Fanfics Brasil - - A sombra de um pesadelo² - A marca de uma lágriima (finaliizada)

Fanfic: - A marca de uma lágriima (finaliizada)


Capítulo: - A sombra de um pesadelo²

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— Essa menina anda estranha... Não sei...


— Vai ver, ela sabe de alguma coisa.


— Não creio. Ela teria dito. Para mim ou para a polícia. Talvez esteja imaginando alguma


coisa. Ela é muito inteligente.


— Quer que eu fique de olho nela?


— Não sei... talvez... Mas discretamente. Veja com quem ela anda. Com quem fala. Vai ver, não há nada com que nos preocupar... Mas eu não gostaria que ela dissesse alguma besteira pelos corredores sobre a morte de dona Albertina.


— Deixe comigo.


Brucutu fechou a porta silenciosamente.


 


***


 


Dulce não poderia entrar em aula naquela manhã. Também não poderia ficar em casa,


dividindo o espaço com a enxaqueca da mãe. Quando o sinal tocou chamando para a primeira aula, continuou a andar, sem rumo, pelos quarteirões que rodeavam a escola.


Era uma daquelas manhãs geladas de outono e as ruazinhas estavam desertas. A poucas


quadras da escola, uma pracinha minúscula, sem bancos nem nada, sobrevivia à especulação imobiliária, exibindo apenas uma árvore. Mas era uma árvore antiga, grande, majestosa, com galhos pesados que pendiam sobre o chão, formando quase uma tenda verde-escura sob a qual Dulce se abrigou.


Debaixo da árvore, a grama não mais crescia, e a menina se sentou no chão batido, meio


coberto de folhas caídas e papéis de sorvete.


Já não tinha lágrimas para chorar. Todo o estoque havia empapado o travesseiro naquela


noite, enquanto a mãe assistia à novela. Depois, embalada por seu próprio pranto, Dulce


adormecera.


Lembrava-se perfeitamente do sonho. Ela era a mesma princesa de um reino distante, a


mesma de seus sonhos de criança. Mas agora era uma moça, a beira do mesmo lago de águas cristalinas onde os sapos aguardavam, pacientes, que uma princesa como ela resolvesse beijá-los e transformá-los em príncipes. A água a atraía, e ela desabotoou o corpete de fios de ouro. Estava só, sob um multicolorido dossel de folhagens através do qual a brisa compunha uma sinfonia acompanhada pelo murmúrio suave das águas do lago. Despiu-se completamente e mirou-se refletida no espelho da água.


Já não era uma criança. Seus cabelos soltos e ruivos desciam pelos ombros, apontando para seios maduros, eretos, pedintes do carinho de uma mão masculina. Suas mãos desceram pelo corpo, contornando uma cintura estreita, um ventre reto e percorrendo uma pele eriçada, excitada, úmida. Acariciou as próprias coxas e demorou-se descobrindo-se mulher. Um calafrio gostoso percorreu-lhe a espinha, subindo até à nuca e espalhando-se pelo cérebro como se fosse o gostinho do chocolate que se derrete mansamente na boca.


Estava pronta. Pronta para o príncipe encantado que viesse, que a tomasse, que aspirasse seu perfume e a carregasse nua em seu cavalo branco.


Uma gargalhada infernal arrancou-a de seu devaneio. Refletida junto ao seu corpinho


indefeso, a imagem de um gigante ameaçador aproximava-se cuspindo baba e palavrões. Sentiu-se agarrada por braços peludos, e um hálito demoníaco de alho e enxofre a sufocou.


Aterrorizada, olhou para a carranca do agressor.


Era Brucutu.


Tentou gritar, tentou desvencilhar-se do abraço obsceno. Debateu-se, sentindo aquelas mãos imundas a apalpá-la, a desvendar cada canto do seu corpo, a apertar, a invadir, a profanar,enquanto a gargalhada transformava-se num arfar ofegante.


Sufocada, quase desmaiando, viu quando uma mão de aço abateu-se sobre o ombro do


monstro e o arrancou de cima dela.


Era um cavaleiro altivo, de armadura de prata, pronto a defendê-la até à morte. Foi um


combate de sonhos. As espadas reluziam e entrebatiam-se soltando fagulhas. Gotas de sangue salpicavam-lhe a pele nua cada vez que um golpe chegava mais perto. Até que, com um volteio,a espada do cavaleiro fez um círculo de prata no ar, arrancando a cabeça de Brucutu, que rolou pela relva e foi desaparecer nas águas do lago.


O cavaleiro cravou a espada na terra. Olhou para a princesa e, ainda com o elmo abaixado,


ajoelhou-se no chão, oferecendo seus préstimos.


Quem seria ele? Pendendo sobre a armadura, uma correntinha balançava.


A correntinha!


Sem vergonha da própria nudez, Dulce atirou-se em seus braços.


De repente, todo o cavalheirismo do herói pareceu desvanecer-se. Ele aceitou o abraço,


esmagando-a com o peso da armadura. Onde ela buscava carinho, foi dor que encontrou. Outra vez foi agarrada brutalmente, agora arranhada em ferros como se uma jaula se fechasse sobre ela.


— Não!


Desesperada, ergueu o visor do elmo. Era Brucutu novamente!


— Não! Socorro!


— Calma, Dulce! Eu estou aqui. O que houve?


Outros braços a enlaçavam. Desta vez sob a árvore da praça, aquecendo-a do frio da manhã.


Ela havia sonhado tudo de novo, acordada, como se tivesse enlouquecido.


— Calma, meu amor... Abrace-me. Está tudo bem...


— Oh, Poncho... você...


Deixou-se soluçar baixinho, fungando como uma criança sobre aquele peito amigo que a toda hora se fazia presente.


Os dois deixaram passar todo o tempo de que Dulce precisava. E ela precisou de bastante


tempo.


— Desculpe, Alfonso. Eu ando nervosa, eu ando meio louca, falando sozinha, eu...


— Está bem. Você não está sozinha agora.


Era um bom amigo. Um amigo que Dulce até poderia ter aproveitado melhor se não o tivesse conhecido no pior momento de sua vida. Deixou-se abraçar, e sentiu aquecer-se aquela manhã que soprava gelada por entre as ramagens da pracinha.


— Obrigada, Poncho. Foi bom você ter aparecido.


— É a primeira vez que você diz isto.


— Como me encontrou aqui?


— Por acaso. Estava passando...



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Autor(a): aniiinhaa

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— Estava passando, nada! Você me seguiu. — É claro que sim! — Ah, Poncho! Você não toma jeito... — Está mais calma agora? Quer falar sobre o que a está perturbando tanto? — Eu... nada... é que... a morte da dona Albertina... De que adiantaria falar-lhe de Christopher? De que adiantaria dizer-lh ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 68



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45

    amei a web linda muito bom amei o fim

  • tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45

    amei a web linda muito bom amei o fim

  • tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:33

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  • tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:06

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  • marivondy Postado em 05/08/2009 - 20:36:05

    Posta mais!
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  • marivondy Postado em 04/08/2009 - 20:44:03

    Posta mais!

  • marivondy Postado em 03/08/2009 - 20:30:19

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  • tammybrenda Postado em 30/07/2009 - 13:30:18

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  • natyvondy Postado em 30/07/2009 - 01:18:22

    Passem em
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    http://www.e-novelas.com.br/?q=ler_novela&id=3544
    bjix da Naty

  • tammybrenda Postado em 29/07/2009 - 22:30:00

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