Fanfic: tentadora paixão (adaptada aya) | Tema: anahi e alfonso / aya/ ponny
Ele gelou.
— O quê?
— É verdade — continuou ela, começando a empurrar sua cadeira. — Não sou a única a pensar que já passou da hora de o senhor se recuperar. — Ela continuou a empurrar a cadeira, apesar das tentativas dele de resistir. — O senhor vai ficar bom — acrescentou, sua voz murmurando docemente em seu ouvido. — Queira o senhor ou não.
Alfonso segurou com força os aros da cadeira, impedindo seu progresso.
— Quem está pagando pelos seus serviços?
Anahi detestava jogos e não concordava em esconder coisas das pessoas, mas assinara um acordo de confidencialidade e tinha de honrá-lo.
— Sinto muito, sr. Herrera. Não posso dizer.
Sua resposta apenas o irritou mais. Alfonso jogou a cabeça e os ombros para trás. Suas mãos seguravam os aros coto tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
— Não admito que alguém assuma a responsabilidade pelos cuidados de que preciso, muito menos quando esses cuidados não são bons.
Anahi se encolheu com a crítica, que era pessoal. Era a companhia dela. Ela entrevistava, contratava e treinava cada enfermeira que trabalhava para a First Class Rehab. Ele não sabia disso, e ela preferia assim.
Não, o que importava agora era estabelecer um programa para o sr. Herrera, criar uma rotina previsível com períodos regulares de alimentação, exercícios e descanso. E para fazer isso ela precisava convencê-lo a almoçar.
— Podemos conversar mais durante o almoço — replicou Anahi, começando a empurrá-lo de novo para o terraço.
Mas, como antes, Alfonso segurou as rodas, impedindo que a cadeira se movesse.
— Não gosto que me empurrem.
Anahi se afastou e olhou para ele, vendo pela primeira vez a cicatriz rosa escuro que ia do cotovelo ao pulso. Uma fratura múltipla, pensou, lembrando quantos ossos ele quebrara. Pelos ferimentos que sofrera, devia ter morrido. Mas sobrevivera, e ela não o deixaria desistir agora, passar a vida inutilmente numa vila fechada.
— Não pensei que pudesse se mover sozinho — disse ela, lutando para não perder a paciência.
— Posso empurrar por pequenas distâncias.
— Não é a mesma coisa que andar, é? — disse, exasperada.
Se pudesse fazer mais... se pudesse andar... por que não podia? Ornio, pensou, usando a palavra grega para desagradável. As enfermeiras anteriores não tinham exagerado, Alfonso era teimoso como uma mula.
— É essa sua idéia de encorajamento?
Ela compreendeu que Alfonso sabia jogar. Num minuto, era agressivo, no seguinte, vítima. Pior, estava conseguindo fazê-la cair na armadilha, atormentá-la, e ninguém, nunca, conseguira irritá-la. Não mais.
— É um fato, sr. Herrera. Ainda está na cadeira por que seus músculos se atrofiaram desde o acidente. Mas no início os médicos esperavam que o senhor andasse de novo. Eles pensaram que o senhor queria andar.
— Não funcionou.
— Por que dói demais?
— A terapia não funcionou.
— O senhor desistiu. — Ela segurou os pegadores da cadeira e empurrou com força. — E, agora, que tal o almoço?
Ele não soltou os aros.
— E que tal você me contar quem está pagando seus serviços e depois almoçamos?
Ela admirou sua tática e habilidades para negociar. Era claramente um líder, acostumado a estar no controle. Mas ela também era uma líder, e se sentia muito bem dando ordens.
— Não posso lhe dizer. Só quando andar.
— Então pode me dizer.
— Quando estiver andando.
— Por que não antes?
— São os termos do contrato.
— Mas você conhece a pessoa?
— Não pessoalmente, só por telefone.
Ele ficou quieto, sua expressão mudando como se estivesse pensando.
— Quanto tempo até eu andar?
— Depende totalmente do senhor. Seus músculos das pernas e dos quadris endureceram e diminuíram, mas não é algo irrecuperável, sr. Herrera. Apenas precisa de diligente terapia física.
— Mas mesmo com terapia diligente ainda precisarei de um andador.
Ela ouviu a amargura, mas não comentou. Não teria utilidade alguma.
— Um andador ou uma bengala. Mas não é melhor do que uma cadeira de rodas? Não gostaria de ser independente de novo?
— Mas nunca será a mesma coisa, nunca será como era...
— As pessoas enfrentam mudanças todos os dias, sr. Herrera.
— Não seja condescendente comigo. — Sua voz ficou mais profunda, mais rude, revelando sua fúria.
— Não sou. Estou tentando entender. E se é porque outros morreram e o senhor...
— Nem uma palavra a mais — rosnou. — Nem uma!
— Sr. Herrera, o senhor não é menos homem porque outros morreram e o senhor não.
— Então não me conhece. Não sabe quem eu sou, ou quem era antes. Por que a melhor parte de mim, o bom em mim morreu naquele dia na montanha. O bom em mim morreu enquanto estava salvando uma pessoa de quem não gostava. — Deu uma risada cheia de ódio a si mesmo. — Não sou um herói, sou um monstro.
E, erguendo a mão, com um gesto selvagem arrancou as ataduras da cabeça e levantou o rosto para a luz do sol.
— Agora você vê o monstro?
COMENTEM^^
Autor(a): day
Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Anahi inspirou com força quando a quente luz mediterrânea tocou os rijos planos de seu rosto. Uma cicatriz recortada percorria toda a face direita, terminando muito perto do olho. A pele ainda era rosa e delicada; mais tarde ficaria pálida, até quase se tornar da mesma cor de sua pele, desde que não tomasse sol por muito tempo.Mas nã ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 38
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
hadassa04 Postado em 19/06/2014 - 01:50:52
terminei de ler mais uma fic sua, estou acompanhando todas as que tenho, gostei muito, valeu muito a penas cada minuto sentada na frente do meu not book lendo. bjo pra vc
-
daninha_ponny Postado em 06/06/2014 - 20:15:13
day sou meio lerdinha mesmo mas só consegui per a fic completa agora e sinceramente amei amei li ela inteira hj.....bjos espero a proxima
-
franmarmentini Postado em 04/06/2014 - 07:10:29
AMEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII A HISTÓRIA MOSTRA COMO O AMOR PODE FAZER AS PESSOAS MUDAREM O QUE ACHAM DE TUDO!!!!!!!!! NÃO SEI PQ TEM GENTE QUE NÃO TAVA GOSTANDO....ADORO FIC*S ASSIM QUE PASSAM LIÇÃO DE VIDA...QUE MOSTRAM COMO PESSOAS PODEM SUPERAR SEUS MEDOS ENCONTRANDO O AMOR...BJUSSSSSSS VOU SENTIR SAUDADES DESSA FIC* vou aguardar vc postar o próximo link bjussssss
-
franmarmentini Postado em 04/06/2014 - 07:08:59
:( fiquei super emocionada no final.
-
franmarmentini Postado em 03/06/2014 - 15:44:48
poxa eu amo essa história...to feliz por vc terminar de postar ela :) pena que só entrei agora na pagina da fanfics...mas já vou começar a ler... bjussss
-
franmarmentini Postado em 03/06/2014 - 15:32:32
*-* ai meu deus acabou...
-
iza2500 Postado em 03/06/2014 - 14:43:26
Final maravilhoso, tive vontade de esganar o Nico, aff! Tadinha da Any,mas ainda bem que o Poncho percebeu que era mentira e que a Any o ama, agora como ele descobriu o bebê? Posta o Epílogo e vc vai fazer outra fic? Se for posta o link.
-
beca Postado em 03/06/2014 - 10:53:04
LINDO FINAL...É UMA PENA QUE ACABOU, MAS NÃO DESISTA DE ESCREVER SUAS FIC SEMPRE VOU ESTAR AQUI PARA COMENTAR.
-
beca Postado em 02/06/2014 - 20:40:46
Sempre acompanho nem sempre da pra comentar eu amei a história
-
iza2500 Postado em 02/06/2014 - 20:04:53
Que fofo los A *--*, apaixonados! posta mais!!!!!!