Fanfics Brasil - capítulo 16 Um porto seguro - adapatada- Portiñón

Fanfic: Um porto seguro - adapatada- Portiñón | Tema: Portiñón


Capítulo: capítulo 16

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Abril deu espaço a maio e os dias continuaram a passar. O movimento no restaurante cresceu de forma perceptível e a reserva de dinheiro na lata de café de Dulce também cresceu de forma proporcional e reconfortante. Dulce não sentia mais os estertores do pânico ao pensar na possibilidade de que não teria dinheiro caso precisasse sair da casa.


Mesmo depois de pagar o aluguel, as contas e as despesas com comida, percebeu que, pela primeira vez em anos, tinha algum dinheiro sobrando. Não muito, mas o bastante para que conseguisse se sentir livre e leve. Na manhã de sexta-feira, ela parou em frente à loja Anne Jean’s, um brechó especializado em roupas de segunda mão. Dulce levou a manhã inteira para examinar as roupas que estavam à venda e comprou dois pares de sapatos, duas calças, um short, três camisetas elegantes e algumas blusas, a maioria das quais eram de grife e que pareciam ser quase novas. Dulce ficava surpresa ao pensar que algumas mulheres tinham tantas peças boas de roupas que poderiam doar algumas que provavelmente custariam uma pequena fortuna em uma loja de departamentos.


Maite estava pendurando um mensageiro dos ventos em sua varanda quando Dulce chegou em casa. Desde aquele primeiro encontro, elas não haviam conversado muito. O trabalho de Maite, qualquer que fosse, parecia mantê-la ocupada, e Dulce cumpria tantos turnos quanto pudesse no restaurante. À noite, ela notava que as luzes da casa de Maite ficavam acesas, mas já era tarde demais para que fosse até lá. Por sua vez, Maite também não havia passado o fim de semana anterior em casa.


— Há quanto tempo não conversamos, hein? — disse Maite, com um aceno. Ela deu um toque no mensageiro dos ventos, fazendo-o tinir antes de atravessar o jardim.


Dulce chegou até sua varanda e colocou as sacolas no chão. — Por onde esteve?


Maite deu de ombros. — Você sabe como são as coisas. Trabalhando até tarde da noite, acordando cedo pela manhã, indo aqui e ali. Há momentos em que me sinto como se estivesse sendo puxada em todas as direções — disse ela, apontando para as cadeiras de balanço.


— Você se importa? Eu preciso parar um pouco. Passei a manhã inteira limpando a casa e acabei de pendurar aquela coisa. Gosto do som que ele faz.


— Fique à vontade — disse Dulce.


Maite se sentou e movimentou os ombros em círculos, tentando relaxar.


— Você está ficando bronzeada. Tem ido à praia?


— Não. Fiz alguns turnos extras nas últimas semanas e trabalhei na área externa — disse Dulce, afastando uma das cadeiras e abrindo espaço para que pudesse esticar as pernas.


— Sol e água... o que mais há ali? Trabalhar no Ivan’s deve ser muito parecido com uma temporada de férias.


Dulce riu. — Não é bem assim. E você, o que tem feito?


— Nada de sol nem diversão para mim ultimamente — disse Maite, olhando para as sacolas de compras. — Eu queria ter vindo mais cedo para tomar outra xícara de café, mas você já havia saído.


— Fui fazer compras.


— Estou vendo. Achou algo interessante?


— Acho que sim — confessou Dulce.


— Bem, não fique sentada aí. Mostre-me o que você comprou.


— Tem certeza de que quer ver?


Maite riu. — Eu moro em uma cabana no fim de uma rua de cascalhos que fica no meio do fim do mundo, passei a manhã inteira lavando e enxugando meus armários. Que outras opções eu tenho para me divertir?


Dulce tirou uma calça jeans da sacola e a entregou a Maite, que a segurou em frente ao rosto, observando os dois lados com cuidado. — Uau! — disse ela. — Você provavelmente encontrou esta calça na Anna Jean’s. Eu adoro aquele lugar.


— Como você sabe que eu a comprei na Anna Jean’s?


— Porque nenhuma outra loja da cidade vende roupas tão boas. Isto veio do armário de alguém. Provavelmente de alguma mulher rica. Muitas das coisas naquela loja são praticamente novas.


Pousando o jeans sobre o colo, Maite deslizou os dedos sobre o bordado nos bolsos de trás. — Os detalhes são maravilhosos, gostei muito dos desenhos — disse ela, olhando em direção às sacolas. — E o que mais você comprou?


Dulce passou-lhe as peças uma por uma, divertindo-se com a empolgação de Maite com cada uma. Quando a sacola estava vazia, Maite suspirou.


— Bem, agora estou oficialmente morrendo de inveja. E deixe- me adivinhar: não sobrou nada parecido com isso na loja, não é?


Dulce deu de ombros, sentindo-se repentinamente acanhada. — Desculpe. Eu passei um bom tempo lá escolhendo.


— Bem, não tem problema. Você fez excelentes escolhas. Estas roupas são verdadeiros tesouros.


Dulce olhou para a casa de Maite. — E como estão as coisas por lá? Já começou a pintar os cômodos?


— Ainda não.


— O trabalho está lhe tomando muito tempo? Maite fez uma careta. — A verdade é que, depois de desencaixotar minhas coisas e limpar a casa do chão até o telhado, eu acho que minha energia acabou. Mas eu fico feliz por ser sua amiga, pois isso significa que eu ainda posso vir até sua casa, que é alegre e colorida.


— Pode vir a qualquer hora.


— Obrigada, isso significa muito para mim. Mas o Sr. Benson, aquele homem maldoso, vai me trazer algumas latas de tinta amanhã. Acho que isso explica por que estou aqui. Estou quase em pânico ao pensar que vou passar o final de semana com tinta respingando na minha roupa.


— Não é tão ruim assim. O tempo até que passa rápido.


— Está vendo estas mãos? — perguntou Maite, exibindo as palmas. — Elas foram feitas para acariciar homens bonitos, para serem adornadas com unhas bonitas e anéis de diamante. Não foram feitas para segurar rolos de pintura, ficarem manchadas com tinta ou para fazer outros tipos de trabalho braçal.


Dulce deu uma risadinha. — Quer que eu te ajude?


— De jeito nenhum. Sou especialista em deixar as coisas para depois, mas a última coisa que eu quero é que você pense que eu sou incompetente. Porque sou muito boa no que faço. Um bando de andorinhas saiu das árvores, movendo-se em um ritmo quase musical. O balanço das cadeiras fazia com que as tábuas da varanda rangessem levemente.


— O que exatamente você faz?


— Trabalho com aconselhamento psicológico, por assim dizer.


— Em uma escola?


Maite balançou a cabeça negativamente. — Não. Em situações de luto e perda.


Dulce parou por um momento para pensar. — Acho que não entendi direito.


Maite deu de ombros. — Eu vou até a casa das pessoas e tento ajuda-las. Geralmente isso acontece quando alguém muito querido morre — disse ela. Após uma pausa, sua voz ficou mais suave quando ela prosseguiu. — As pessoas reagem de maneiras muito diferentes, e meu trabalho é descobrir como ajudá-las a aceitar o que aconteceu. Aliás, detesto essa palavra, pois nunca conheci ninguém que realmente estivesse disposto a aceitar os fatos. Mas, basicamente, é isso que eu faço. Afinal, independente do quão seja difícil, a aceitação ajuda as pessoas a seguir em frente com suas vidas. Mas, às vezes...


Ela deixou a frase no ar. Em meio ao silêncio, arrancou um pedaço da pintura da cadeira de balanço que estava descascando. — Às vezes, quando estou cuidando de alguém, outros problemas acabam surgindo. E é com isso que venho trabalhando ultimamente. Em geral, as pessoas precisam de outros tipos de ajuda também.


— Parece ser um belo trabalho.


— E é. Mesmo que tenha suas dificuldades — concluiu ela, virando-se para Dulce. — E você, o que me diz?


— Você sabe que eu trabalho no Ivan’s.


— Mas você não me disse mais nada sobre você.


— Não há muito mais a dizer — protestou Dulce, desejando que a conversa não enveredasse por aquele rumo.


— É claro que há. Todos têm uma história — comentou Maite, antes de fazer uma pequena pausa. — Por exemplo, qual foi o verdadeiro motivo que a trouxe para Southport?


— Eu já lhe disse. Queria um lugar onde pudesse recomeçar a vida — insistiu Dulce.


Maite pareceu estar olhando através dela enquanto absorvia aquela resposta. — Tudo bem — disse ela após algum tempo, sem rancor na voz. — Você tem razão. Não é da minha conta.


— Não foi isso o que eu disse.


— Foi, sim. Você disse de uma maneira gentil. E eu respeito sua resposta, porque você tem razão: realmente não é da minha conta. Mas, só para você saber, quando você diz que quer recomeçar a vida, a conselheira que existe dentro de mim se pergunta por que você sente a necessidade de recomeçar. E, mais importante do que isso, o que foi que você deixou para trás.



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Autor(a): portinons2vondy

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Dulce sentiu seus ombros ficarem tensos. Percebendo o desconforto nela, Maite prosseguiu. — E se fizermos desta forma? — perguntou ela, de maneira gentil. — Esqueça que eu fiz essa pergunta. Mas saiba que, se algum dia você quiser conversar a respeito, estarei aqui para lhe ajudar. Sou uma boa ouvinte, especialmente quando meus amigos precisam ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • angelr Postado em 04/09/2015 - 01:32:59

    Poxa a fic é maravilhosa volta a postar prometo divulgar ela em minhas fics q posto

  • flavianaperroni Postado em 12/07/2015 - 03:13:52

    posta maaais

  • dyas Postado em 28/07/2014 - 15:42:49

    Posta mais vai... :)

  • dyas Postado em 16/07/2014 - 12:05:02

    Aaah Any pensando na Dul *-*' Continua s2

  • dyas Postado em 03/07/2014 - 09:39:14

    Continua *----*' Quero saber mais da história da Dulce.

  • dyas Postado em 11/06/2014 - 10:39:33

    Flor, posta mais! tô amando a web.

  • dyas Postado em 09/05/2014 - 20:24:17

    Continua, adorando. :)

  • lunaticas Postado em 05/05/2014 - 23:17:43

    Continua!!!!!

  • vverg Postado em 05/05/2014 - 00:05:51

    Mais uma... Up *_*


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