meu amor!
— Ah, Annie... A sua voz está tão diferente... A ligação está abafada... Parece outra
pessoa...
— É que hoje eu não sou eu, pois sou eu mesma. A mesma do princípio do caminho, sem
perdas de amor pela estrada, sem bloqueios, sem vergonhas. Eu sou agora aquele verdadeiro eu, que você ainda não conhece. É esse eu que você deve compreender, conhecer e amar!
— Eu... eu te amo, Annie...
Ao lado da amiga, ouvindo só uma das partes, Annie começou a chorar.
E Dulce falou. Falou, quase sem dar tempo para a resposta do outro lado. Sem tomar fôlego. Envolveu Christopher, virou-o, manipulou-o, excitou-o, passando da frase mais arrebatada ao sussurro mais tímido, como uma pequena gata felpuda que rolasse no colo do dono.
—Annie! Eu quero te ver. Agora!
— Então venha correndo. Me encontre na casa de Dulce. A mãe dela não está. Hoje eu quero ser sua, Christopher. Venha me buscar.
De olhos molhados, sem entender nada, Annie olhava atônita para Dulce.
O telefone foi desligado com decisão. Dulce estava de pé, respirando como se tivesse
acabado de correr a maratona, com os olhos arregalados e um sorriso cínico, de triunfo, nos
lábios.
— Pronto. Ele vem aí, prepare-se. É todo seu. Eu vou à livraria da mãe do Alfonso.
— E eu? O que digo quando ele chegar?
— Aja. Eu já disse tudo.
Autor(a): aniiinhaa
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Dulce era um fantasma, naquela manhã. O primeiro sinal acabara de soar quando ela chegou ao colégio. Não teve coragem de juntar-se ao tumulto dos estudantes correndo para as classes. Encostou-se à parede, abraçada ao fichário e ao livro de química inorgânica, e ficou vendo esvaziar-se o pátio. Inorgânic ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 68
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:33
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:06
amei a web linda muito bom amei o fim
-
marivondy Postado em 05/08/2009 - 20:36:05
Posta mais!
=] -
marivondy Postado em 04/08/2009 - 20:44:03
Posta mais!
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marivondy Postado em 03/08/2009 - 20:30:19
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tammybrenda Postado em 30/07/2009 - 13:30:18
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natyvondy Postado em 30/07/2009 - 01:18:22
Passem em
´´Fora da Lei``
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http://www.e-novelas.com.br/?q=ler_novela&id=3544
bjix da Naty -
tammybrenda Postado em 29/07/2009 - 22:30:00
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