Fanfic: - A marca de uma lágriima (finaliizada)
— Doutor, esse rapaz se recusa a sair do hospital. Disse que vai ficar aqui a noite toda. Na
sala de espera. Acordado...
— Deixe-o ficar, enfermeira. Deixe-o ficar...
— Mas o regulamento...
— Então faça de conta que não viu. Eu também já fui jovem, enfermeira. Eu também já me
apaixonei. Como esse rapaz. Sei o que ele está sentindo...
***
“Eu estou no laboratório? Está escuro, como no laboratório... como no laboratório... Christopher virá? Vai dizer que ama Annie? Não! Ele disse que ama a mim! Dulce!”.
“Eu não quero morrer... Não me deixem morrer... Agora não! Chris, me ajude! Você disse que me ama, disse que ama o que eu escrevi... Então venha me buscar... Me tire do laboratório, me tire do escuro... Eu já morri, Chris? Já estou na urna de cristal? Onde está o meu beijo, meu príncipe? O beijo da grama, o beijo do sofá. O beijo da vida... Me devolva a vida, meu amor, para que eu possa dá-la de volta, inteirinha, a você..."
O horário de visitas no hospital já havia terminado, mas a mulher conseguiu esgueirar-se sem ser percebida e entrou na sala dos médicos.
Havia apenas um deles, dormindo como um santo e roncando como um porco, perfeitamente preparado para o plantão da noite.
A mulher apanhou um avental de médico, vestiu-o, retirou cuidadosamente o estetoscópio
pendurado no médico adormecido, colocou-o no próprio pescoço e saiu sem um ruído.
***
"Está frio... eu estou no laboratório? Christopher não virá... eu não vou chorar... eu não posso chorar... o vulto de branco vem aí... vai mexer na linamarina... quer me dar o bombom envenenado... eu preciso saber quem é... preciso enxergar através das lágrimas... a lágrima pingou sobre a carta para Chris... marcou a carta... Christopher vai descobrir que sou eu... Não, Chris, não diga que ama Annie... não me faça chorar, senão eu não vou reconhecer o vulto de branco... Está frio no laboratório... a aranha está com frio... Onde está a aranha? Onde está a cobra? Estão presas! Na urna de cristal! Junto com o cadáver de Dulce! Estão mortas, com Dulce! Socorro, Chris..."
***
— Onde está a ficha da paciente do 412?
— Está aqui, doutora...
— Quero ver.
A encarregada do andar entregou a prancheta à mulher. Estava tudo anotado. A substância
tóxica já havia sido descoberta. Ela leu o que precisava e jogou a prancheta sobre o balcão.
Pegou o elevador até o subsolo, onde ficava a farmácia do hospital.
— Boa noite, doutora... — cumprimentou o sonolento atendente.
A.mulher perguntou de um medicamento, um nome inventado na hora, algo bem complicado.
— Hum... não sei, doutora. Posso verificar na lista.
— Pois verifique.
— Deixe ver... não, não temos esse medicamento em estoque, doutora.
— Veja na administração se há algum pedido de compra. Preciso do medicamento até
amanhã.
— Um instante, doutora. Vou telefonar para a administração. Talvez o plantonista possa
informar alguma coisa.
Enquanto o atendente discava, a mulher, às suas costas, percorreu as prateleiras. Foi rápido
encontrar o que precisava. Quando o homem desligou, ela já pusera um pequeno frasco e uma seringa de injeção no bolso do avental.
— Desculpe, doutora, mas não há pedido de compra para esse medicamento.
— Droga de hospital! Está bem, eu me viro de outro jeito. Obrigada, assim mesmo.
— Às ordens, doutora.
***
“Christopher me ama... me ama! Não quero morrer... não quero morrer... não sou dona Albertina... tenho só quatorze anos... não sou obesa... não sou... Você me acha gorda, Chris? Você me acha feia? Esse frio... Meus pés estão frios... Estou na beira do lago? Do lago do sonho? Estou nua? Estou nua... O gigante! Estou vendo! O gigante voltou! Eu não tive juízo... Ele voltou para se vingar! Estou vendo! Ê Brucutu!”.
***
Na porta do quarto 412 havia uma tabuletinha onde estava escrito VISITAS PROIBIDAS
POR ORDEM MÉDICA. Mas, àquela hora da noite, ninguém ficava de plantão pelos corredores para fazer cumprir as ordens das tabuletinhas. Assim, a mulher de avental deslizou sem problemas pelo corredor e abriu a porta silenciosamente.
***
"Brucutu? Não, não é Brucutu... Onde estou? Aqui não é o laboratório da escola... Onde está a aranha? Onde está a cobra? Onde está o vulto de branco? O vulto de branco! Você!"
— Boa noite, Dulce. Como é? Está melhorzinha?
Apesar da escuridão quase total, Dulce reconheceu o vulto da professora, recortado contra o teto do quarto.
— Oh, vejo que você ainda está fraca! Mas isso vai passar. Sabe? Eu fiquei preocupada com a história do bombom. É... você me deixou preocupada. Ninguém sobrevive à linamarina. Ninguém sobrevive ao cianureto. Mas você não comeu o bombom, não é? É pena... Você poderia ter evitado tanta preocupação, tanto sofrimento...
Dulce tentou gritar, e a língua se enrolou, os músculos não responderam. Mas ela ouvia tudo, e enxergava o suficiente para aumentar o próprio terror.
— Você tem de admitir que foi uma grande idéia, não foi? Hein? Levar a polícia junto, na
hora de cometer um crime! Hein? Oferecer o bombom envenenado nas barbas da polícia! Um lance de gênio, você tem de admitir. Mas você não comeu o bombom...
Naquele momento, quando Dulce havia recuperado todas as razões para viver, naquele
momento em que ela havia finalmente conquistado o amor de Christopher, a morte estava ali, de avental branco, falando suavemente, com ternura até.
— Você não comeu o bombom. E confundiu a todos, a mim e aos médicos, porque tomou
alguma outra coisa. Que falta de juízo! Sabe que foi difícil tratá-la até se saber com certeza o que você tinha tomado? Por que você tomou o calmante da mamãe? Você queria morrer? Por quê, queridinha? Se queria morrer, devia ter comido o meu bombom. Eu o preparei com tanto carinho... Ou devia ter tomado mais do remédio da mamãe. Pelo jeito, você tomou tão pouco... Só serviu mesmo para deixar você tontinha desse jeito. E para deixar todos nós preocupados. Menina má!
Dulce tentava conseguir forças para alguma reação. Se conseguisse um grito, um só, no
silêncio noturno daquele hospital, alguém viria socorrê-la. Mas todo o seu corpo permanecia paralisado, como um quase-morto, capaz apenas de ouvir... e de sentir medo.
— Você está me ouvindo, queridinha? É claro que está! Eu vejo pelo seu olhar que você está me ouvindo. Está com medo? Medo de quem? Do Brucutu? Não precisa mais ter medo do Brucutu. Ele está morto. Meu ajudante, meu único amigo de verdade naquela escola, e você me obrigou a matá-lo. É... foi você, não sabia? Pobre Brucutu! Foi ouvir seus mexericos com Alfonso e me procurou, todo alvoroçado. Eu o aconselhei a ficar quieto, mas o pobrezinho resolveu ameaçar você. Aí, quando você falou da ameaça para mim e para o investigador, você me forçou a matá-lo. Ele acabaria facilmente preso e ia complicar ainda mais as coisas. Brucutu raciocinava pouco, mas sabia demais. Foi uma pena. Uma pena mesmo...
Autor(a): aniiinhaa
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Calmamente, a professora rasgou a embalagem da seringa de injeção. Espetou a agulha na borrachinha do frasco e fez a seringa aspirar o líquido. — Os médicos já descobriram que tipo de calmante você tomou. Você está recebendo o tratamento certo. Que ótimo, não? Eu também acabei ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 68
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:33
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:06
amei a web linda muito bom amei o fim
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marivondy Postado em 05/08/2009 - 20:36:05
Posta mais!
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marivondy Postado em 04/08/2009 - 20:44:03
Posta mais!
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marivondy Postado em 03/08/2009 - 20:30:19
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tammybrenda Postado em 30/07/2009 - 13:30:18
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natyvondy Postado em 30/07/2009 - 01:18:22
Passem em
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bjix da Naty -
tammybrenda Postado em 29/07/2009 - 22:30:00
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