Fanfics Brasil - Capítulo 17 Um porto seguro - adapatada- Portiñón

Fanfic: Um porto seguro - adapatada- Portiñón | Tema: Portiñón


Capítulo: Capítulo 17

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Dulce sentiu seus ombros ficarem tensos. Percebendo o desconforto nela, Maite prosseguiu.


— E se fizermos desta forma? — perguntou ela, de maneira gentil. — Esqueça que eu fiz essa pergunta. Mas saiba que, se algum dia você quiser conversar a respeito, estarei aqui para lhe ajudar. Sou uma boa ouvinte, especialmente quando meus amigos precisam. E, acredite ou não, conversar, às vezes, ajuda bastante.


— E se eu simplesmente não puder conversar a respeito? — disse Dulce, em um sussurro involuntário.


— Que tal se você ignorar o fato de eu trabalhar com aconselhamento de pessoas? Somos apenas amigas, e amigas podem conversar sobre qualquer coisa. Como o lugar onde você nasceu, ou algo que lhe deixava feliz quando você era criança.


— E que importância isso tem?


— Não é realmente algo importante. E é exatamente por isso que estou conversando com você. Você não precisa dizer nada que não queira realmente dizer.


Dulce absorveu as palavras de Maite antes de olhar para ela com os olhos semicerrados. — Você é muito boa no que faz, não é?


— Eu me esforço — concordou Maite


Dulce entrelaçou os dedos sobre o colo. — Tudo bem. Eu nasci em Altoona — disse ela.


Maite se recostou na cadeira de balanço. — Nunca estive lá. É um lugar bonito?


— É uma daquelas velhas cidades construídas ao redor de uma estação de trem. Você já deve ter visto algum lugar assim. Uma cidade pequena, cheia de pessoas boas e trabalhadoras que estão apenas tentando melhorar suas vidas. Era um lugar bonito, especialmente durante o outono, quando as folhas começavam a mudar de cor. Eu pensava que nenhum lugar no mundo poderia ser mais bonito que aquele.


Dulce baixou os olhos, perdida em meio às lembranças. — Eu tinha uma amiga chamada Emily e nós costumávamos colocar moedas sobre os trilhos do trem. Depois que o trem passava, nós andávamos em volta dos trilhos para tentar encontrá-las e sempre ficávamos abismadas quando víamos que o peso do trem havia apagado todas as marcas de cunhagem das moedas. Às vezes as moedas ainda estavam quentes ao toque. Eu me lembro de quase ter queimado meus dedos certa vez. Quando penso na minha infância, quase sempre são lembranças de pequenos momentos agradáveis como esse.


Ela deu de ombros, mas Maite continuou em silêncio, deixando que Dulce prosseguisse.


— De qualquer forma, foi lá que estudei. Sempre na mesma escola. Foi ali que terminei o ensino médio, mas acho que, naquela época... não sei... acho que estava farta de tudo aquilo, sabe como é? A vida em uma cidade pequena, onde todos os fins de semana eram iguais. As mesmas pessoas indo sempre às mesmas festas, os mesmos rapazes bebendo cerveja na carroceria de suas caminhonetes. Eu queria mais, mas não consegui ir para a faculdade. Para encurtar uma longa história, acabei indo para Atlantic City. Trabalhei lá por algum tempo, me mudei algumas vezes e agora, alguns anos depois, estou aqui.


— Em outra cidade pequena onde tudo é sempre igual.


Dulce balançou a cabeça. — Esta cidade é diferente. Ela faz com que eu me sinta...


Quando Dulce hesitou, Maite terminou a frase por ela.


— Segura?


Quando os olhos assustados de Dulce se encontraram com os dela, Maite parecia estar estupefata. — Não é tão difícil de entender. Como você mesma disse, você quer recomeçar. E que lugar melhor para fazer isso do que este? Onde nada acontece? — Ela parou por um momento. — Bem, não é sempre assim. Eu ouvi que houve uma certa comoção na semana passada. Quando você foi até a loja de conveniência.


— Você ficou sabendo?


 


— Vivemos em uma cidade pequena. É impossível não ouvir os comentários. O que aconteceu por lá?


— Foi assustador. Em um minuto eu estava conversando com Any e, quando vi o que estava acontecendo no monitor, acho que ela percebeu a expressão no meu rosto. No instante seguinte ela saiu correndo. Ela passou por mim e correu pela loja como um raio. Kristen olhou para o monitor e entrou em pânico. Eu a peguei nos braços e fui atrás da mãe dela. Quando cheguei aos fundos da loja, Any já havia tirado Josh da água. Foi um alívio ver que ele estava bem.


— Também acho — disse Maite, assentindo. — O que você acha de Kristen? Ela não é a criança mais linda e doce do mundo?


— Ela me chama de senhorita Dulce.


— Eu adoro aquela garotinha — disse Maite, erguendo os joelhos e trazendo-os para junto do peito. — Mas não fico surpresa por vocês duas terem se dado bem. Ou pelo fato de ela ter corrido para seus braços quando sentiu medo.


— Por que diz isso?


— Porque ela é uma criança muito sensível e inteligente. Ela sabe que você tem um bom coração.


Dulce fez uma expressão cética. — Talvez ela estivesse com medo por causa do que estava acontecendo com o irmão. Quando a mãe dela saiu correndo, eu era a única pessoa que estava na loja.


— Não se deprecie assim. Como eu disse, ela é sensível e consegue perceber essas coisas — retrucou Maite. — E o que houve com a Any? Depois do que aconteceu?


— Ela ainda estava um pouco abalada, mas, apesar do susto, parecia estar bem.


— Chegou a conversar com ela outras vezes desde então?


Dulce deu de ombros mais uma vez, como se aquilo não fosse muito importante. — Não muito. Ela é sempre gentil quando vou até a loja e sempre tem os produtos que eu preciso em estoque, mas nada além disso.


— Ela é muito bom no que faz — disse Maite, segura de si.


— Você fala como se a conhecesse muito bem.


Maite balançou-se em sua cadeira. — Acho que eu a conheço bem, sim.


Dulce esperou que ela falasse mais, mas Maite permaneceu em silêncio.


— Quer falar a respeito? — perguntou Dulce, inocentemente. — Afinal de contas, conversar pode ajudar bastante, às vezes. Especialmente se tiver uma amiga para lhe ouvir.


Os olhos de Maite brilharam. — Sabe, eu sempre suspeitei que você fosse muito mais inteligente do que deixa transparecer. Está usando minhas próprias palavras para conversar comigo. Você devia ter vergonha de se esconder assim.


Dul sorriu, mas não disse nada — da mesma forma que Maite havia feito com ela. E, de maneira surpreendente, aquela estratégia funcionou.


— Não tenho certeza do quanto eu posso dizer — acrescentou Maite.


— Mas posso lhe dizer que ela é um boa mulher. É o tipo de pessoa com quem você pode contar para fazer a coisa certa. É possível enxergar isso no amor que ela tem por seus filhos.


Dul juntou os lábios por um momento. — Vocês dois já se encontraram alguma vez?


Maite pareceu escolher suas palavras com cuidado. — Sim, mas talvez não da maneira que você esteja imaginando. E para que as coisas fiquem bem claras: aconteceu há um bom tempo e todos prosseguiram com suas vidas.


Dul não conseguiu entender a resposta dela, mas não quis insistir no assunto. — Qual é a história dela, então? Imagino que ela seja divorciada.


— Seria melhor que você perguntasse a ela.


— Eu? E por que iria querer perguntar isso a ela?


— Porque você perguntou a mim — disse Maite, erguendo uma sobrancelha. — O que significa claramente que você está interessada nela.


— Não estou interessada nela.


— Então por que você quer saber coisas a respeito dela?


Dulce fez uma careta. — Para uma amiga, até que você é bastante manipuladora.


Maite deu de ombros. — Eu simplesmente digo às pessoas aquilo que elas já sabem, mas têm medo de admitir para si mesmas.


Dul pensou naquilo. — Para que as coisas fiquem bem claras, estou oficialmente retirando minha oferta de ajudá-la a pintar sua casa.


— Você já disse que faria isso.


— Eu sei, mas quero retirá-la assim mesmo.


Maite soltou uma risada. — Tudo bem, tudo bem. Ei, o que você vai fazer esta noite?


— Preciso ir trabalhar daqui a pouco. Na verdade, acho que já é hora de começar a me arrumar.


— E amanhã à noite? Você vai trabalhar também?


— Não. Este final de semana estarei de folga.


— Então o que acha de eu trazer uma garrafa de vinho? Estou precisando beber um bom vinho e não quero ter que sentir o cheiro da tinta fresca por mais tempo do que o necessário. Podemos combinar?


— Parece que vai ser bem divertido.


— Ótimo — disse Maite, levantando-se da cadeira de balanço. — Estamos acertadas, então.


 



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Autor(a): portinons2vondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • angelr Postado em 04/09/2015 - 01:32:59

    Poxa a fic é maravilhosa volta a postar prometo divulgar ela em minhas fics q posto

  • flavianaperroni Postado em 12/07/2015 - 03:13:52

    posta maaais

  • dyas Postado em 28/07/2014 - 15:42:49

    Posta mais vai... :)

  • dyas Postado em 16/07/2014 - 12:05:02

    Aaah Any pensando na Dul *-*' Continua s2

  • dyas Postado em 03/07/2014 - 09:39:14

    Continua *----*' Quero saber mais da história da Dulce.

  • dyas Postado em 11/06/2014 - 10:39:33

    Flor, posta mais! tô amando a web.

  • dyas Postado em 09/05/2014 - 20:24:17

    Continua, adorando. :)

  • lunaticas Postado em 05/05/2014 - 23:17:43

    Continua!!!!!

  • vverg Postado em 05/05/2014 - 00:05:51

    Mais uma... Up *_*


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