Fanfic: Olá, Coração! | Tema: Ponny, RBD

México, 24 de março de 2011 - Anahí 
...
Tudo bem, ele não vai vir. Burra, burra, burra! É isso que eu sou. Eu olhei no relógio. 10 minutos de atraso. É, ele não vem. Eu respirei fundo. Coragem Anahí, o que você pensou? Era um sonho e agora você esta acordando dele. Peguei minha bolsa decidida e caminhei para a saída do restaurante. Eu abri a porta com pressa e de repente esbarrei em alguém.
- desculpa! - eu olhei pra cima e então encontrei aqueles olhos verde oliva encantadores. Ele sorriu - Alfonso...
- a onde estava indo com tanta pressa, anjo? - ele me segurou pelo cotovelo.
- eu... Eu... Vim fumar... - eu falei por fim e dei de ombros. Eu não poderia contar que estava indo embora porque achava que ele tinha me dado um bolo. 
- você fuma? - ele arqueou uma sobrancelha. Eu mordi minha bochecha.

- infelizmente. Eu na verdade tinha parado, mas... - voltei por causa de você. Não. Não poderia dizer isso. - não resisti. Esse vicio maldito! - dei de ombros mais uma vez para mostrar casualidade. 
- eu também fumo. Comecei desde quando fui embora... - seu sorriso se desfez e eu vi a tristeza em seus olhos - se importa se eu te acompanhar?- eu neguei freneticamente - depois voltamos para almoçar... Vamos dar uma volta no parque primeiro...- ele então pegou em minha mão e saiu me puxando. Seu toque era quente e me fez sorrir. Em menos de 5 minutos caminhando já entravamos no grande parque aberto e acendíamos um cigarro. O silencio pairou sobre nós. Eu traguei calmamente e então soltei a fumaça devagar até tomar coragem para falar. 
- o que te trouxe de volta? - eu perguntei de súbito e ele então parou de caminhar e me encarou. 
- eu nunca quis ir... Você sabe disso. - eu também parei e o olhei.
- sim, mas você foi e não voltou. Nem mesmo quando já tinha idade suficiente para tomar suas próprias decisões. - eu o vi suspirar e então seus passos retomaram, assim como os meus. Eu o vi tragar seu cigarro, mais uma vez.
- eu fiz de tudo para voltar. Meus dias eram infernais, eu não conseguia fazer nada. Não estudava, não comia direito. Terminei muito mal o terceiro ano do colégio. Eu só conseguia rezar para que a noite chegasse e eu pudesse escutar a sua voz. Eu pensava que isso me fazia melhor, mas não... Era cada dia pior. Escutar você, sua tristeza, acabava com meu coração... - ele suspirou e eu sabia exatamente do que ele falava - eu só tinha 17 anos, por deus! Eu não conseguia entender o tamanho de tudo aquilo... Mas eu estava determinado a voltar. Eu faria de tudo, só para estar aqui novamente. Só para... Estar com você... - eu parei e ele fez o mesmo. Nós nos encaramos - e aí... Um belo dia eu ligo para sua casa e sua mãe me diz que suas malas estão prontas. Que você esta indo para nova York. Eu fiquei despedaçado. Aquilo significava pra mim que você não me queria mais em sua vida...E doeu.

Doeu muito, anjo. - meus olhos começaram a ficar embaçados. O cigarro em minha mão queimava sem nem ao menos eu conseguir tragar uma única vez - eu tentei te enviar cartas, mas não tinha seu endereço em Nova York e obviamente elas voltavam. E eu simplesmente, desisti depois de um tempo. Se você não me queria mais em sua vida, que fosse assim. Eu só queria sua felicidade Anahí. Sempre foi esse o meu desejo...- eu deixei meu cigarro cair no chão e uma lagrima grossa caiu por minha face.
- poncho...Eu...Doía muito. Eu pensei que você iria me entender... Eu já não podia mais. Éramos muito novos e eu também não tinha dimensão de tudo aquilo. Ouvir sua voz pelo telefone e não poder te abraçar... Não sentir o calor do seu corpo. Não ver o seu sorriso...- eu apertei os olhos - eu estava em depressão. Não sabia mais o que fazer... E quando meus pais sugeriram o intercambio eu só pensei que era o melhor. Para mim e para você. Pensei que se seguíssemos nossas vidas, uma hora a dor ia passar e não sentiríamos mais falta um do outro... - ele então jogou o seu cigarro no chão e aproximou-se de mim. Sua mão tocou meu rosto e eu fechei os olhos por um instante com sua caricia.
- e a dor passou? - sua voz saiu rouca e eu encarei seus olhos.
- ela só aumentou. E depois eu não sentia só dor. Sentia raiva, magoa...Sentia coisas horríveis. Eu tinha desistido de você... E você de mim. E saber que você ainda entrava em contato com nossos amigos e nossos pais ainda se falavam, mesmo que esporadicamente só fazia todo esse misto de sentimentos ruins dentro de mim aumentar. Parecia que você estava feliz longe de mim e que minha vida sempre permanecia vazia sem você...- ele então me puxou para um abraço forte e eu segurei sua cintura com toda força que podia. - você não pode ir embora. Nunca mais... 
- você ainda sente raiva de mim? - eu voltei a mirar seu rosto e sorri.

- não eram sentimentos verdadeiros Pon...Eu mentia para mim mesma para evitar a minha dor. Para criar uma barreira entre nós. Eu não queria escutar seu nome, não queria saber de nada relacionado a você para que eu não desmoronasse de novo. Porque é isso que acontece quando você não esta comigo... Eu desmorono. Eu caio. - ele encostou nossas testas do jeito que fazíamos antigamente. 
- meu farol... - Ele sorriu 
- minha respiração... - eu sorri - me perdoa...
- nós não temos que nos perdoar. Nós crescemos com tudo isso e acho que agora podemos recomeçar. Podemos escrever uma nova historia...Novamente aqui. De onde paramos...- eu peguei em suas mãos.
- sim... Novamente aqui.

Não gosto de instigar raiva, mas vocês terão raiva de alguém kk

Beijos, comentem e até amanhã!