Fanfic: - A marca de uma lágriima (finaliizada)
Dulce estava muito fraca por fora, mas tinha a primavera por dentro, como todos os seus
pássaros e borboletas azuis. A batalha dos médicos tinha sido terrível. Inconsciente, ela não
percebera aquela batalha. Ela só vivera aquela batalha. E, por fim, sobrevivera a ela.
Sobrevivera como se tivesse acabado de nascer, com o humor e a alegria de alguém que, a
custo, foi arrancado da morte. De alguém que, à frente, só vê felicidade sem barreiras.
O pai veio e, dessa vez, trouxe Helena (Ou seria Lúcia? Ou Cristina?). A mãe, agora que
Dulce estava fora de perigo, tinha deixado o hospital para buscar algumas roupas, sempre com a certeza de que a filha passara por tudo aquilo só para agravar-lhe a enxaqueca.
Mesmo fraca e debilitada, em seu primeiro dia de plena consciência, Dulce portou-se mais
como visita do que como doente, sorrindo sempre, brincando com voz alegre e transmitindo
ânimo a quem se aproximasse de sua cama.
Duas batidinhas e entrou uma atendente, trazendo mais uma dose anônima de comprimidos.
— Bom dia, querida. Que bom ver a sua carinha animada desse jeito!
— Bom dia! Isso não é animação, isso é vida! Viver é lindo. Amar é lindo. Ser amada é mais lindo ainda!
— Nossa! Como está a nossa ressuscitadinha! Se todos os nossos doentes fossem como você, este hospital seria uma festa...
— Então vamos fazer uma festa. Precisamos animar este hospital!
— Você precisa é descansar sossegadinha para sair logo daqui. Todas as festas estão
esperando por você lá fora.
— Eu dei muito trabalho, é?
— Se deu! Quando você chegou aqui. disseram que era envenenamento por cianureto.
Naturalmente, isso não era possível, porque o cianureto mata em poucos segundos. Tinha sido um calmante, não é? Mas os médicos demoraram a descobrir o que era.
— Puxa, eu só tomei dois comprimidos!
— É, você teve uma forte reação. Às vezes acontece. Eu nunca confio nesses remédios. Eu
trabalho aqui mas, quando estou nervosa, só tomo chá de erva-cidreira.
— Vou me lembrar disso, da próxima vez... — sorriu Dulce.
— O problema mesmo foi aquela professora louca. Ela injetou o mesmo calmante em você.
Só que uma dose capaz de matar um cavalo! Se não fosse aquele rapaz...
— Christopher...
— É esse o nome dele? Você tem sorte de ser tão amada por um garoto como ele. Ele
arrebentou um frasco de sangue na cabeça da tal professora Virgínia, bem a tempo de...
Era a última recordação de Dulce: o sangue esguichando na cabeça da vice-diretora,
escorrendo por todos os lados, empapando sua camisola.
— Deu até na televisão! Agora, aquela mulher maluca está toda costurada, lá na enfermaria
da prisão. Se não fosse o seu garoto...
— Chris... ele me salvou a vida!
— Duas vezes! Foi ele quem encontrou você em casa, caída no sofá, e chamou a ambulância. Depois, ficou o tempo todo por aqui, pressionando os médicos, perguntando por você a toda hora, chorando...
— Chorando!
— Só arredou pé do hospital quando soube que você estava fora de perigo. Acho que foi em casa se arrumar para que você o veja bem bonitinho...
— Christopher! Chorando por mim...
A atendente ajeitou os travesseiros atrás de Dulce e preparou-se para sair.
— Você é uma garota de sorte, mas vai ter um probleminha para resolver.
— Um probleminha? Qual?
— Há outro garoto, não é? Apareceu aqui várias vezes, também desesperado, dizendo a todo mundo que ama você, que não pode viver sem você...
Uma sombra passou pelos olhos de Dulce.
— Esse é Alfonso. Um rapaz maravilhoso. O melhor amigo que uma garota como eu
poderia ter. Ah, se não fosse Christopher...
— Então você já escolheu, é? Um dos dois vai sofrer.
A alegria da sobrevivente diminuiu um pouco. Por nada deste mundo ela gostaria que
Alfonso sofresse. Mas ela estava amarrada para sempre pelo beijo apaixonado no jardim, pelo beijo da vida no sofá, pelo roçar da correntinha...
— Ah, Alfonso, você vai ter de me compreender...
— Ah, Alfonso, que rosas lindas! Obrigada, você é mesmo um amor!
***
Dulce teria preferido que a primeira visita não fosse de Alfonso. Mas agora o rapaz estava
ali, cheio de rosas e esperança, e ela iria fazê-lo sofrer. Annie também sofreria, mas o que
fazer?
"É melhor um fim trágico do que uma tragédia sem fim", pensou ela pela segunda vez..
— Senhorita Ilusão... a professora Virgínia enganou a todos nós, não foi?
— Quase que eu pago com a vida por esse engano... E o próximo seria você. Ela sabia que eu tinha falado das minhas suspeitas com você.
— Ela não pararia mais. Pobre mulher louca! A polícia já conseguiu levantar todos os dados para encerrar o caso. Falei com o investigador. Virgínia era uma mulher brilhante, mas a loucura estava tomando conta dela. Foi por isso que dona Albertina morreu. As duas eram grandes amigas, e a diretora estava percebendo os sinais de desequilíbrio mental que a professora Virgínia começava a apresentar. Primeiro, para protegê-la, encostou-a no cargo de vice-diretora, sem nenhuma função prática. Por fim, parece que ela estava cuidando da internação da amiga em uma clínica psiquiátrica. Foi aí que os delírios de perseguição da professora Virgínia transformaram a amizade por dona Albertina em ódio...
— Que horror, Poncho!
— O estranho é que ela não perdeu a genialidade, apesar da loucura. Muita coisa ela falou à
polícia, depois de presa. Ela imaginou que precisava de um cúmplice, se bem que poderia ter feito sozinha tudo o que fez. Brucutu só serviu para caçar você e eu no pátio, de modo que nossa presença inocente na hora da descoberta do cadáver fosse uma garantia de que dona Albertina morrera sozinha e fechada na diretoria. E para abrir a porta com a chave mestra, é claro. Por coincidência, a professora Olga apareceu também e Virgínia conseguiu uma testemunha a mais.
— Pobre Olga! E eu que cheguei a pensar.
— Mas deixe eu lhe contar o que fez Virgínia para envolver Brucutu. Ele estava com
problemas de dinheiro e ela o convenceu a roubar certa quantia da gaveta de dona Albertina. Depois, disse ao coitado que a diretora descobrira o roubo e que a única forma de livrá-lo da prisão seria matando-a. Só que dona Albertina jamais descobriria esse roubo, porque o roubo praticamente não aconteceu: a própria Virgínia tinha posto o dinheiro na gaveta para Brucutu roubar. O dinheiro era dela mesma!
— Genial! Com isso, Brucutu ficou nas mãos dela como um fantoche!
— Só que ele se apavorou quando ouviu nossa conversa na pracinha e resolveu ameaçar
você. Aí, Virgínia ficou com medo que ele fosse preso e acabasse falando demais e o envenenou. Foi encontrado morto no quartinho onde morava, Com um papel de bombom ao lado...
— Coitado! Ele me assustava tanto, mas era apenas uma pobre vítima, como dona
Albertina...
Autor(a): aniiinhaa
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— Ou como você. Até o investigador ficou espantado com a ousadia da professora Virgínia. Ela o procurou e o convenceu a irem juntos à sua casa, pois devia haver alguma coisa que você sabia e não dissera no interrogatório. Uma idéia brilhante: quando você aparecesse morta, quem iria desconfiar que o veneno esta ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 68
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:45
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:33
amei a web linda muito bom amei o fim
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tammybrenda Postado em 07/08/2009 - 16:33:06
amei a web linda muito bom amei o fim
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marivondy Postado em 05/08/2009 - 20:36:05
Posta mais!
=] -
marivondy Postado em 04/08/2009 - 20:44:03
Posta mais!
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marivondy Postado em 03/08/2009 - 20:30:19
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tammybrenda Postado em 30/07/2009 - 13:30:18
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natyvondy Postado em 30/07/2009 - 01:18:22
Passem em
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http://www.e-novelas.com.br/?q=ler_novela&id=3544
bjix da Naty -
tammybrenda Postado em 29/07/2009 - 22:30:00
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