Fanfics Brasil - Capítulo 3 Um porto seguro - adapatada- Portiñón

Fanfic: Um porto seguro - adapatada- Portiñón | Tema: Portiñón


Capítulo: Capítulo 3

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O Ivan’s era uma instituição local, um restaurante que funcionava há quase trinta anos. Desde que começara a trabalhar ali, Dulce identificara os clientes habituais e, enquanto atravessava o salão, seus olhos iam em direção a pessoas que ainda não tinha visto. Casais flertando, outros se ignorando mutuamente. Famílias. Ninguém parecia estar deslocado naquele lugar, e ninguém pedira informações a seu respeito. Mesmo assim, havia épocas em que suas mãos começavam a tremer, por isso ela ainda deixava uma luz acesa quando dormia. Seu cabelo, de um tom castanho-avermelhado, era tingido na pia da cozinha da pequena casa que alugara. Como ela não usava maquiagem, sabia que seu rosto acabaria se bronzeando um pouco, talvez um pouco demais, então lembrou a si mesma de comprar protetor solar. No entanto, após pagar o aluguel e as contas da casa, não sobrou muito dinheiro para itens supérfluos. Até mesmo o protetor solar iria estrangular suas finanças. O emprego no Ivan’s era bom e ela estava feliz por trabalhar ali, mas a comida que o restaurante servia não era cara  — e isso significava que as gorjetas que ela recebia não eram as melhores. Por causa de sua dieta habitual, composta por feijão com arroz, macarrão e mingau de aveia, ela perdera peso nos últimos quatro meses, e até conseguia sentir suas costelas por baixo da camiseta. Algumas semanas atrás, ela tinha círculos escuros ao redor dos olhos, os quais imaginava que nunca conseguiria tirar do rosto.


— Acho que aqueles caras estão olhando para você — disse Melody, com um meneio de cabeça em direção à mesa dos quatro homens do estúdio de cinema. — Especialmente aquele de cabelo castanho. O mais bonito da mesa.


 


— Ah — disse Dulce. E começou a preparar outro bule de café.


Qualquer coisa que ela dissesse à Melody certamente cairia nos ouvidos das outras pessoas. Então, Dulce normalmente não conversava muito com ela.


— O que foi? Você não o achou bonito?


— Eu não prestei muita atenção.


— Como você pode não prestar atenção quando um cara é bonito? — perguntou Melody, descrente, olhando para ela.


— Não sei.


Assim como Ucker, Melody era dois anos mais nova do que Dulce, talvez com 25 anos, mais ou menos. Ruiva, de olhos verdes e sem papas na língua, ela namorava um cara chamado Steve, que fazia entregas para uma loja de materiais de construção e reforma do outro lado da cidade. Como todos os outros funcionários do restaurante, ela havia nascido e crescido em Southport, a qual descrevia como sendo um paraíso para crianças, famílias e idosos, mas o lugar mais triste e modorrento do mundo para pessoas solteiras. Pelo menos uma vez por semana ela dizia à Dulce que desejava se mudar para Wilmington, que tinha bares, danceterias e muito mais lojas. Melody parecia saber tudo sobre todo mundo. Dulce às vezes pensava que a verdadeira profissão da colega era a fofoca.


— Ouvi dizer que Ucker convidou você para sair, mas você recusou — disse ela, mudando de assunto.


— Não gosto de me envolver com pessoas do trabalho — respondeu Dulce, fingindo estar absorta com a organização das bandejas que continham os talheres.


— Podíamos sair os quatro. Ucker e Steve saem para pescar juntos.


Dulce imaginou se Ucker estava realmente interessado nela ou se tudo aquilo era ideia de Melody. Talvez fossem as duas coisas. À noite, depois que o restaurante fechava, quase todos os funcionários ficavam ali por mais algum tempo, conversando e tomando uma cerveja. Com exceção de Dulce, todos já trabalhavam no Ivan’s há anos.


— Não acho que seja uma boa ideia — comentou Dulce.


— Por que não?


— Tive uma experiência ruim certa vez — disse ela. — Namorar com um homem que trabalhava no mesmo lugar que eu. E, desde então, assumi como regra não voltar a fazer isso.


Melody revirou os olhos antes de sair em direção a uma de suas mesas. Dulce entregou duas contas e recolheu pratos vazios. Ela se manteve ocupada, como sempre fazia, tentando ser eficiente e invisível. Mantendo a cabeça baixa, se certificava de que a copa estava brilhando. Aquilo fazia seu dia passar mais rápido. Não flertou com o homem do estúdio, que, quando saiu, não olhou para trás.



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Autor(a): portinons2vondy

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Dulce  trabalhava durante o horário do almoço e do jantar. Enquanto o dia se transformava em noite, ela gostava de observar o céu passar do azul para o cinza e depois para o laranja e o amarelo na borda ocidental do mundo. Ao pôr do sol, a água reluzia e os veleiros cruzavam as águas, empurrados pela brisa. As folhas finas nos ra ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • angelr Postado em 04/09/2015 - 01:32:59

    Poxa a fic é maravilhosa volta a postar prometo divulgar ela em minhas fics q posto

  • flavianaperroni Postado em 12/07/2015 - 03:13:52

    posta maaais

  • dyas Postado em 28/07/2014 - 15:42:49

    Posta mais vai... :)

  • dyas Postado em 16/07/2014 - 12:05:02

    Aaah Any pensando na Dul *-*' Continua s2

  • dyas Postado em 03/07/2014 - 09:39:14

    Continua *----*' Quero saber mais da história da Dulce.

  • dyas Postado em 11/06/2014 - 10:39:33

    Flor, posta mais! tô amando a web.

  • dyas Postado em 09/05/2014 - 20:24:17

    Continua, adorando. :)

  • lunaticas Postado em 05/05/2014 - 23:17:43

    Continua!!!!!

  • vverg Postado em 05/05/2014 - 00:05:51

    Mais uma... Up *_*


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