Fanfic: PAIXÃO DE PELE (adaptada aya) | Tema: ANAHI E ALFONSO/ AYA

CAPÍTULO UM

— Jamais acreditei que este momento chegaria Christian. Vamos celebrar. — Alfonso Herrera se recostou enquanto o champanhe vintage era servido. Do outro lado da mesa, seu advogado abriu a pasta e lhe entregou um maço de papéis.
Alfonso folheou os papéis, lendo o conteúdo, e estendeu a outra mão para a taça. Então percebeu que a mão tremia ligeiramente e controlou as emoções, obrigando-se a lidar com aquilo com qualquer outro acordo de negócios.
— Estou esperando há um ano por uma mesa neste restaurante e você consegue uma com um telefonema. Há ocasiões em que gostaria de ter sua influência.
— Termine este acordo e eu lhe arranjarei uma mesa. É uma promessa.
Termine este acordo e eu lhe comprarei este restaurante.
— Vou cobrar. Você tem que assinar na última página.
Christian lhe entregou a caneta e Alfonso assinou com um rabisco ousado.
— Como sempre, estou lhe devendo... Por sua discrição e por seu impressionante cérebro legal. Peça a lagosta, é sublime e você mais do que a mereceu.
— Agradeça quanto tudo estiver assinado e selado, não antes. Aprendi a não celebrar enquanto o jogo não terminar. Tem sido uma tarefa árdua e ainda pode haver problemas. — O advogado guardou os papéis na pasta. — As apostas são altas e eles não desistiram, Alfonso, não querem que você vença.
— Estou ciente disto — um nevoeiro vermelho de raiva lhe nublou a visão e os dedos se fecharam com força na delicada haste da flute de champanhe. — Quero que me mantenha informado de tudo, Christian. Qualquer mudança ligue para minha linha pessoal.
— Compreendido — Christian fechou a pasta — mas este acordo ainda pode fracassar. A coisa mais importante é que, entre agora e o Natal, você precisa se manter mais branco do que neve fresca. Não pode ter nem mesmo uma multa por estacionamento proibido. Nem uma mancha, nem um rumor. Meu conselho de amigo é que encontre uma cabana isolada para esquiar. Sem ligações com mulheres, sem casos... Por enquanto, sexo está fora da agenda.
Alfonso, que não passara dez dias sem sexo desde que perdera a virgindade, manteve o rosto inexpressivo.
— Serei discreto.
— Não — Christian mudou de amigo para advogado num piscar de olhos. — Se quer este acordo, então discrição não é suficiente. Estou dizendo nada de sexo, Alfonso, a menos que seja sexo no casamento. Se você se apaixonar por uma garota decente, íntegra, cujo único objetivo na vida é amar você e lhe dar bebês, isto pode realmente ajudar seu caso... — deu um sorriso leve e estendeu as mãos num gesto fatalista —... Mas, conhecendo você com conheço, não há muita esperança.
— Nenhuma. Não existe uma coisa como uma garota decente e íntegra e, se existir, ela mudaria de personalidade no momento em que me conhecesse. Em minutos, estaria pensando em contratos pré-nupciais e acordos milionários de divórcio.
Christian pegou o cardápio.
— Não o culpo por ser tão cínico, mas...
— Já compreendi nada de sexo. Parece que vou ter um Natal excitante. — Alfonso pensou na bailarina russa que estava esperando pela visita que não podia se arriscar a fazer.
Ele lhe enviaria diamantes e lhe ofereceria seu jato particular para voltar para casa para o Natal. Poderiam retomar o relacionamento no Ano-Novo... ou não. Percebeu que não se importava de uma forma ou outra e franziu a testa.
Era bom ter uma viagem urgente de negócios a fazer para gastar seu excesso de energia. Seus olhos inexpressivos se dirigiram para a parede de vidro do restaurante, que dava vista para o centro de Roma, e observaram o tráfego louco lutando por espaço na rua abaixo. Não havia nada que não fizesse para conseguir o resultado que queria até mesmo negar sua libido.
Christian pegou sua taça, um indício de sorriso no rosto.
— Tenho a sensação de que isto será a coisa mais difícil que já fez. Vá para algum lugar onde não haja mulheres. Soube que a Antártica é escassamente povoada neste período do ano.
— Tenho que ir a Londres a negócios.
— Vai confrontar Carlos?
— Vou demiti-lo, sua nomeação foi um erro. Tenho um relatório completo de um consultor de gerenciamento que enviei anonimamente para o hotel. Tenho que lidar com a situação antes que a má administração afete a reputação da minha empresa.
— Não acha melhor esperar até que o acordo seja assinado?
— Carlos não pode influir neste assunto.
— Em teoria, concordaria, mas... — o advogado franziu a testa —... esta tem sido uma luta difícil e ainda não terminamos. Estou preocupado.
— É por isto que lhe pago uma soma tão astronômica, para você ficar preocupado e eu poder dormir.
Christian ergueu uma sobrancelha.
— Desde quando você dorme? Trabalha mais do que eu, especialmente nesta época do ano. Presumo que está planejando trabalhar durante o Natal?
— É claro.
— Por que detesta tanto esta época do ano?
Uma sensação gelada, nauseante lhe subiu no estômago. Ciente de que, como sempre, era o foco da atenção no restaurante, Alfonso ficou imóvel, o rosto cuidadosamente inexpressivo. Tomou um gole de champanhe e inventou uma resposta.
— Por que detesto o Natal? Porque todos o usam como uma desculpa para não trabalhar — mentiu suavemente, controlando as emoções com força bruta. — E sou um patrão exigente, detesto pessoas que desperdiçam tempo, você sabe. Mas agradeço todas as horas que dedicou ao acordo e seguirei seu conselho. Até este acordo estar fechado, a única pessoa que dormirá na minha cama serei eu.
— Pode ser um Natal muito tedioso, mas é exatamente como deve ser. Estou falando sério, Alfonso. Fique em casa e as únicas coisas que pode tocar são seu laptop e seu telefone. Não subestime o quanto ainda pode dar errado.
— Mais branco do que o branco — disse Alfonso, com um leve sorriso. — Posso fazer isto, se me concentrar de verdade. Vamos fazer o pedido?