Fanfic: Olá, Coração! | Tema: Ponny, RBD

México, 23 de março de 2011. - Anahí

Eu acordei abruptamente me pondo sentada em minha cama. Minha respiração era agitada e meu peito subia e descia freneticamente. Eu levei uma mão até minha testa e percebi que estava úmida. 
- céus...- eu tive um pesadelo. Na verdade, aquele pesadelo já era conhecido por mim, só que dessa vez viera mais intenso. Eu estava no farol com ele, mas já éramos adultos. E nos despedíamos da mesma forma, só que dessa vez para sempre. Eu fechei meus olhos e os apertei como se quisesse apagar aquelas imagens de minha mente. Eu não estava pronta para vê-lo. Eu não poderia. Quando mamãe fez questão de vir a minha casa ontem para contar a grande novidade eu já devia ter percebido que não era boa coisa. Hoje seria o jantar em sua casa, o jantar em que os convidados de honra seriam a família Herrera. Não. Eu não poderia ir. Eu dissera a ela que iria pensar sobre o assunto, mas agora eu tinha tomado minha decisão. Eu não iria a jantar nenhum. Levantei de minha cama e fui até o closet de meu quarto. Liguei a luz e me dirigi ao final dele, agachando para pegar a enorme caixa que ficara escondida entre tantas roupas. A trouxe comigo e me sentei em minha cama novamente. Eu tinha me livrado daquele vicio frenético de ir ao encontro dessa caixa pelo menos uma vez ao dia. Na verdade, me sentia curada. Mas a vontade batera em mim de tal forma que fora inevitável superar. Para controlar minha ansiedade em não reviver o passado eu tinha começado a fumar e agora, simplesmente, além de fumar, o passado se infiltrava novamente em minha vida. Dois vícios que não me faziam bem. Abri a caixa e a primeira coisa que vi foi à camiseta velha dobrada.

- essa é minha favorita! Posso dormir com ela todas as noites de minha vida... 
- sem lavar? Que porquinha...- eu revirei os olhos com o comentário dele - fique com ela! E quando vesti-la pense em mim em seus sonhos...

Era como se pudesse ouvir sua voz rouca ao pé de meu ouvido. Como uma adolescente boba a peguei em minhas mãos e levei até o nariz. É claro que o cheiro dele já não estava mais lá, mas ainda sim, se eu me esforçasse eu podia sentir. Talvez fosse psicológico, porque me lembrava perfeitamente bem do seu perfume amadeirado e forte. Eu suspirei e voltei minha atenção ao resto da caixa. Centenas de fotos, desenhos que ele fazia, a maioria retratos meus, tíquetes de passeios e ingressos rasgados de cinemas e teatros. Folhas secas de flores que ainda exalavam um suave perfume e a corrente de prata com o pingente de estrela. 

- por que uma estrela? - eu segurava o pingente enquanto ele terminava de fechar a corrente em meu pescoço. Ele deu a volta em meu corpo e encarou meus olhos sorrindo. Aquele sorriso que eu amava.
- porque por mais distante que você esteja de mim, consigo ver seu brilho de qualquer lugar...- e eu sorri abertamente.

Sorri ao abrir os olhos. Coloquei a corrente em meu pescoço. Toquei levemente nela e mordi meus lábios. Será que ele tinha lembranças tão fortes quanto eu? Será que tudo era tão vívido para ele, quanto era para mim? Eu não poderia me iludir. Vi o bolo de cartas preso por um elástico. Cartas que voltaram, pois no começo da viagem a Londres a família Herrera vivia se mudando e por isso não tinham um lugar fixo e, portanto as cartas voltavam ao remetente. É claro, nenhuma quarta fora entregue. Eu o culpo por termos perdido o contato, talvez essa seja a forma que encontrei para aliviar minha dor. Mas sei que no fundo, a maior culpa é minha. Alfonso conseguira manter certo contato com nossos amigos, e até seus pais com minha família. Mas nós dois, bem... Acho que acabamos por decidir que manter o contato fosse muito mais doloroso. Eu fechei a caixa e depositei novamente em seu lugar. 
Voltei para minha cama e dei por fim aquele dia dormiria até a hora que não conseguisse mais ficar na cama, a fim de afastar qualquer pensamento e lembrança e que assim fosse feito. Me obriguei a fechar os olhos e forçando-me após alguns minutos já me perdia na escuridão do sono.

 Gente, eles sempre se viram como amigos, SEMPRE! Ela não acha que foi abandonada, são outros os motivos dela e não quero matar ninguém kkkk