Fanfic: Olá, Coração! | Tema: Ponny, RBD

México, 23 de março de 2011- Anahí

A quem eu estava querendo enganar. Eu não conseguiria dormir. Eu não conseguiria fazer mais nada, sabendo que ele estava lá. Tão perto, tão dentro da minha vida. Eu precisava fugir daquilo. Mas ao contrário, na vez de fugir eu me via naquele lugar mais uma vez. Quantas vezes estivera ali. Sozinha. Quantas vezes me vira ali chorando, sonhando com sua volta. Pedindo aos céus que tudo fosse um pesadelo e que me despertassem daquilo e ali estava eu novamente. Encarando o mar em meio à escuridão. Em meio à única luz que iluminava aquela imensidão. A luz do farol. Eu sentia o vento frio tocar minha pele. Eu senti o cheiro de maresia entrar por minhas narinas. E mais do que tudo, eu consegui ver as lembranças inundando minha mente. Eu fechei os olhos e foi como se pudesse sentir a presença dele. Eu esfreguei meus braços por conta do frio. Estava na hora de voltar para casa, eu não me permitiria ficar ali me corroendo aos poucos, como fizera tantas vezes em meu passado. Eu suspirei fortemente e me virei para descer do farol. Meus olhos me enganaram por conta da escuridão e eu vi uma silhueta, próxima a mim. 
- quem está aí? - não ouve resposta. Eu dei mais alguns passos - olá! Perdão por estar aqui tão tarde... Eu só...Precisava vir, mas já estou indo...- eu falei para alguém, como se me explicasse. Talvez fosse o vigia. Eu não conseguia enxergar. Caminhei mais alguns passos em direção as escadas que davam na praia. Mas parei, assim que escutei aquela voz.
- não vá, Anjo. - meu coração acelerou. Minha respiração tornou-se completamente descompassada. Não era verdade. Eu conhecia aquela voz, perfeitamente. Mas eu estava ficando louca. Me virei e então eu consegui enxergar. Eu vi o homem que emitira aquela voz. Suas feições

Tomavam forma em meio à luz que o farol emitia. Eu caminhei em sua direção. Eu precisava checar se estava ou não em sã consciência. 
- Alfonso...- seu nome saiu de minha garganta como se um caco de vidro a cortasse por inteira. Sim, era ele. Sim, eu estava parada diante dele. 
- Anahí...- ele falou meu nome suavemente. E eu estremeci. Minhas pernas tornaram-se moles e eu levei uma mão até a boca. Ele caminhou até mim e parou em minha frente. Estávamos ali, em meio ao Farol novamente. Meus olhos moviam-se freneticamente tentando acreditar no que viam e então eles embaçaram. Estavam tomados de lágrimas.
- Poncho, eu... É você? Oh...- eu já não sabia o que estava fazendo. Sem pensar me joguei em seus braços. As lagrimas desciam por meus olhos freneticamente e eu simplesmente não conseguia controlar cada uma delas. Envolvi seu pescoço e constatei que sim, era Alfonso. Seu cheiro invadiu minhas narinas. Encostei meu rosto em seu pescoço, enquanto o apertava. Sua pele quente me fez arrepiar. 
- Anjo. Não posso acreditar. Como senti sua falta...- sua voz saíra rouca e embargada. Eu podia jurar que ele também se emocionara. Eu sentia suas mãos em meus cabelos e seu rosto enterrado nele. E a única coisa que eu pedia aos céus naquele momento, é que se fosse um sonho, para não me acordar. Nunca mais. 
...

México, 23 de março de 2011 - Alfonso
...
Eu demorei para perceber que aquilo realmente estava acontecendo. Quando eu vira a sombra de uma mulher em meio ao Farol, eu senti em meu coração que não seria qualquer pessoa. E eu estava certo. Era Anahí. A minha pequena, o meu anjo. E agora ela estava ali, em meus braços. Com o mesmo cheiro doce, com a mesma pele quente. Com o mesmo corpo que se encaixa perfeitamente em meu abraço. Eu sentia suas lagrimas em minha pele, e ao mesmo tempo sentia as minhas que insistiam em descer. Eu a apertava, como se não quisesse que escapasse nunca mais.

- poncho... É um sonho? - ela me perguntou. Foi então que eu respirei fundo e soltei minhas mãos de seu corpo, para tocar em seu rosto e fazer com que me encarasse.
- não Anny, eu estou aqui. Estou aqui com você. - ela então sorriu. Ela sorriu e meu mundo congelou. Aquela felicidade voltou para mim. Aquela alegria e principalmente o meu vazio fora preenchido ao ver aquela imagem diante de mim. Seus olhos azuis me encaravam. E eu sorri, simplesmente, sem ao menos me conter por um segundo. Ela encostou sua testa na minha, como sempre fizera.
- eu senti saudades. Não. - ela riu - saudades é muito pouco. Não existe nenhuma palavra para explicar o que senti...- eu assenti freneticamente.
- eu sei exatamente do que esta falando - eu fechei os olhos, ainda segurando seu rosto entre minhas mãos. - me perdoa...Me perdoa anjo...- ela então pôs seus dedos levemente em meus lábios.
- não fala nada. Só me abraça...- e quando ela disse essa frase. A mesma frase de anos atrás, que vivemos no mesmo lugar, eu simplesmente a abracei com toda força que podia. E eu a ouvi sussurrar - eu já não tenho mais medo...- e eu sentia em meu coração que meu mundo voltara a ter cor. Que agora, tudo se encaixava. Tudo estava no lugar novamente.

Beijos, até amanhã e comentem!