Fanfic: Divagações de Um Adolescente Revoltado | Tema: Colegial, Comédia, Jornal, Loucuras

Já houve um dia em que você acordou e parou para pensar o quanto sua vida é patética? Não? Pois comigo sim. Numa nublada manhã de primavera (isso mesmo, nada de flores magníficas desabrochando ou essa palhaçada toda) eu acordei sem precisar que o meu despertador tocasse. Só abri meus olhos e fiquei uns bons minutos olhando para o teto e pensando na minha vida, que era nada menos que um eterno ciclo de ações que eu repetia todos os dias. Funcionava assim: meu despertador tocava, eu abria os olhos, mas não levantava da cama o que fazia minha mãe vir aos berros me chamar para que eu não me atrasasse para a escola. Depois disso, aos trancos e barrancos eu tomava um banho de gato (já que eu sempre esquecia de ligar a água quente) e me arrastava até a cozinha para um café da manhã em família, meu pai na cabeceira da mesa lendo o jornal, minha mãe bradando para a minha irmã Emily não conversar de boca cheia e eu, calado comendo uma torrada quente e bebendo um suco de alguma fruta que eu nem identificava devido ao meu torpor matinal.

Ao chegar na escola a coisa só piorava; eu tinha que aguentar horas de aulas tentando me adaptar ao humor de cada professor; o nervosismo do professor de matemática, a apatia da professora de inglês, os tiques nervosos da professora de história ou pior os ataques de “fofura” da professora de biologia que quer tratar os alunos como se fossem seus filhos apesar de não ter mais idade de ter filhos adolescentes, Provavelmente você já deve ter tido um professor assim e sabe o quanto é difícil bancar o camaleão e tentar não ser odiado por nenhum deles, porque você sabe que não tem nada pior do que ter um professor que não vai com a sua cara. A criatura de persegue o tempo, procurando o mínimo erro para poder de crucificar.

Bom, você deve estar pensando que eu sou algum deslocado que não tem amigos e nem nada melhor para fazer e que resolveu falar um monte de baboseiras. Em parte você tem razão, quer dizer, eu tenho amigos, bons amigos para ser honesto, digo que tem razão na parte do deslocado que não tem nada para fazer. Chocados pela minha honestidade? Não fique. Quem não é deslocado nos dias de hoje? Todo mundo é, mesmo que não admita. mundo está sempre procurando mudar para tornar-se parte desse mundo. Ler os livros na lista dos dez mais, usar a cor que é a tendência da estação, ouvir a “música do ano” etc. Vai me dizer que nunca ficou constrangido quando alguém comentou algo sobre aquela banda que está em alta e você não soube o que dizer por que não conhecia? É claro que ficou. Afinal quem quer pagar de desinformado?

Voltando a minha rotina, depois da escola eu volto para casa e ajudo minha irmã com o dever de casa e depois passo o resto do dia completamente apagado esperando o despertador tocar na manhã seguinte só para fazer todo novamente. Claro que às vezes eu saio por aí para um programa com os amigos, assisto a NBA e até paquero uma garota o outra e tudo mas, não passa disso. Sem nada de novo nada que me faça sentir... sei lá diferente, energizado.

Mas ontem, algo diferente aconteceu. Não eu não conheci uma garota linda, nem comecei a falar com mortos, nem fui atacado por um lobisomem. Nada disso, eu apenas vi no mural do colégio que a equipe do jornal da escola está desfalcada e que precisam de um novo jornalista. Você não pode ter visto nada de especial nisso mas eu vi uma oportunidade única e não pensei duas vezes antes de me oferecer para o cargo.

Estava na hora de Scott Bradley ter voz e vez.Iria quebrar os alicerces, transformar o meu mundo e o de tantas pessoas afundadas na mediocridade tanto quanto eu. Daquele dia em diante não seriam apenas divagações, seriam fatos. Não acredita? Deveria, pois as palavras tem poder meus caros, muito poder...