Fanfics Brasil - Capítulo 8 Um porto seguro - adapatada- Portiñón

Fanfic: Um porto seguro - adapatada- Portiñón | Tema: Portiñón


Capítulo: Capítulo 8

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 Algumas mercadorias saíam regularmente, outras não. Como seu sogro, Any notava aquilo de que as pessoas precisavam assim que elas entravam em sua loja. Ela sempre percebia e se lembrava de coisas que outras pessoas não conseguiam, uma característica que o havia auxiliado imensamente nos anos em que tinha trabalhado para o DIC. Hoje em dia, ela passava um bom tempo examinando ou testando as mercadorias do seu estoque, tentando acompanhar as mudanças de preferências dos seus clientes. Any nunca imaginou que um dia faria algo assim, mas a decisão que tomara não lhe desagradava. Pelo menos ele podia ficar de olho nas crianças. Josh estava na escola, mas Kristen só começaria suas aulas quando o outono chegasse. E, assim, ela passava os dias com ela na loja. Ela montou uma pequena área para brincadeiras atrás da caixa registradora, em que sua filha, inteligente e comunicativa, parecia estar mais feliz. Embora tivesse apenas 5 anos, ela sabia como usar a caixa e calcular o troco, subindo em um banquinho para alcançar os botões. Any sempre se entretinha com as expressões no rosto dos estranhos quando ela começava a calcular o valor das mercadorias para eles. Mesmo assim, não era uma infância ideal para a menina, ainda que ela não tivesse condições de perceber. Sendo honesta consigo mesma, Any tinha que admitir que cuidar das crianças e da loja demandava toda a energia que ela tinha. Às vezes, sentia que mal conseguia dar conta de tudo — fazer o lanche de Josh e deixá-lo na escola, preencher os formulários de pedidos para os fornecedores, reunir-se com os representantes de vendas e atender aos clientes, tudo enquanto se ocupava em manter Kristen entretida. E aquilo era apenas o começo. Ela se esforçava bastante para fazer coisas de que seus filhos gostavam, como andar de bicicleta, soltar pipas e pescar com Josh, mas Kristen gostava mesmo era de brincar com bonecas, desenhar e fazer artesanato. E nem mesmo quando ela finalmente conseguia colocar as crianças na cama era possível relaxar, porque sempre havia algo mais a fazer. A verdade era que Any nem sabia mais o significado da palavra “relaxar”. Depois que as crianças estavam na cama, ela passava o resto de suas noites sozinha. Embora parecesse conhecer quase todas as pessoas na cidade, ela não tinha realmente muitos amigos. Os casais que ela e Lari às vezes visitavam para jantar ou quando eram convidados para churrascos haviam se afastado de maneira lenta e inexorável.


Uma parte era por sua culpa — trabalhar na loja e criar seus filhos ocupava a maior parte do seu tempo —, mas, às vezes, ela tinha a sensação de que sua presença deixava os outros casais desconfortáveis, como se os lembrasse de que a vida era imprevisível e assustadora e que as coisas precisam de um único instante para dar errado. Era uma vida cansativa e, às vezes, isolada, mas ela mantinha o foco em Josh e Kristen. Embora com menos frequência do que antigamente, ambos continuavam tendo pesadelos depois que Lari se fora.


Quando eles acordavam no meio da noite, chorando de maneira inconsolável, ela os segurava nos braços e sussurrava em seus ouvidos que tudo ficaria bem. Até que os pequenos conseguiam finalmente adormecer. No começo, todos haviam passado por uma psicóloga. As crianças faziam desenhos e falavam sobre o que sentiam. Não pareceu ajudar tanto quanto ela esperava. Os pesadelos continuaram por quase um ano. De vez em quando, ao pintar figuras com Kristen ou ao pescar com Josh, seus filhos ficavam quietos e ela sabia que eles sentiam saudades da mãe.


Kristen chegava a mencionar isso numa voz parecida com a de um bebê, trêmula e incerta, enquanto as lágrimas lhe escorriam pelo rosto. Quando isso acontecia, Any tinha certeza de que conseguia ouvir seu coração se estilhaçar, porque ela sabia que não havia nada que pudesse fazer ou dizer para melhorar as coisas. A psicóloga havia lhe garantido que as crianças eram fortes e que, desde que soubessem que eram amadas, os pesadelos iriam se tornar cada vez menos frequentes. O tempo provou que a psicóloga tinha razão, mas agora Any tinha que enfrentar um outro tipo de perda — algo que feria seu coração da mesma maneira. Ela sabia que as crianças estavam melhorando porque as lembranças que tinham da mãe estavam lentamente desaparecendo.



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Autor(a): portinons2vondy

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Eles eram muito novos quando a perderam — tinham 4 e 3 anos, respectivamente — e significava que, algum dia, sua mãe se tornaria mais um conceito do que uma pessoa para eles. Era inevitável, claro, mas não parecia certo para Any o fato de que nunca se lembrariam do riso de Lari, ou do  carinho com o qual ela os segurava nos braços ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • angelr Postado em 04/09/2015 - 01:32:59

    Poxa a fic é maravilhosa volta a postar prometo divulgar ela em minhas fics q posto

  • flavianaperroni Postado em 12/07/2015 - 03:13:52

    posta maaais

  • dyas Postado em 28/07/2014 - 15:42:49

    Posta mais vai... :)

  • dyas Postado em 16/07/2014 - 12:05:02

    Aaah Any pensando na Dul *-*' Continua s2

  • dyas Postado em 03/07/2014 - 09:39:14

    Continua *----*' Quero saber mais da história da Dulce.

  • dyas Postado em 11/06/2014 - 10:39:33

    Flor, posta mais! tô amando a web.

  • dyas Postado em 09/05/2014 - 20:24:17

    Continua, adorando. :)

  • lunaticas Postado em 05/05/2014 - 23:17:43

    Continua!!!!!

  • vverg Postado em 05/05/2014 - 00:05:51

    Mais uma... Up *_*


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