Fanfic: tentadora paixão (adaptada aya) | Tema: anahi e alfonso / aya/ ponny

Tinha lhe custado caro levantar-se sem ajuda. Ela podia ver por sua palidez, pelas linhas em torno da boca, que estava sentindo dor, mas não disse uma palavra de queixa.
Ela não conseguiu evitar olhar para ele com muito respeito. O que ele fizera fora bastante difícil. Precisara de longos e dolorosos minutos para se concentrar, para usar músculos que não tinham trabalhado por um tempo longo demais. Mas fora bem-sucedido. Ficara em pé sozinho.
E o fizera como um ato de protesto e desafio.
Fizera-o como se tivesse que provar alguma coisa.
— É um começo — disse ela, escondendo sua admiração. Ele não era apenas um homem, era uma força a ser respeitada. — É impressionante. Mas o senhor sabe que vai ficar mais difícil depois.
Alfonso se moveu para se equilibrar melhor e tirou uma das mãos da mesa.
Uma emoção silenciosa brilhou em seu rosto.
— Ótimo — disse. — Estou pronto.
Estendendo a mão para pegar a cadeira de rodas, quase caiu, e Anahi pulou da cadeira, enquanto Pano corria na direção dele.
Alfonso os dispensou, com raiva.
— Ohi! — disse com decisão, o esforço evidente nas linhas de sua boca. — Não!
— Poncho — pediu Pano, comovido com a luta de Alfonso.
Mas Alfonso, furioso, ordenou em grego que ele se afastasse.
— Posso fazer isso — insistiu, depois de respirar fundo. — Tenho que fazer isso.
Pano recuou com relutância e Anahi se sentou devagar, dividida entre admiração e exasperação. Embora admirasse Alfonso por não permitir que ninguém o ajudasse a se sentar, também sabia que se fizesse toda a terapia assim logo estaria exausto, frustrado e, provavelmente, com os ferimentos agravados.
Precisava construir sua força gradualmente, com uma abordagem sistemática e científica.
Mas o plano de Alfonso era outro, e o revelou depois do almoço.
Ficar em pé e andar eram apenas questão do poder da mente sobre a matéria, disse ele, e o trabalho dela não era pôr obstáculos em seu caminho, dizer-lhe não, nem mesmo dar conselhos. O trabalho dela era estar lá quando ele precisasse de alguma coisa, apenas isso.

— Sou uma criada? — perguntou, tentando esconder a indignação. Depois de quatro anos de estudos para receber o diploma de enfermagem e outros dois para conquistar seu MBA? — Pode contratar qualquer pessoa para ser sua criada. Sou qualificada demais e muito cara...
— Eu sei — disse ele com severidade. — Sua agência me cobrou uma soma exorbitante para cuidar de mim e não me fez bem nenhum.
— Você preferiu não melhorar.
— Os métodos de sua agência foram inúteis.
— Protesto.
— Pode protestar quanto quiser, mas isso não muda os fatos. Sob os cuidados de sua agência, não apenas não consegui me recuperar como fui perseguido e chantageado. O resultado final, Any Portilla, foi que você extorquiu de mim centenas de milhares de euros e também ousou aparecer aqui sem ser convidada, sem ser desejada, e forçou sua presença em minha casa. Ela se levantou.
— Então vou embora. Vamos esquecer tudo isso, fingir que nada aconteceu...
— E os médicos, enfermeira? E aqueles especialistas que insistiram que você viesse aqui ou eu fosse para uma instituição em Atenas? Era verdade ou mais uma de suas mentiras?
— Mentiras?
— Sei por que está aqui...
— Para ajudá-lo a melhorar!
— Você tem exatamente dez segundos para me dar o nome completo e o telefone de contato da pessoa que está pagando minhas contas médicas ou começarei a destruir sua firma dentro de uma hora. Tudo o que preciso é dar um telefonema para meu escritório em Atenas e sua vida mudará para sempre.
— Alfonso...
— Nove segundos.
— Poncho...
— Oito.
— Prometi...
— Sete.
— Um acordo é...
— Seis.
Lágrimas quentes encheram-lhe os olhos.
— E por que ela se importa, por que o ama...
— Quatro.
— Ela o quer de volta para casa, para perto dela.
— Dois.
Anahi dobrou as mãos em punhos.
— Por favor!
— Um.
— Cosima. — Pressionou um punho contra o peito, para diminuir as batidas de seu coração em pânico. — Cosima me contratou. Está desesperada, só quer que você volte para casa.