Fanfic: Não estou sozinho! | Tema: Original
Bubble Gum é uma francesa, rica, sem problemas aparentes, nascida no luxo e que atualmente vive dos problemas das pessoas, tentando recupera-las, não o estado físico mas sim suas almas, almas aquelas acabadas, destruídas por dores, preconceitos, amarguras e podridão que a sociedade banha e vem se banhando.
Ela possui um pequeno Blog no qual diariamente posta frases incentivadores para jovens e pede para que eles desabafem seus problemas e durante dois meses manteve contato com Gabriel, um jovem negro que sofre de racismo pela cor de sua pele.
Bubble esbarrou acidentalmente na sua xícara de cafe nesta manha enquanto tentava ler seu e-mail recém chegado, ela ainda não havia lido mais sabia que tinha vindo de Gabriel, um dos jovens pela qual ela mais se preocupa, pegou um pano semi-branco na cozinha, havia algumas manchas marrons nele, provavelmente de outros acidentes como o desta manha, desdenhou sua mão suavemente acompanhada com o pano na mais fina madeira de sua mesa do escritório aonde se apoiava o Notebook e a mancha enorme de café, a madeira era tão nova que se chegasse perto podia se ouvir a selva de onde ela teria vindo.
Após ter tudo limpo. Bubble sentou-se na cadeira e apreensiva abriu o e-mail, ela queria saber logo o que era.
" Olá grande amiga,
Seu blog vem servindo de grande inspiração para mim nos últimos tempos e as nossas conversas por e-mail sempre me deixam muito feliz e cheio de esperança, mas as coisas tem piorado demais, semana passada meus pais adotivos disseram na minha cara que não queriam adotar um Preto como eu, mas que foram "forçados" para não estragar a reputação deles como uma família livre de preconceitos, afinal, são líderes de partidos políticos pelas esquerdas.
Ontem no colégio particular, percebi novamente que sou o único negro e talvez por eu ser exceção que eles me tratam tão mal, mas as coisas realmente saíram do controle, Sabe aquela menina, Lila Mix? filha dos maiores comerciantes da cidade? então, ela deu uns trocados para alguns rapazes e eles me agrediram, juntamente com o Rodrigues, namorado dela, estou morrendo de dores na barriga, mas o pior não foi a agressão, estou acostumado à isso, o problema foi ter de escutar o que todos pensam de mim enquanto me batiam "PRETO PRETO PRETO PRETO" e ninguém me ajudou, agradeço por tudo, mas acho que está na hora de eu ir morar no céu, com quem me fez e perguntar o porque, porque de eu ter nascido desta cor, esta cor que me fez sofrer, perguntar o porque eu não tive a chance de escolher, eu daria tudo por ser igual a todos os brancos, TUDO, mas é tarde demais, eu te amo amiga, muito obrigado por tudo"
Após ter escutado isso, Bubble indignada e com lágrimas nos olhos pegou seu telefone, ela queria salvar a vida do seu amigo que por raios morava em Minas Gerais e ela em São Paulo. Por sorte ela tinha uma amiga em Minas , chamada Sophia, ela era uma delegada exemplar, e conseguia resolver cem porcento dos casos que pegava, porém, sofria muito preconceito e inveja por seus atos considerados feitos para Homens.
O celular chamou, chamou, chamou e em mais um brusco toque se interrompeu ao silêncio, ela havia atendido a chamada.
- Sophia? Sophia é você? - Estava desesperada, chorando e com uma das mãos apiadas a testa - Aqui é a Bubble, amiga, ham, preciso de você, tenho um amigo que vai tentar um suicídio.
- Pera Bubble, me conte essa história direito e com calma, precisamos que você relaxe para que eu possa te ajudar.
- Tenho um amigo chamado Gabriel que sofre de racismo - tentou se acalmar mas estava gaguejando - preciso que você procure por ele, ele vai tentar suicídio porque foi agredido.
- Preciso de um enderenço, alguma pista, você pode ajudar - disse Sophia entrando em estado de nervos - Não Sophia pera, chegou um caso aqui na delegacia agora, vou ir pessoalmente, geralmente são guardas que cumprem esse papel, mas é que um menino negro se jogou na frente de um carro na Avenida Rio Branco agora pela manhã, pode ter alguma conexão, eu te ligo para mais detalhes preciso ir, fique bem.
E o tempo passou, passou como um rio que vem e volta de forma lenta e inesperada, Bubble entrelaçou as mãos nos cabelos, sentou-se na poltrona e até chegou a se ajoelhar no chão, ela estava não somente tensa, ela estava triste, profundamente triste.
Passaram-se quarenta minutos e nenhuma movimentação foi feita, ou alguma palavra dita, ela se recusava a levantar-se da poltrona, como seres humanos podem ser tão nojentos? chegou a se perguntar, Bubble era jovem estava no auge dos seus vinte e seis anos, não mais que isso.
O telefone dela tocou, Bubble deixou que sua mão ficasse ali em cima do telefone por alguns segundos, tentou se recompor emocionalmente e disse:
- Casa dos Gum, posso ajudar? - tentava recompor a pose.
- Bubble - era Sophia, estava em tom triste - o menino que achamos se chamava Gabriel Miyamoto, estava escrito em sua identidade, é ele o seu garoto?
Bubble desabou, caiu ao chão e soltou um grito espremido, ela amava o menino, tinha tanto para viver, morreu com apenas treze anos, um sentimento de raiva subiu em sua mente enquanto ecoava um "Você está bem?... Bub??... você está ai??" vindo de Sophia.
Ela então ainda no chão, disse em tom de raiva e amargura
- Ninguém irá passar por isso novamente!
Autor(a): viniciusssss
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