Fanfics Brasil - Um mago de verdade... Kendall, o mago da mão-de-ferro

Fanfic: Kendall, o mago da mão-de-ferro | Tema: Histórias paralelas de Lylah


Capítulo: Um mago de verdade...

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Já era o quinto dia andando entre as montanhas na região central do Reino de Brenda. Ainda assim, Kendall não apresentava qualquer sinal de cansaço, mas ao contrário, uma disposição "de aço".


 


Não fosse a vestimenta típica de quem utiliza magia, poucos saberiam que aquele homem robusto era na verdade um mago. Sim, o seu porte atlético lembrava muito o de um guerreiro novato, era alto e largo, não como os grandes Generais de Brenda, mas quem sabe um aspirante... Porém, aquele veterano mago era especializado em uma escola peculiar da Academia, era um dos poucos Alquimistas existentes em toda Arcana e seu foco era o elemento metal.


 


Seu olhar negro como o mar, combinava com o tom escuro dos cabelos perfeitamente cortados rente ao couro cabeludo, mais uma armadilha, assemelhava-se muito ao corte militar dos guerreiros. No entanto, Kendall carregava algo ímpar, uma marca que o distinguia tanto dos guerreiros como dos demais magos e foi por causa dela que conseguiu seu nome. Vestia em sua mão esquerda uma luva espessa de metal trabalhado, não havia em qualquer reino uma peça tão rara e tão bela como aquela, somente os mais humildes cidadãos não reconheciam o valor da luva e principalmente, do dono. Corriam boatos que ele era admirado inclusive por Arcanos, a mais alta patente da Academia Arcana, e que era temido em muitos lugares reino afora...


 


O sol já se despedia no horizonte quando do alto, Kendall pôde ver o esplendor de Kalahir, uma das grandes cidades de Brenda, o reino dos guerreiros. Estava em missão em nome da Academia, deveria tratar de uma parceria científica com a Escola de Engenharia da cidade, uma das mais avançadas naquele tempo.


 


Quando o mago finalmente chegou ao imenso portão leste da cidade, a lua já se exibia glamorosa em meio à penumbra.


 


- Alto lá! Quem se aproxima? - disse o sentinela no alto do portão em tom de ameaça.


 


- Sou o mago Kendall, tenho autorização para entrar na cidade, olhe! - fez gestos no ar e recitou algo incompreensível, o sentinela assustado nada entendeu.


 


De repente, uma folha de papel começou a levitar em direção ao sentinela que já armado esbugalhava os olhos diante da incrível cena.


 


- Calma amigo, não é um ataque, só estou facilitando as coisas para você! - falou em um tom tão manso que o soldado baixou a guarda e agarrou o memorando voador.


 


- Bom segundo este documento, realmente você está autorizado, o selo estampado é verdadeiro. Abram o portão - gritou para dentro das muralhas.


 


Ouviu-se o barulho das engrenagens girando e o tilintar de grandes correntes antes do grande portão blindado se abrir ao meio. O mago entrou calmamente enquanto era observado por um esquadrão de pelo menos vinte guerreiros. Percebeu que alguns apontavam para sua luva e cochichavam entre si, o que não o agradou.


 


Antes do portão se fechar, surgiu de repente uma forte ventania vinda do lado de fora, tanto o mago como os guerreiros cobriam seus olhos como podiam, pois a nuvem de poeira que subia era densa e cegava quem insistia em manter os olhos desprotegidos. O sentinela no alto gritava desesperadamente para que fechassem de uma vez o portão e acabassem com aquela agonia, quando o vento foi se acalmando tão repentinamente como havia surgido.


 


Ao fim da tormenta, o esquadrão e Kendall se recompunham, alguns saíam de trás de seus abrigos, outros se levantavam do chão sacudindo a poeira no corpo. Foi quando o mago percebeu que todos o olhavam de um modo nada agradável, pensavam que ele tinha causado toda a confusão. Demorou muito até convencer que nada tinha a ver com o estranho fenômeno, e só conseguiu porque mostrou que se feriu durante o incidente.


 


Pulou cedo da confortável cama da estalagem que passara a noite, preparou algumas poções e meditou durante o início da manhã. Mesmo sendo uma missão pacífica, algo dizia a Kendall que tinha que preparar-se para utilizar magia, era o que alguns magos chamavam de lufadas premonitórias.


Antes do sol atingir seu ápice, Kendall foi à procura do General que deveria ser o reitor do quartel onde se encontrava a escola de engenheiros, conversou com alguns soldados que guardavam as praças e descobriu onde encontrar o General Julius Vidrik, conhecido como "o General Machado", mas foi advertido que Julius era um sujeito rude e desconfiado, e que com certeza dificultaria qualquer ação de "estrangeiros" em seu quartel.


 


Graças aos documentos que carregava não teve muitas dificuldades para adentrar o quartel, até esbarrar no oficial que era secretário de Julius...


 


- Bom dia... - o jovem ruivo franziu as sobrancelhas olhando Kendall de alto a baixo e continuou: - que honra, não é todo dia que um mago vem visitar nosso quartel, mostre suas credenciais e me diga o quer aqui...


 


- Aqui estão... preciso falar com o General Julius - respondeu no mesmo tom seco do soldado.


 


- Bom realmente você pode estar aqui dentro... Mas não sei se o General poderá atendê-lo, ultimamente ele tem se ocupado muito, sente-se "um pouquinho", vou comunicá-lo e verei o que posso fazer por você - se levantou e entrou em uma saleta ao fundo do cômodo.


 


- Esse soldadinho está testando minha paciência - resmungou sozinho enquanto se sentava.


 


Em poucos minutos o soldado espichado voltou com um sorriso irônico pregado na cara:


 


- Que sorte, incrivelmente o General parou todas as suas atividades quando soube que você estava aqui senhor Kendall, o senhor pode se considerar importante, líderes Virgos precisam agendar semanas antes uma reunião com ele.


 


- Obrigado Cabo Gybeon, mas não sou tão importante assim, o General só deveria estar me esperando, certamente já havia sido comunicado sobre minha vinda, mas me surpreende muito o fato de você como secretário dele não saber disso.


 


- É que não estou aqui a muito tempo... - replicou num tom sem graça, com certa insegurança-, mas me diga como sabe quem eu sou?


 


- Ora meu jovem, quase do mesmo jeito que você, eu li na sua farda... agora, eu já posso pegar


minhas autorizações de volta? Você já as inspecionou.


 


- Que descuido, me desculpe, aqui estão - entregou, não querendo entregar - pode entrar na sala, não precisa bater - deu um sorriso, virou-se e continuou a organizar as pilhas de papéis sobre a mesa.


 


Kendall não percebeu ou simplesmente ignorou a feição de insucesso do rapaz, já estava acostumado com a desconfiança quando entrava em outros reinos e com a burocracia que hora ou outra tinha de aturar.


 


Adentrou o gabinete de Julius como o cabo havia dito, notou que o "armário" na sua frente procurava alguma coisa dentro das gavetas da grande escrivaninha em que trabalhava, e toda vez que vasculhava uma gaveta, batia com força para fechá-la e soltava um alto "bosta". Até finalmente encontrar o que queria, se erguer e revelar a face.


 


Era o que se esperava de um General, era uma montanha ambulante, seus braços tinham a envergadura de pelo menos metade do corpo de Kendall, as diversas medalhas incrustadas na armadura incompleta que vestia não revelavam sua história tão bem como as muitas cicatrizes espalhadas pelo corpo. O rosto quadrado repleto delas e o cabelo comprido amarrado em rabo de cavalo só tornavam seu aspecto mais ameaçador ainda.


 


- Então você é Kendall... e esta é a sua famosa luva... Você não passa nem perto do que imaginei, os magos respeitados geralmente têm mais idade, são baixinhos e parecem não ser capazes de erguer um bebê sozinhos... - sua feição nem sequer tremeu com as provocações.


 


O mago deu um sorriso amistoso, dando certa razão às palavras: - General Julius, não se apegue às aparências de nossos anciões, alguns poderiam transformar esta sua armadura especial em pó só com o olhar - replicou à altura da provação, porém serenamente, afastando o clima irônico que perdurava no ar desde que adentrara o quartel.


 


Julius deu um pequeno sorriso de canto de boca, não se sabe se debochando ou gostando da resposta do mago.


 


O mago continuou:


 


- Bom bravo General, como bem sabe, não vim até aqui para discutir aparências, tampouco a dureza de armaduras, a carta secreta que lhe foi mandada explica por alto minha missão, imagino que o senhor precise saber mais não é?


 


- Sim, preciso saber bem mais do que esta porcaria que me mandaram diz, e você está certo, vamos direto ao assunto, sua presença aqui já me causa náuseas. A carta afirma que você precisa de tecnologia avançadíssima para extração de energia, porém não entendo o porquê, já que vocês "os sabidões" já possuem conhecimento para extrair energia dos cristais a mais de mil anos...


 


A ironia cessou, mas a grosseria que ouvira falar já começava a mexer com os nervos de Kendall, era visível que se segurava para não pular no pescoço do desgraçado.


 


- "Caro General", você está certo quanto ao nosso conhecimento, porém encontramos algo diferente em uma caverna submersa, veja se o senhor reconhece - abrindo a capa, retirou uma bolsa de pano, e de dentro, um objeto parecido com uma bola de gude esbranquiçada.


 


- Mas... isso parece uma pequena esfera marinha... Como é possível? - Seu olhar brilhava e a feição admirada não escondia a dúvida instalada nos pensamentos - essa coisa é consistente e você não leva sequer uma descarga elétrica, deveria estar fritando só de chegar perto.


 


- Sim, é uma esfera marinha, mas está cristalizada, e é por isso que não sofro dano algum. Nosso conhecimento extrai energia de cristais, suas máquinas extraem energia das esferas energéticas líquidas da Baía da Espada, presumimos que somente unindo nossos conhecimentos poderíamos saber quanta energia esta pequena esfera carrega e como extrair.


 


- Entendo... Mas imagino que esta não é a única esfera, vocês devem ter encontrado uma mina repleta delas, não é?


 


A troca do tom ameaçador para a malícia das últimas palavras fez o mago tremer por dentro, expor estas coisas pode ter sido o maior erro de sua vida. Porque revelar um segredo tão importante para um suposto inimigo? Talvez estivesse errado em querer a paz e o progresso entre as nações, talvez fora ingênuo de mais.


- Encontramos somente 36 esferas, é possível que haja mais, porém, primeiro temos que descobrir se vale a pena fazer escavações e como está escrito, vim para fazer uma parceria científica, a Escola de Engenharia terá a mesma parcela de energia que a Academia, é um acordo justo, não acha? - Kendall falava muito sério, como até então ainda não havia feito ao pisar nos domínios de Brenda.


 


- Não tenho tanta certeza disso, como saberemos que vocês não irão se apossar dos conhecimentos e tecnologia para usarem em outras esferas?


 


- É só enviarem à Arcana uma equipe de engenheiros escoltada, somente serão feitas extrações com a equipe de engenheiros inspecionando tudo, não haverá como fazer extrações clandestinas. Satisfeito?


 


- Bom vou estudar sua proposta, mas como requisito para aceitá-la, vou te enviar ao especialista de recursos energéticos, o General Flarion, permita que ele estude a esfera e dependendo do relatório que ele me enviar, permito que você entre nas instalações do setor energético para estudarem juntos e descobrir se este projeto é viável, está bem?


 


Kendall apenas balançou a cabeça.


 


- Leve esta autorização para o campo de pesquisa ao Sul da cidade, floresta adentro. Converse com Flarion e diga que ele precisa me mandar um relatório sobre a esfera e de todas as atividades que você estará envolvido. Só então com minha outorga as pesquisas se iniciarão. Vá agora! - O grandalhão assinou o documento, colocou a mão sobre uma vela no castiçal, o grosso anel no dedo médio envermelhou-se de tão quente, só então selou o papel com o símbolo gravado sem fazer careta de dor.


 




 


<< Os compostos químicos eram fortes de mais, os testes com moléculas orgânicas apontavam uma grande instabilidade, qualquer coisa viva que entrasse em contato com este novo tipo de metal apresentava uma reação totalmente aleatória, apesar de ser um "solvente" orgânico, o novo elemento mostrava ter grande potencial, seria um salto científico de décadas ou mesmo séculos. No entanto, controlar seus efeitos era praticamente impossível, as moléculas orgânicas eram muito simples, era necessário testar os efeitos em organismos complexos, com sistemas desenvolvidos e interdependentes, em outras palavras, usar cobaias. O código de ética dos magos proibia qualquer experiência perigosa utilizando pessoas, somente os filhos renegados da Academia se atreviam por ambição a tal atrocidade, os bruxos.


 


Os demais pesquisadores foram aos poucos abandonando o projeto, até restar somente seu mestre...


 


- Kendall, não podemos ir além, já utilizamos tudo que podíamos e nada poderá nos dar a resposta que queremos, não há como ter um mínimo de estabilidade utilizando células, ou mesmo cultura de tecidos, da mesma forma, os animais sofreriam muito com a inoculação deste metal.


 


- Mestre, o senhor sabe que isto tem potencial para nos dar a vitória, nossos tesouros quase todos foram tomados, precisamos fazer alguma coisa, eu sei que este metal nos salvará!


 


- Não há mais nada que possamos fazer Kendall... desista! Vamos trabalhar com outra coisa, no futuro talvez encontremos uma maneira de controlar este composto, mas agora não podemos, não está em nosso alcance. Cobaias humanas seriam a única forma de ter respostas significativas, mas mesmo em tempos de guerra como agora, seria uma monstruosidade pegar pessoas para experiências, não podemos sucumbir ao erro, à ambição por poder, não somos bruxos... - O ancião saiu a passos lentos do laboratório.


 


O mago recém-formado refletiu nas palavras de seu mestre, sabia que ele estava certo, mas depois de algum tempo pensando notou uma brecha no código dos magos, era expressamente proibido recrutar pessoas, forçá-las, recompensá-las ou aliciá-las de qualquer forma para fazer experiências perigosas e sem conhecimento suficiente, mas o código não citava nada sobre voluntários...


 


Escreveu de próprio punho uma declaração se responsabilizando por qualquer sequela que viesse a ter, ou mesmo a morte, a Academia estaria isenta da responsabilidade de qualquer coisa que acontecesse, e como não havia ninguém ali, quem o impediria?


 


Imobilizou-se quase completamente em uma maca, preparou sais em um caldeirão e depois de calcular uma dose que seria suficiente e não muito nociva, injetou o metal fluido no músculo da mão esquerda. O grito de dor ressoou o monastério inteiro, o metal dilatava e contraía dentro da mão de Kendall, os espasmos eram frenéticos, projeções metálicas rasgavam a carne da mão do mago em todas as direções, ele já perdia a consciência quando meteu a mão no caldeirão com sais – nas experiências anteriores se descobriu que quando em contato com moléculas orgânicas básicas, a liga metálica liberava muita energia, aquecendo de mais os tecidos causando morte celular, e quando se acrescentavam os sais a energia era absorvida, baixando a temperatura, mas não a tempo do tecido se recuperar - houve uma explosão e o mago foi arremeçado para o outro lado do laboratório. O alarme disparou.


Os magos adentraram no que restou do laboratório, trataram de apagar os focos de incêndio e retirar o máximo de equipamentos que não foram destruídos. O mestre de Kendall entrou desesperado, pois era o único que sabia se haveria alguém ali.


Quando a fumaça baixou ele e os demais magos viram algo incrível: Kendall ajoelhado, apresentava queimaduras graves, seu braço esquerdo era de metal puro, com diversas lâminas saindo das extremidades, era de tamanho e largura maiores que seu próprio corpo, e com ele segurava um grande bloco de concreto que o esmagaria a qualquer momento...>>




 


Seguindo um mapa dado por Julius, Kendall adentrava a Floresta de Morries. O sol se preparava para tocar o mar, a luz já se esgotava e a florestas ficava mais densa a cada passo dado. Era uma floresta muito úmida, verde e principalmente silenciosa. Havia um clima de tensão no ar, não se ouvia pássaros, ou qualquer outro animal, eram apenas as árvores gigantes e seus cipós lenhosos se contorcendo em todo lado.


 


Kendall não queria perder tempo, pegou um graveto no chão, umedeceu com alguma poção guardada em sua bolsa, com uma invocação simples o graveto se incendiou e o mago continuou sua caminhada. A luz gerada não alcançava muitos metros mas era suficiente para se andar e encontrar as trilhas marcadas no mapa.


 


- Hora, hora, o que encontramos em uma floresta escura e molhada pela noite? - disse uma voz masculina, um tanto estridente, vinda não se sabe de onde - uma lenda viva, que encontrará seu fim.


- Você demorou a aparecer, eu já estava ficando impaciente - replicou seguramente o mago.


- O que? Você sabia que eu estava te seguindo? Então fostes um tolo ao entrar na floresta "Mago da Luva", em campo aberto você teria mais chance de vencer, aqui você nem saberá o que o atingiu.


- Sei bem que você não me atacará de frente, sua estratégia será a covardia, você esperou o melhor momento para atacar, você teve várias chances e não o fez.


- Não importa a forma que farei, o que importa é que vou te matar mago, e levar essa esfera, você não sabe o que tem em mãos.


- Bom eu não pretendo morrer hoje, mas você pode tentar...


- Maldito mago, se acha poderoso não é? Hoje te ensinarei a temer a Morte, sei do seu segredo, não me subestime.


 


Kendall escutou algo cortando o vento e rapidamente aparou o projétil com a luva. Sua cabeça era o alvo. Ele sabia que seu inimigo ia tentar confundir seus sentidos, pelo visto era um Exímio, ou um Ranger, alguém que dificilmente erraria uma flexada, mesmo com tantos objetos fazendo bloqueio. Era necessário ficar em campo aberto, pois mesmo que as flexas nunca o atingissem, seu inimigo sempre se ocultaria na noite e o atacaria de lá.


O mago rapidamente abriu sua bolsa, pegou várias poções e saiu atirando em árvores grandes bem distantes umas das outras, quando ouvia as flexas transformava a luva em um grande escudo metálico que o encobria. Recitou o feitiço e as árvores pegaram fogo. A floresta agora ganhava um brilho laranjado, uma aspecto infernal. 


- Quer me ver maldito? A floresta é úmida, até conseguir me encontrar você já estará morto!


O plano de Kendall não era apenas iluminar o lugar, ele não queria incendiar a floresta toda, como mago, ele sabia das forças naturais e místicas que atuam nela e dos seres que ali habitam.


Seu inimigo mudou a estratégia, flexadas únicas nunca atingiriam Kendall, o escudo da luva o protegia bem. Ele começou a disparar várias rajadas, e em uma única flexada disparava 4 flexas e em sequência Kendall receberia uma saraivada de flexas.


Sabiamente Kendall já esperava por isso, e foi necessário se transformar. A luva em sua mão se dilatou e cobriu todo seu corpo, ele se tornou um "homem metálico"


- Sinta-se privilegiado arqueiro, poucos foram os homens que viram a forma "Kendall de ferro". Porém é uma pena, pois ninguém saberá disso, você não poderá contar.


As saraivadas de flexas batiam na grosseira armadura de ferro e caiam sem efeito, Kendall parecia um grande robô quadrado meio desajeitado, mas extremamente forte. Ele tranformou um de seus braços em uma gigantesca foice e começou a derrubar muitas árvores. Logo uma clareira enorme estava aberta e as grandes árvores que ardiam em chamas estavam isoladas e iluminavam toda a área aberta, a floresta não foi incendiada, apenas uma parte dela caiu, e restava um grande campo aberto, como uma arena.


- Então o sábio mago conseguiu tirar minha vantangem - o magro arqueiro saiu da floresta e adentrou a área aberta tranquilamente - admito que você é inteligente, mas como havia dito, sei de sua fraqueza, tenho uma aljava com flexas elétricas até a boca e sei o que a energia faz com esse metal, me dê a esfera e talvez eu seja benevolente.


Kendall agora sabia que não se tratava de um blef, de fato ele corria perigo, se fosse atingido por tantas flexas elétricas o metal se desestabilizaria e as consquências disso eram imprevisíveis.


- Bom caro amigo, se acha que vai me vencer sem dificuldades está enganado.


O mago deu um grande salto e correu em direção ao seu adversário. Este puxou as flexas elétricas e disparou várias vezes com o arco composto, as que acertaram foram freiando o mago, pois as descargas elétricas passavam pela armadura e o atingiam. Espertamente, como não conseguia se aproximar mais, o mago esticou o braço dilatando, como um chicote agarrou o arqueiro e o puxou para si. Desperado e sem saída o arqueiro virou a aljava em cima do mago e centenas de flexas caíram sobre ele, a enorme descarga atingiu os dois inimigos e ambos foram fritados.


Depois de um tempo desarcordado Kendall abriu os olhos, seu inimigo havia acordado primeiro e rastejava com uma faca nas mãos, Kendall não podia mecher o corpo, estava sem sua armadura, ela se retraiu como luva e ela não o obedecia, com certeza pela instabilidade energética. Kendall focou o que restava de sua Essência na luva, mas tudo o que ela pode fazer foi regenerar os tecidos do braço esquerdo, agora ele tinha ao menos um membro do corpo para se defender.


Seu algoz finalmente chegou e quando alçoou a faca para matá-lo, Kendall a aparou com a luva, os dois lutavam por suas vidas com tudo o que tinham, Kendall usava o resto de suas forças para afastar a faca que mirava seu rosto. As forças de Kendall pareciam se esgotar primeiro, as descargas elétricas lhe foram mais cruéis por causa da armadura de ferro condutora. Kendall não aguentou mais e a faca ia lhe atingir.


Em um piscar de olhos um gigantesco machado encravou na cravícola do arqueiro arremeçando-o longe de Kendall, este apenas viu uma figura medonha e imensa ir em sua direção, antes da vista escurecer.


 


Julius Vitrik adentrou o quarto onde estava Kendall.


- Bom dia mago, que vigor você tem, sua melhora em três dias equivaleu à de duas semanas - falou o grandalhão num tom amistoso.


- Não sou tão fraco como pensa General... - o rosto ainda inchado carregava um sorriso de canto de boca - mas me diga, porque me salvou? Não somos amigos, somos quase..... inimigos....


- Me responda primeiro o que você quer fazer com a energia das esferas se elas forem uma fonte poderosa de energia e então te respondo esta pergunta.


- Meu intuito General é audacioso, quero acabar com a guerra e de uma vez por todas....


- Como imaginei seu motivo é nobre. A verdade é que em nossos tempos, não devemos confiar em ninguém, você sabe... mas em seu olhar não encontrei ganância, suas palavras continham boa vontade e transparência, por isso o salvei. Eu sabia que haviam espiões e traidores por perto, por isso ainda assim duvidei de você, te observei e vi que não era você o real inimigo, mas ela estava mais perto do que imaginei, o Cabo Gybeon foi preso, ele era um agente infiltrado pertencente a uma organizão interreinar que pretende controlar as maiores fontes de energia, existem magos e arqueiros como aquele que te atacou, talvez por isso ele saiba de seus segredos, eles são uma rede poderosa que está infiltrada até nas altas patentes dos três Reinos.


- Pelo visto minha luta será em vão, a guerra logo explodirá, e o pelos mesmos motivos... a ganância e o acúmulo de poder... - disse o mago seriamente.


- Não, não será em vão, agora posso saber em quem posso confiar e você também.... mas agora outra coisa me preocupa Kendall....


- O que é Julius?


- Quando você chegou a este quarto, vimos sua forma horrenda e foi difícil te controlar, o que é aquilo?


- Este é o preço por viver desde a última guerra caro General...


- Como??? A última guerra tem quase cem anos Kendall!


- O senhor esquece que sou um Alquimista, existem poções que aumentam a longevidade humana. Mas o principal é este metal, ele vive em mim General, e como um metal demora a ser gasto, eu também demoro a envelhecer...


- Como testaram isso sem sabermos? Vocês são monstros, usaram cobaias?! - Julius se enchia de indignação.


- Eu sou a cobaia! Eu me ofereci General, nunca abusaria da humanidade que defendo, a guerra mata três nações irmãs, a sede por poder nos mata!


Julius observou o mago em silêncio por alguns instantes e balançou a cabeça, sorrindo.


- Me sinto envergonhado por duvidar de suas boas intenções Kendall, você é um Mago de verdade....


 


 



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Autor(a): Felipe_paladino

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • ib_vondy Postado em 27/08/2014 - 18:20:53

    '' Esse soldadinho está testando minha paciência'' aushuashuashua:)!! Cheguei u.u! Posta mais*-*!!!! Mds... Quero ler^o^!!


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