Fanfic: PAIXÃO DE PELE (adaptada aya) | Tema: ANAHI E ALFONSO/ AYA

Vladimir foi encantador como sempre, mas sua atenção estava toda voltada para Alfonso. Abrigada no camarote particular, sob a proteção da escuridão, ela se descobriu estudando a perfeita simetria das feições arrogantes, fascinada por seu poder e masculinidade.
Uma vez ele percebeu que ela o olhava e ergueu uma sobrancelha numa pergunta muda. Any apenas sorriu, aliviada por ser capaz de esconder sua fascinação sob o manto da farsa do "relacionamento". Era isto que devia fazer, não era? Olhar para ele?
De novo os fotógrafos os focalizavam a cada oportunidade, mas Any sentia apenas alívio porque agora sabia que talvez não usassem aquela primeira e terrível.
Depois do bale foram a outro baile e Alfonso não precisou ser convencido a dançar com ela. Sua mão era quente nas costas nuas enquanto se moviam juntos, o ritmo dos corpos em perfeita sintonia depois de tantas horas de intimidade.
— Não vai cantar esta noite?
— Não, eles já têm esta foto. E vovô gostou dela... disse que o lembrava do último ano em que fiz a mesma coisa na prefeitura da aldeia.
— Você dançou em cima da mesa?
— Não... infelizmente, eles não tinham champanhe — sorriu para ele. —Adoraria fazer alguma coisa realmente natalina. Podemos esquiar no gelo?
Ele não respondeu. A princípio, Any pensou que não ouvira a pergunta e então viu os olhos dele. Era como olhar para um lago negro, sabendo que sob a superfície imóvel nada havia além de perigo.
Haviam parado de dançar. Entre as pessoas que festejavam, riam, conversavam e dançavam, apenas eles estavam imóveis, presos na bolha particular que haviam formado para si mesmos. Any se sentiu gelada e percebeu que o frio vinha dele. A pele estava gelada e os olhos não refletiam a celebração, mas uma dor intensa e aguda.
— Alfonso? — Não sabia o que estava errado, mas queria ajudar. — Você está...? — Interrompeu-se, frustrada consigo mesma por não saber o que dizer, o que fazer. Era o homem mais fechado que já conhecera.
E, no entanto, deviam estar chamando a atenção, parados lá, abraçados, sem, se moverem, como uma escultura de amantes. Any lhe tocou o rosto com a mão, alarmada ao sentir como estava frio.
— Vamos embora? Finalmente, ele pareceu ouvi-la.
— Sim, é uma boa ideia.
Ciente que o comportamento deles estava começando a receber olhares curiosos, Any se ergueu na ponta dos pés e beijou-o gentilmente na boca. A foto de amanhã, pensou quando viu o flash de uma câmera e ouviu o suspiro de inveja de uma mulher. Estava nevando de novo e Any se sentou muito quieta na limusine. A neve geralmente a acalmava, mas esta noite nada podia aliviar a tensão no carro.
Queria saber o que havia na mente dele, mas também sabia que não lhe contaria. Depois de um momento de hesitação, ela estendeu a mão e segurou a dele, estranhamente feliz por ele não se afastar, embora a mente continuasse distante.
Subiram em silêncio pelo elevador até a cobertura e, quando entraram, os telefones recomeçaram. Então era isto, qualquer que fosse a ameaça sob a superfície fora impiedosamente reprimida mais uma vez.
Any ficou parada por um momento, enquanto ele atendia um telefonema, depois outro e finalmente decidiu se deitar. Achava que não a procuraria aquela noite, mas procurou... às 3h da madrugada, muito depois de ela ter dormido.
Não houve sedução gentil, nenhuma conversa... apenas sexo selvagem, descontrolado. Foi apenas depois, quando o lado dele na cama já estava frio, que ela se perguntou do que ele tentava fugir. Porque era isto que fazia, tinha certeza. A paixão que partilhavam não era sexo energizante, era sexo para esquecer.