Fanfic: Olá, Coração! | Tema: Ponny, RBD

Por que você simplesmente diz que não vai ? - meus olhos já enxergavam embaçado os traços do rosto dele.
-Eu adoraria que fosse fácil assim, anjo. Eu adoraria dizer simplesmente que não vou. E realmente poder não ir. - eu sentia minha garganta fechada. Nós estávamos no farol. Talvez a ultima vez que estaríamos juntos, naquele lugar que julgávamos ser tão nosso.
-Eu vou com você ! - falei de súbito. Eu não podia o perder. Não podia o perder dessa maneira. Tão inútil. Tão ridícula.
-Eu adoraria. Seria muito mais simples. Você não pode largar tudo assim, por mim.
- você é meu melhor amigo. É a pessoa que mais confio no mundo inteiro. Você é a minha respiração. - as lágrimas caiam sem parar. Eu já não as podia controlar. Não tinhas forças para isso. - sem você, não posso viver. A cada segundo que respiro, penso em você. Eu preciso de você. Você é meu ar.
- se eu sou sua respiração , então você é o meu Farol. - ele soltou o ar dos pulmões - você me ilumina, você me guia. É você quem me dá segurança, quem me protege e me mostra o caminho. Como seguirei o meu caminho sem o meu Farol , mostrando a direção que devo seguir? - eu o abracei. O abracei com toda a força que podia. E senti seus braços contornarem meu corpo. - Just Breathe, e toda vez que respirarmos pensaremos um no outro. Será impossível nos esquecermos. - eu ri de leve, em meio a lágrimas
- a cada segundo, a cada dia. A cada respiração. A cada luz que invadir seus olhos. Você é a minha respiração e eu sou seu Farol. Para sempre!

.- para sempre - ele sussurrou em meus ouvidos e eu senti meu corpo arrepiar. Eu senti meu chão desmoronar. Eu senti minha vida perder a direção naquele segundo.

Acordei de súbito, sentando na cama. Passei as mãos por meus cabelos. de novo eu estava tendo aquele pesadelo. Respirei fundo e olhei para meu pulso. Breathe . Passei a mão por minha tatuagem e senti meu corpo ter um calafrio repentino. Depois de tantos anos, por que agora tudo voltara em minha mente ? Especialmente nesses últimos dias. Todas as noites sonhava com aquela cena. Sonhava com a nossa despedida. Eu não o via a quase 8 anos e tudo parecia tão recente. As imagens sempre voltavam. Como ondas. Eram nítidas, eram fortes e faziam meu corpo estremecer. Eu não queria mais pensar nisso. Tentei bloquear por anos tudo o que havia vivido e depois de muito tempo eu pensara que realmente tinha conseguido isso. Talvez eu estivesse errada. Eu não queria me permitir a pensar nisso. Não depois de ter superado tudo que passei sem ele. Não depois de ter finalmente aceitado sua partida. Não depois de ter vivido sem o meu melhor amigo ao meu lado durante anos. Não depois de ter percebido que Alfonso já não fazia mais parte de mim. 
Seu nome ecoava em minha cabeça. Quantas noites chorei. Quantos dias sobrevivi, porque viver não era uma opção para mim. E agora ele voltava a me assombrar em sonhos. Seu lugar sempre fora mantido em meu coração, mas a luz, aquela luz do lugar que ele preenchia estava apagada. E fui eu mesma quem apertei o interruptor.