Fanfics Brasil - - Não há salvação - A marca de uma lágriima (finaliizada)

Fanfic: - A marca de uma lágriima (finaliizada)


Capítulo: - Não há salvação

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Lentamente, o fone tornou-se pesado demais para os dedos de Dulce, que se abriram,


deixando rolar pelo tapete a voz desesperada de Christopher.


O torpor inebriante tomou conta de todo o seu corpo. Mas a mente permaneceu lúcida.


Encerrada dentro de si mesma pelos olhos que nada mais percebiam do exterior, navegando


docemente através das palavras maravilhosas que nunca esperara ouvir dos lábios de Christopher,Dulce repassou todos os acontecimentos daqueles dias de loucura.


"Tarde demais... Chris, meu amor... você está vindo para cá... tarde demais. Eu esperei


tanto... Tudo tão lindo e tão tarde... Chris, meus braços estiveram à sua espera todo esse


tempo, e agora não são mais capazes de abraçá-lo... Tarde demais..."


Como se viessem do outro lado do planeta, batidas violentas na porta penetraram os ouvidos de Dulce.


“Tarde demais... Christopher... Como você vai me encontrar? Como a Bela Adormecida? Cem anos à espera do beijo do príncipe? Você beijaria o meu cadáver daqui a cem anos, Chris? De que jeito você vai me encontrar? Como a dona Albertina? Feia, grotesca, esbugalhada, arregaçada, com um envelope cheio de veneno ao lado? Ou como a Branca de Neve, numa urna de cristal, envenenada pela maçã?”.


Ela teria deixado a porta destrancada? Ou algum invasor a arrombara? Sentia alguém a seu


lado, alguém que a tocava. Falava com ela, talvez? Christopher! Lábios quentes colaram-se


delicadamente aos seus, como a soprar-lhe a vida que fugia, e uma carícia leve, metálica,


arrastou-se por seu pescoço. A correntinha! Christopher... O primeiro e o último beijo, sempre com Dulce caída, largada como um fardo, sobre a grama ou sobre o sofá... como um cadáver...


"Chris... tarde demais... meu príncipe! Tarde demais... A maçã da bruxa estava


envenenada... maçã envenenada... linamarina na maçã... linamarina no bombom... bombom


envenenado... É isso! Por que não pensei nisso antes? O veneno estava no bombom! No


bombom! Não havia nenhum envelope plástico ao lado da mão da diretora quando eu encontrei o cadáver. Não havia, eu me lembro! Eu vi aquela mão gorda, foi a primeira coisa que vi. Não havia envelope nenhum! Mas havia o papel de bombom, em cima da mesa... Depois, o papel de bombom desapareceu e surgiu um envelope com veneno ao lado do corpo. Quem pôs? Quem tirou? Brucutu! Não! Brucutu, não. Alfonso mesmo disse que Brucutu ficou agarrado no braço dele, na entrada da sala, o tempo todo. Brucutu só nos arrastou para a diretoria para que houvesse duas testemunhas inocentes, insuspeitas, na hora da descoberta do cadáver. É claro! Por que ele estava com a chave mestra? Coincidência? Ele era apenas o cúmplice, encarregado dos trabalhos de apoio. Então... o ator principal era... era a professora Olga! Olga! Ah, por que eu não vi isso antes? Estava tudo na minha frente. Não vi porque não mais nada na minha cabeça, além dele. DELE! De você, meu amor! Você está aí? Está me ouvindo? Ai, eu não consigo falar! Mas alguém tem de me ouvir. Era Olga. No laboratório, a figura de avental. Era Olga! Meu amor, tente me ouvir, eu não tenho forças para falar... Tarde demais... Educação por indução subliminar... Educação forçada! Usar os próprios anseios de alguém para levá-lo a fazer até o que


não quer. É isso. O bombom envenenado! Foi só deixar um bombom envenenado em cima da mesa onde dona Albertina passaria a noite trabalhando. Fechada naquela sala, sozinha, com sua necessidade de emagrecer, com sua fome que aumentava a cada minuto, e com um bombom... Qual dos dois lados de sua vontade venceria? A decisão de emagrecer? Ou a gulodice de toda a sua vida? A professora Olga... Olga sabia qual o lado vencedor. O crime perfeito! O crime a portas fechadas! Depois, foi só sumir com o papel de bombom e deixar cair o envelope com veneno ao lado do corpo. Tudo perfeito... na minha frente! Alguém! Procure me entender! Eu sei! Foi Olga!"


Como em um disco fora de rotação, Dulce conseguia distinguir vozes e movimentos agitados a sua volta, mãos que a seguravam, agulhas que a espetavam...


— Tragam a maça!


— Segurem com cuidado...


— É melhor apertar a correia...


— Salvem-na, por favor! Ela é tudo para mim!


"Foi Olga! Estão ouvindo? Ai, eu não consigo falar... Foi Olga! O bombom envenenado, a


linamarina, foi Olga! Foi..."


O entorpecimento tomara conta de todo o seu corpo e as peças todas daquele quebra-cabeça


imenso espalhavam-se desordenadamente por entre as células de seu cérebro. Apesar da tontura, tudo agora parecia fazer sentido, parecia encaixar-se. Mas, subitamente, a forma de montar o quebra-cabeça mudou, e uma nova consciência, terrível, macabra, surgiu como um pesadelo que antecede a morte:


"Não! Não é nada disso! Não! Não foi nada disso... As impressões digitais! Quem teve a


chance de colocar as impressões digitais de dona Albertina no envelope de veneno? Foi ela! Só ela! Meu Deus! O bombom envenenado! Não é um só. São dois! O bombom! O bombom deixado sobre a mesinha... um bombom só, preparado para eu comer! Preparado com linamarina! Um bombom para a menina que não havia almoçado nem jantado... Ela disse que comia bombons porque estava deixando de fumar... Comeu os bombons normais e deixou um só no saquinho. Envenenado! Com linamarina! Com cianureto!"


Sentiu-se sacudir, carregada. Quase nada mais percebia do exterior. Um toldo negro cada vez mais a envolvia corpo uma mortalha. Bem perto dela, alguém falava nervoso e baixinho, mas as palavras perdiam-se no precipício da inconsciência que chegava.


—... não sei... intoxicação... envenenamento... se foi cianureto... não há salvação...


A mente de Dulce desligou-se do mundo.


 


***


 


— Calma, rapaz, estamos fazendo o possível...


— Faça o impossível, doutor! Salve Dulce!


— Me disseram que essa menina é um gênio...


— Não me importa o gênio, doutor. Eu quero essa menina! Eu quero essa menina viva!


 


***


 


— Sou professora da menina, doutor. Qual o diagnóstico?


— Ainda não sabemos qual a substância tóxica...


— E qual o prognóstico? Ela viverá?


— Confie em nós, professora Olga...


 


***



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Autor(a): aniiinhaa

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 68



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  • tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45

    amei a web linda muito bom amei o fim

  • tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45

    amei a web linda muito bom amei o fim

  • tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:33

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  • tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:06

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  • marivondy Postado em 05/08/2009 - 20:36:05

    Posta mais!
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  • marivondy Postado em 04/08/2009 - 20:44:03

    Posta mais!

  • marivondy Postado em 03/08/2009 - 20:30:19

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  • tammybrenda Postado em 30/07/2009 - 13:30:18

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  • natyvondy Postado em 30/07/2009 - 01:18:22

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    bjix da Naty

  • tammybrenda Postado em 29/07/2009 - 22:30:00

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