Fanfic: Amor a Mil Por Hora | Tema: Vondy *-*

Dulce: NÃO QUERO ME ACALMAR... QUERO MEU MARIDO... QUERO SABER DELE, SERÁ QUE CUSTA ME DIZER O QUE SE PASSA?
*andando pelo corredor em busca da sala de cirurgia a enfermeira a seguia*

Enfermeira: *Falando no radiofône* Preciso de ajuda aqui. Corredor 13 rápido... Senhora não pode gritar aqui...
acalme-se... também não pode sair abrindo portas assim, temos outros pacientes... *Dulce não lhe dava ouvidos e
abria todas as portas que via pela frente. Um homem se aproxima e a intervém com ajuda da outra enfermeira aplicando
uma injeção de calmante enquanto ela se esperneava. Em menos de 30 segundos ela cai em sono profundo*

Enfermeiro: Onde estão os acompanhantes do rapaz?

Enfermeira: Não tem nenhum. Chegaram os dois com outro homem que já foi embora

Enfermeiro: Não tem nenhum documento?

Enfermeira: Não... parece que foram assaltados. Bom, vamos esperar que ela acorde e ver o que faremos *Dulce é levada
para um quarto onde permanece sedada. Já era noite quando o efeito do remédio estava passando e ela despertava ainda
grogue sem saber direito o que tinha lhe acontecido. Uma senhora gorda e de cabelos loiros verificava sua pressão*

Dulce: O que houve comigo? Porque estou aqui *tonta*

Senhora: Fique tranqüila... é que a senhora estava um pouco nervosa e tiveram que lhe aplicar um calmante, mas já está tudo
bem... Como você se chama?

Dulce: Christopher! Onde está meu marido? *sentando-se de vez não dando ouvidos a mulher*

Senhora: O médico dele já vem falar sobre seu estado... não vai mesmo me dizer seu nome?

Dulce: Dulce Maria, desculpa, e o seu?

Senhora: Madalena... Ainda está tonta não é? Fique um pouco mais deitada, o remédio não passou o efeito totalmente

Dulce: Não posso descansar sem saber do Chris *com os olhos marejados e a voz embargada* Foi horrível o que fizeram com
ele... o que eu fiz, melhor dizendo

Madalena: O que aconteceu? Só fale se quiser...

Dulce: Estávamos na estrada e fomos assaltados, os ladrões me obrigaram a atirar nele *chorando* não posso acreditar que
fiz isso

Madalena: Mas a senhora não teve culpa *abraçando-a* Foi obrigada a isso... não sei onde vamos parar com essa violência...
no meu tempo de jovem as coisas eram bem mais fácil

Dulce: ele vai sobreviver não vai? Diz pra mim que sim, por favor... Não sei o que acontece... o Chris passou há poucos
meses por uma coisa horrível e quase se foi e agora acontece isso... alguém lá em cima tá brincando de ser cruel só pode
ser

Madalena: Não fale assim... não deve nunca descontar em Deus suas angustias... tudo isso deve ter um sentido e seu marido
vai sair de mais uma confia nisso

No local onde fariam o show Pedro estava furioso com o atraso de Dulce e Christopher. Andava de um lado para o outro.
Anahí estava sentada de frente ao espelho fazendo a maquiagem e May escovava os cabelos enquanto Poncho e Christian
estavam aquecendo a voz com Guido

Anahí: Calma Pedro, eles já devem estar chegando... deve ser coisa do trânsito

Pedro: Já deviam estar aqui há mais de uma hora. E pra completar nenhum dos dois atende a droga dos celulares... já disse
pra não se separarem deles

Maite: Gente... sem querer causar preocupação, mas esse sumiço já está estranho. De tarde eu tentei ligar e também não
consegui

Poncho: eles devem tá apontando isso sim! Essa história de recomeçar o casamento com namoro só faz os dois inventar
situações... Não lembra daquele dia que fomos ao hospital saber o sexo da nossa princesinha? *rindo*

Anahí: Claro! Enquanto a médica falava pra gente que o bebê é uma bonequinha *com voz de criança* o Chris e a Dulce ainda
discutiam sobre o sexo do neném apostando nem lembro mais o que

Christian: Devem estar chegando já...

Pedro: Se não aparecerem aqui em 15 minutos o show vai ser cancelado e os dois vão arcar com as conseqüências

Maite: Eles vão chegar, você vai ver...

Dulce: Será que esse médico ainda vai demorar muito? *impaciente*

Madalena: Acho que não... Já deve estar vindo. Ele veio antes, mas você ainda estava dormindo... não quer avisar a seus
familiares que estão aqui? O pessoal da sua banda?

Dulce: A senhora me reconhece?

Madalena: Quem nesse país não conhece vocês?

Dulce: Deus! Então a essas alturas toda a imprensa já deve ter espalhado

Madalena: Não se preocupe... Nosso hospital mantém uma política de proteção aos nossos pacientes

Dulce: Ainda bem... mas como vou falar pra eles que atirei no Chris? Não tenho coragem

Madalena: Mas a senhora precisa pedir ajuda de alguém... não pode ficar aqui sozinha. E além do mais não teve nenhuma
culpa

Dulce: Não tenho coragem

Madalena: Quer que eu ligue? Me diz o número, mas ainda acho que a senhora deveria ligar

Dulce: Liga... mas fala devagar... explica direitinho

Madalena: ok. Diz o número...

Dulce: Caramba, minha bolsa e meu celular... me levaram tudo, não sei o número dos pais dele de cor...

Madalena: De um de seus amigos então

Dulce: Da Any... Não, pensando bem não... ela tá grávida. Liga do Poncho *diz o número*

No camarim...
Poncho: Amor, atende pra mim, por favor? *calçando o tênis*

Anahí: Tá... Alô? Anahí, pois não?

Madalena: esse celular é do Alfonso?

Anahí: Sim, quem fala? É a mulher dele pode falar *intrigada com a voz feminina*

Madalena: é que aqui é do hospital...

Anahí: QUE? HOSPITAL? *sentando-se, Poncho a olha* O que houve?

Poncho: Me dá aqui Any... Alô? Quem fala?

Em menos de uma hora Pedro, Anahí, Poncho, Maite e Christian chegavam ao hospital. O show havia sido cancelado com a
promessa de remarcar uma outra data. Alguns fãs ficaram completamente revoltados outros chocados e preocupados com seus
ídolos. No hospital Dulce ainda não sabia nenhuma notícia do estado de Christopher e estava ficando agitada novamente.
As enfermeiras já tinham ameaçado dopá-la outra vez caso não se acalmasse

Dulce: Não dá pra agüentar mais. Já estou nessa espera há horas e vocês só me dizem pra ter calma que o médico já vem,
mas ele não chega nunca. Por acaso estão me escondendo algo? Ele morreu? Foi isso me digam *andando em círculo no quarto*

Anahí: Podemos entrar? *ao ver a amiga Dulce corre e a abraça caindo num pranto profundo e descontrolado. Anahí apenas a
afaga tentando ajudar*

Dulce: Fui eu Any, eu atirei no Chris, e-eu apertei o gatilho *desesperada*

Poncho: Calma Dul, fica calma e fala pra gente o que aconteceu? Você tá bem? Não te fizeram nada?

Maite: Nossa Dul te bateram?

Dulce: Não importa o que me fizeram, mataram o Chris. Me fizeram atirar nele. Eu o matei *falava coisa com coisa*

Christian: Mas onde ele está? Porque não nos avisou antes?

Dulce: Não sei. Ninguém me fala nada nessa droga! Só sabem me mandar esperar. Já estou farta *desabando*

Pedro: Dulce fica calma, vou atrás de algum médico pra saber onde ele está e o que está acontecendo

Dulce: Eu vou com você *segurando-o pelo braço*

Médico: Não precisam ir a lugar nenhum, já estou aqui

Dulce: doutor onde está meu marido? Quero vê-lo

Pedro: Boa noite, Pedro Damian. Onde está o Christopher?

Médico: Maurício Pontes, prazer *cumprimentando-o* Desculpa a demora, mas é que tivemos uma outra emergência pra atender
e...

Dulce: Tá, agora me fala do Chris

Dr Maurício: Bom, o paciente chegou muito machucado com ferimentos graves. Teve três costelas quebradas e o fígado
perfurado por uma delas e ainda o pâncreas também foi afetado, mas o pior foi o tiro que sofreu na cabeçasinto muito,
mas a noticia que trago não é boa

Dulce: Pelo amor de Deus me fala que ele tá vivo... Ele não morreu não é? Fala pra mim *segurando-o pelo jaleco*

Poncho: Calma Dul... Deixa ele terminar *ajudando-a*

Anahí: Ai Deus não quero ouvir isso... não quero *sai chorando, May vai atrás*

Dulce: Fala logo doutor

Dr. Maurício: Fizemos tudo que pudemos. A cirurgia foi muito demorada e complicada também. Por pouco a bala não atingiu
uma área vital no cérebro. Conseguimos extraí-la, mas infelizmente não pudemos evitar que seu marido entrasse em coma

Dulce: Que? Coma? *chorando esconde o rosto no peito de Poncho que acaricia seus cabelos*

Poncho: Dul o Chris é forte... Vai superar mais essa

Pedro: Fala a verdade... ele tem chances de sobreviver? Vai ficar com seqüelas?

Dr. Maurício: Não posso afirmar nada. Ainda é muito cedo... Vamos ver se o organismo dele reage aos medicamentos. Quanto
às seqüelas isso só saberemos quando ele acordar, mas de antemão já deixo vocês avisados que ele corre risco de vida e que
não vai ser fácil que saia dessa

Dulce: E ele vai acordar logo não vai?

Dr. Maurício: Isso também não posso dizer. Os comas são variados. Algumas pessoas acordam logo. Outras podem passar o
resto da vida assim

Christian: Mas isso não vai acontecer Dul... Você vai ver

Luis (pai do Chris): *entrando* Onde está meu filho? O que houve com ele Dulce? Me diz que o que aquele bando de
repórteres tá dizendo é mentira...

Dulce: Luis... eu... me ajuda por favor *abraçando-o* eu não queria...

Pedro: Dulce você não teve culpa de nada... pára com isso

Luis: Dulce olha pra mim *segurando o rosto dela completamente vermelho e molhado* eu sei que você não teve culpa de nada
ok? Fique tranquila... eu sei que jamais faria mal ao meu filho. Agora me fala como ele está

Dulce: O mé-édico disse que e-ele tá em co-oma *chorando* ele não vai morrer não é? Ele não pode nos deixar

Luis: Shiiiu... não fala assim. Meu filho é forte e eu sei que vai superar *os olhos do pai já estavam marejados, mas ele
tentava se mostrar forte diante da nora*

Pedro: E a Alejandra? Não veio?

Luis: Ela passou mal e teve que ser medicada. Ficou em casa sedada, achei melhor que ela não viesse por enquanto

Poncho: Doutor, não seria melhor dar alguma coisa pra Dulce?

Dr Maurício: Posso mandar aplicar mais um...

Dulce: NÃO! Já chega! Eu quero ficar acordada... doutor me deixa vê-lo, por favor... preciso senti-lo

Luis: Também queria vê-lo... É meu único filho doutor não posso ficar longe dele

Dr Maurício: Ele está na UTI e em coma. Não adianta nada vocês irem até lá... e além do mais é um lugar onde não pode
entrar muitas pessoas. O paciente corre risco de pegar uma infecção

Dulce: Por favor, eu te imploro... prometo que fico um minuto ou o tempo que o senhor quiser, mas me deixe ir

Luis: Abro mão da minha visita... mas deixe-a ir... tenho certeza que meu menino gostaria que ela estivesse próximo

Dr Maurício: Bom, me acompanhe... mas já aviso que não poderá ficar muito tempo ok? E também terá que se trocar

Dulce: Como o senhor quiser. Obrigada Luis! Pode deixar que eu vou falar pro Chris que o senhor está aqui e que todos nós
estamos esperando-o

Pedro: Vai lá Dul... A gente sabe que o Chris ficará feliz em te ver

O médico leva Dulce até uma sala onde ela pôde se trocar. Usava agora uma bata verde por cima de sua roupa. Calçava luvas
e máscara e ainda uma proteção para os sapatos. Na sala onde estava havia um grande vidro transparente de onde era possível
avistar Christopher deitado numa larga cama forrada por lençóis listrados em verde e branco. Ele vestia apenas uma bata
branca que ia até um palmo acima do joelho. Uma enorme faixa rodeava sua cabeça deixando apenas alguns fios de cabelo
amostra. Vários cabos estavam ligados ao seu peito monitorando os movimentos cardíacos e ainda um tubo de oxigênio o
auxiliava a respirar, além de um fio de soro que estava ligado ao seu braço esquerdo e um outro que bombeava sangue no
direito. Antes de entrar Dulce permaneceu observando-o com lágrimas nos olhos. Tinha medo que aquela fosse a última vez
que o visse vivo.

Dr Maurício: Pode entrar... Não mecha nos tubos e cuidado com seus ferimentos

Dulce: Obrigada doutor *sua voz estava rouca e mal pudia ser ouvida. Colocou a máscara e seguiu adentrando o quarto onde
agora se ouvia o som repetitivo da máquina que o monitorava. Caminhou lentamente até tocar a mão do marido. Suas mãos
tremiam e o coração estava acelerado sendo possível senti-lo na garganta. (nhooooi) Tentava acariciar-lhe o rosto, mas
temia machucá-lo, pois estava com vários ferimentos* Chris... está me ouvindo? Me perdoa meu amor... *falando próximo ao
ouvido dele* Será que um dia vou poder te olhar de novo e não sentir culpa por você estar assim? Meu bem você não pode
morrer, não pode me deixar Chris... lembra da floresta? Você me prometeu... Você vai voltar não vai? Eu sei que está me
ouvindo. Preciso de você... Preciso que você abra os olhos e diga que me perdoa Chris, por favor. Olha, seu pai e nossos
amigos estão lá fora esperando por você. Queremos te ver como sempre, meu amor *limpava o rosto dele molhado por suas
lágrimas quando se aproximou com cuidado e o beijou de leve os lábios* Volto depois pra te ver e conversarmos mais. Te
amo Chris não esqueça nunca disso

Depois de sair da sala ela permanece por alguns minutos de pé encostada no vidro apenas observando-o enquanto via o peito
do marido subir e descer levemente de acordo com a sua respiração auxiliadas pelos aparelhos

Dr Maurício: Vamos Dulce? Não pode mais ficar aqui...

Dulce: Vou poder voltar outra hora e vê-lo novamente? *enxugando os olhos*

Dr Maurício: Já disse... não pode ficar entrando toda hora, é para o bem dele

Dulce: Pelo menos uma vez no dia... Eu já assisti uma reportagem que falava que as pessoas que estão em coma podem
ouvir e sentir quando recebem visitas e que isso pode até ajudar na recuperação

Dr Maurício: Sim pode, mas o caso do seu marido ainda inspira muitos cuidados... ele está muito machucado. Depois que
sararem os ferimentos você poderá vê-lo com mais freqüência

Dulce: Mas quando isso acontecer ele já vai ter acordado não vai? *tirando as luvas*

Dr Maurício: como já disse antes, eu não posso te afirmar isso, infelizmente. Agora vamos sim?

Dulce: Obrigada por me deixar entrar *falava enquanto olhava pela última vez o marido. Suas digitais ficavam marcadas
no vidro enquanto ela se despedia. Na saída da sala encontra Anahí e Maite, que a aguardavam. Dulce estava sendo forte
até aquele momento, mas depois de ver o estado de Christopher só conseguia sentir medo e culpa*