Fanfic: PAIXÃO DE PELE (adaptada aya) | Tema: ANAHI E ALFONSO/ AYA

Alfonso não encontrou palavras para sair daquela situação. Seu instinto era deixá-la sozinha, mas suas pernas tinham ideias diferentes e ele a seguiu. Parou na entrada do quarto, observando-a.
— Compreendi sua preocupação e foi por isto que lhe garanti repetidamente que a foto não seria publicada. Devia ter confiado em mim.
— Confiado em você! — Virou-se para ele, os olhos brilhando de raiva. — Por que confiaria em você? Como eu poderia saber que a foto não seria publicada porque estava em seu poder o tempo todo? Ficou tão furioso com Carlos, pensei que ia matá-lo. Por que ele preparou a armadilha?
— Porque Carlos é irmão da mulher com quem tive um relacionamento, um relacionamento difícil. Ela queria mais...
— Então estava procurando no lugar errado, não é? — Any pegou a maquiagem da bancada do banheiro e jogou-a na bolsa. — Não lia os jornais, não sabia que você não quer saber de "mais"?
— Queria que me casasse com ela.
— Queria passar o resto da vida com você? Era louca?
— Ela parou de tomar a pílula.
— Ela ficou grávida, de propósito? — Ele quase riu do choque na voz dela.
— Sim, de propósito, Any. Não vai me perguntar por que?
— Não sou estúpida, presumo que ela pensou que você se casaria com ela. O que você, é claro, não faria.
—Não, porque jamais teria funcionado. Ofereci tudo, menos isto. Comprei-lhe uma casa, dei-lhe dinheiro, muito dinheiro. Mas ela queria casamento e cometi o erro de demonstrar o quanto queria minha filha. Ela usou este conhecimento para me chantagear. Apenas, desta vez, em vez de "estou grávida, case-se comigo", foi "se quer ver sua filha, case-se comigo".
Any ficou imóvel, a raiva substituída pela incerteza.
— Ela usou minha filha como uma moeda de troca, um objeto de barganha. Dei-lhe dinheiro suficiente para viver no luxo pelo resto da vida, mas ela o gastou todo. Vivia cercada de pessoas que eu não queria perto da minha filha. Como tinha a guarda da criança, continuei aceitando, até mesmo dei um emprego ao inútil do Carlos no meu hotel, sob vigilância cerrada. Mas estava trabalhando nos bastidores para conseguir a custódia da minha filha.
— Custódia?
— Sim, custódia e, sim, sei que sou solteiro. Um solteiro com uma fobia conhecida por relacionamentos sérios. Não sou a imagem de um pai ideal. Seria fácil para ela construir um caso contra mim. Trabalho horas desumanas, abomino compromissos... seria possível que eu jamais tivesse uma chance se não fosse pelo fato de Jeanette ter abandonado Elyssa.
— Ela deixou a filha sozinha"?
Alfonso quis dizer a ela para não ser tão ingênua, mas seria injusto. Não era a ingenuidade que a impedia de compreender uma mulher que deixava a filha sozinha, era sua natureza. Era calorosa e amorosa... uma mulher que acreditava que as famílias deviam ser unidas e se apoiarem nas fases boas e más.
— Jeanette jamais quis uma filha, queria ter um instrumento para me manipular. Não tem um só osso maternal no corpo. Imagino que alguém como você ache quase impossível acreditar nisto, assim vou lhe contar como a vida de minha filha tem sido infeliz até agora e talvez você compreenda que há momentos em que ser "impiedoso" é justificável.
— Alfonso...
— Ela foi deixada sozinha porque Jeanette jamais desperdiçaria o dinheiro que eu lhe dava para cuidar de uma criança que não queria. Mandei criados e ela os demitiu, entrevistei oito babás e nenhuma durou um dia. Jeanette mentia, dizendo que cuidava pessoalmente de Elyssa. Estou lutando pela custódia desde antes de minha filha nascer, mas apenas seis meses atrás, quando ela sofreu uma queda perigosa enquanto estava sozinha em casa, a maré virou a meu favor. A polícia foi chamada e Elyssa foi levada para casa de pais adotivos enquanto revisavam o caso. Tem sido uma luta longa e difícil, mas estávamos quase lá.
— Estavam?
— Elyssa é o vale-refeição de Jeanette, não quer que eu tenha a custódia. Transformou-se em mulher modelo. É voluntária da igreja, visita os velhos e doentes e se comporta como uma cidadã perfeita.
— E, ao mesmo tempo, tenta destruir sua reputação, fazer você parecer um pai inadequado?
— Infelizmente, ao longo dos anos, consegui fazer isto muito bem sozinho. Não me mostrei arrependido por não querer compromissos, sem perceber que, quando o momento chegasse, me arrependeria de expressar o que sentia de um modo tão público.
— Então foi por isto que Carlos quis que eu passasse a noite na cobertura, por isto ele arranjou o fotógrafo. Então este é o acordo e não tem relação nenhuma com dinheiro, não é? Você não queria aquela foto publicada por causa de sua filha. Estavam tentando fazê-lo parecer um libertino.
— Trabalhei anos para chegar onde estou.
— Mas, se seus seguranças apanharam o homem... se você sabia que não havia perigo de aquela foto ser exposta... por que a farsa?
— Porque achei que você ajudaria minha causa. Meu advogado me disse para permanecer mais branco do que o branco ou encontrar uma mulher íntegra. Até a intervenção de Carlos, tinha decidido pela primeira opção. Então eu a encontrei deitada na minha cama.
— Eu estava nua, não parecia exatamente íntegra.
— Ninguém, olhando para você, deixaria de acreditar que é uma pessoa absolutamente decente. Eu sempre disse que jamais me acomodaria... para convencer as pessoas que mudara de ideia, teria que ser com alguém completamente diferente das mulheres com quem normalmente saio. Você combinava bem com a descrição.
— E não lhe ocorreu apenas me contar a verdade? Podia ter pedido minha ajuda, podia ter confiado em mim.
— Não, não podia.
— Já confiou numa mulher?
— Não, nunca.