Fanfic: Um porto seguro - adapatada- Portiñón | Tema: Portiñón

Chegou sobre a estrutura de madeira correndo a toda velocidade. Quando tomou impulso e saltou, Any conseguiu ver Josh na água, agitando os braços. Com o coração batendo forte contra as costelas, Any voou pelo ar e atingiu a água bem perto de onde Josh estava. A profundidade não era grande — menos de dois metros, ela imaginava — e, ao sentir os pés encostarem no fundo lamacento, afundou até os tornozelos. Ela lutou para voltar à superfície e sentiu a pressão nos seus braços quando os estendeu para pegar Josh.

— Pronto, peguei você! — gritou ela. — Peguei você!

Mas Josh estava se debatendo e tossindo, sem conseguir recobrar o fôlego. Any teve que se esforçar para contê-lo enquanto o trazia de volta para a parte mais rasa da água. Depois, com um esforço imenso, levou Josh para a margem coberta pela grama, com as alternativas lhe correndo pela mente: massagem cardíaca, respiração boca a boca, ou tentar forçar Josh a expelir a água que havia engolido. Any tentou fazer com que o filho deitasse de costas, mas o menino resistia. Ele se debatia e tossia, e embora ambos ainda estivessem dominados pelo pânico, aquela reação significava que Josh ficaria bem.

Any não sabia quanto tempo levara — talvez apenas alguns segundos, mas parecia ter demorado bem mais —, até que Josh finalmente, ao tossir, cuspisse um jato d’água e pela primeira vez conseguiu recobrar o fôlego. Ele respirou fundo e voltou a tossir; inalou mais uma vez e tossiu novamente, embora, desta vez parecesse mais como se ele estivesse limpando a garganta. Ele puxou o ar mais algumas vezes, ainda afetado pelo pânico, e foi somente então que o garoto pareceu perceber o que havia acontecido.

Ele se aproximou mãe e Any o abraçou com força. Josh começou a chorar, com os ombros tremendo. Any sentiu seu estômago embrulhar ao pensar no que poderia ter acontecido. E se ela não tivesse percebido que Dulce estava olhando para o monitor? E se mais um minuto tivesse se passado? As respostas para aquelas perguntas faziam com que ela tremesse tanto quanto Josh. Depois de alguns minutos, o choro de Josh começou a diminuir e ele disse suas primeiras palavras desde que Any o tirou da água.

— Me desculpe, mamãe — disse ele, entre soluços.

— Me desculpe também — sussurrou Any. Ela continuou abraçando seu filho, temendo que, se ela o soltasse, de algum modo o tempo começasse a retroceder e que, se aquilo acontecesse de novo, o resultado pudesse ser diferente. Quando finalmente conseguiu afrouxar os braços ao redor de Josh, Any viu que havia um grupo de pessoas olhando para eles atrás da loja. Roger estava lá, assim como os clientes que estavam comendo perto da churrasqueira. Outros dois clientes esticavam os pescoços, provavelmente recém-chegados. E, é claro, Kristen estava lá também. Ela repentinamente voltou a se sentir um mãe terrível, porque ela viu que sua garotinha estava chorando, com medo, e precisando dela, mesmo que estivesse aninhada nos braços de Dulce.