Fanfic: tentadora paixão (adaptada aya) | Tema: anahi e alfonso / aya/ ponny

Alfonso a alcançou perto da fonte. Ela tirou as tampas dos vidros e se voltou para ele.
Seu cabelo preto estava despenteado, a cicatriz em seu rosto parecendo uma pintura de uma tribo antiga. Poderia ser um guerreiro grego antigo.
— Tudo o que o senhor ingere — disse ela, tentando controlar as batidas do coração e o sentimento de que mais uma vez estava perdendo o controle — e tudo o que faz com seu corpo é minha responsabilidade.
E com essas palavras ela esvaziou os vidros na fonte, o barulho das pílulas caindo alto, suficiente para atrair a atenção de Alfonso.
— Você fez isso.
— Fiz,
— Então eu declaro guerra — disse dele, com um sorriso sombrio. — Guerra contra sua companhia e guerra contra você. — Sua voz ficou mais baixa, mais profunda. — Estou certo de que muito em breve, srta. Portilla, vai se arrepender muito de ter vindo para minha casa.

CAPÍTULO QUATRO

O coração de Anahi bateu com força. Com tanta força que ela pensou que ia saltar de seu peito.
Era uma ameaça real, tinha o objetivo de destruir tudo o que conquistara.
Por um momento, não soube o que pensar, ou fazer, e se sentiu dominada pelo medo. Então, encontrou sua coragem e soube que não podia deixar um homem, muito menos um homem como Alfonso, intimidá-la.
Não era um ratinho tímido de igreja, nem uma caipira tola. Era de uma família tão poderosa como a Herrera, embora não falasse de seu passado ou quisesse que alguém soubesse sobre ele.
— Devo ficar com medo, sr. Herrera? — perguntou, guardando os vidros no bolso da saia. — Deve entender que não é um adversário muito ameaçador. — Com a coragem que tinha, continuou, friamente: — O senhor não pode andar, não pode ver e depende de todo mundo para cuidar do senhor. Por que devo ter medo? O que pode fazer de pior? Dizer palavrões?
Ele se recostou na cadeira, seus cabelos negros um forte contraste com a parede de pedras claras atrás dele.
— Não sei se admiro sua coragem ou tenho pena de sua ingenuidade.
O dia não começara bem, ela pensou, com um profundo suspiro, e estava piorando. Tudo para ele era um confronto. Se pelo menos usasse toda aquela energia e inteligência para se curar, em vez de atormentar enfermeiras, já estaria andando, e não sentado numa cadeira de rodas, como um homem das cavernas.
— Pena? — disse, com desdém. — Não tenha pena de mim. É o senhor que não trabalha há mais de um ano. É o senhor que precisa que seus assuntos pessoais e seus negócios sejam cuidados por outras pessoas.
— Você toma liberdades demais.
— Não são liberdades, são verdades. Se fosse a metade do homem que seus amigos dizem que é, não estaria se escondendo e lambendo suas feridas.
— Lambendo minhas feridas? — repetiu devagar.
— Sei que oito pessoas morreram na França e sei que um deles era seu irmão. Sei que tentou salvá-los e que se feriu gravemente quando voltou para buscá-los. Mas não os trará de volta se destruindo... — Ela parou quando ele estendeu a mão e agarrou seu punho. Anahi tentou se livrar, mas ele não a soltou.
— Sem contato pessoal, sr. Herrera — disse zangada, puxando a mão. — Há regras rígidas para as relações paciente-enfermeira.
— Acho que sua altamente treinada Calista não recebeu esse memorando.
Ela olhou o pulso, que queimava, procurando marcas. Não havia, mas ela sentiu a pele quente e sensível.
— Não é um memorando. É um padrão ético. Todas as enfermeiras sabem que há linhas que não podem ser cruzadas. Não há áreas cinzentas nessa questão, só preto e branco.
— Talvez devesse explicar isso a Calista, por que ela me implorou que fizesse amor com ela. Mas depois também me pediu dinheiro, e isso confunde muito um paciente, posso garantir.
Apesar do sol quente no terraço, Anahi ficou gelada.
— O que quer dizer, ela lhe pediu dinheiro?
— Certamente na Inglaterra também se faz chantagem, não é?
— O senhor está tentando transferir a responsabilidade e a culpa — disse, sentindo o começo do pânico. Porque, se Calista tivesse tentado chantagear o sr. Herrera, um dos mais ilustres gregos... oh... isso era muito, muito mau. Tão mau que nem conseguiu concluir o pensamento.
Com a expressão enigmática, Alfonso sacudiu os ombros.
— Mas, como diz, sra. Any, ela tem só 23 anos, é muito jovem. Talvez não entenda que não é ético seduzir um, paciente e depois pedir dinheiro para ficar calada. — Fez! uma pausa. — Talvez não compreenda que me chantagear enquanto era funcionária da First Class Rehab torna a First Class Rehab responsável.
As pernas de Anahi amoleceram. Lidara com muitos problemas no último ano, solucionara todos, desde orçamento insuficiente a custos muito altos de viagens, mas nem imaginara um dessa dimensão.
— E você é a First Class Rehab, não é srta. Portilla? A empresa não é sua?
Ela não conseguia falar. Sua boca estava seca, o coração, batendo acelerado. Estava com medo demais para emitir um único som.
— Fiz uma pequena investigação, srta. Portilla.