Fanfic: Eternal- Parte 1 | Tema: Monstros

‘’ Flashes daquela noite me perturbam, nunca me senti tão perto do que é o sentimento humano, há muito tempo esqueci-me das fraquezas, das limitações, do único, do tempo, havia me esquecido do medo, até sentir o cheiro dela, me esqueci a dor da perda, apesar de eu ser pertencente às trevas, vi um feixe de luz, uma nova visão sobre tudo a qual nunca tive, que viver está muito além das limitações de qualquer realidade ou universo, apenas em um olhar a sua vida pode começar ou terminar... ’’

            Era mais um show, mais um dia, Bruce estava em um pub luxuoso em Londres, como seu Martini na mão observava as conversas e as pessoas a sua volta, porém seus pensamentos estavam longes e tristes, seu colega vira ao lado e o indaga.

            -Tá tudo bem kara? – Bruce dá um gole e assenti um pouco sonolento.

            -Ah nada demais não, estou um pouco cansando... – Seu amigo solta uma risada alta e dá uma tapa em suas costas.

            - Você?  Até doente eu acredito, mas, cansado nunca- Continua rindo- É sério conta o tá rolando... -Bruce olha de lado pra ele, bufa.

            - Ahn, nada demais, alguns problemas pessoais, mas tá tudo bem... – Ele vira em silêncio e toma mais um gole. Seu amigo observa mais de perto e franze os olhos.

- É mulher né? – Bruce revira os olhos, e balançando a cabeça.

- Não...

-Ah sabia, esse seu olhar é mulher sim...

- Não kara.

- Ah eu sabia! Você tá apaixonado, ai meu Deus! – Ele cai em risada. Bruce fica sem reação e sua face se enrijece.

- Não enche Charlie...

- Não acredito mesmo que você, o kara mais garanhão que conheci ter sido fisgado.

- Charlie para, por favor. - Bruce aperta o copo, Charlie continua rindo e segura o ombro de Bruce.

- Ah me conta, deve ser muito gostosa, qual é o tamanho dos peitos?

- Charlie, para.- Os olhos de Bruce escurecem.

- Para você Bruce, tó só apenas perguntando o nome da vadia, caralho. – Charlie estava alto, Bruce aperta o copo e acaba rachando.

- Dá um tempo Charlie. – Bruce levanta bruscamente da mesa e saia para os fundos do bar, anda rápido, sua veia está saltando de raiva e sua fome estava no ápice, seus pensamentos estavam apenas se concentrando em ir embora, flashes voltam, murmuram e perturbam, o rosto dela aparece, e não para, Bruce põe as mãos na cabeça e puxa seus cabelos,ele encosta na parede escura e gelada, os seus punhos estavam cerrados, sua consciência estava se perdendo e sua sede aumentando, alguém puxa seu ombro.

- Qual é Bruce? Tá doido? – Bruce olha com seus olhos escuros e seus dentes a mostra.

- Falei pra você me dar um tempo Charlie.

- Qual nome dessa vagabunda? O que deu em você? – Bruce afundou a mão no pescoço de Charlie e o ergueu no alto e bateu na parede, Charlie estava sem ar e tentava tirar a mão do vampiro, Bruce aproximou perto da sua face e sussurrou

- O que você disse dela? – Charlie ri e cospe na face de Bruce.

- Que ela é um monstro como você. – Então Bruce aperta mais o pescoço a ponto de ouvir os estalos dos ossos se quebrando.

- Ela é um anjo, mas ao meu respeito você acertou... – Os olhos de Charlie se estalam.

            Bruce estava sentado ao lado da sua refeição, ou o que sobrou dela, seu rosto e suas mãos estavam ensangüentadas, estava satisfeito fisicamente, mas mentalmente estava tão cansado quanto um mortal, sua mente estava distante, quantos erros e quantas escolhas erradas, apesar de seu coração não bater, sua consciência fazia o sentir dor, nunca tinha sentido tanto a falta de alguém, e desejava ser mortal só para ir vê-la, mas ao olhar para suas mãos lembrou o que era, e não podia dar essa vida a ela, ele fecha os olhos e bufa, levanta rapidamente e arrasta o corpo, a chuva estava forte e lavava o sangue da vitima, Bruce pegou um latão e colocou o corpo dentro, andou mais rápido que o vento e se dirigiu a ponte de Southwark e atirou o corpo no ¹ Tâmisa, e de novo numa leva de vento desapareceu na chuva.

            -  Tem certeza disso?

            - Absoluta. Preciso de um tempo pra resolver umas coisas...

            - Você vai atrás de uma coisa perigosa...

            - Olha, eu vou ficar bem, eu quero ver se isso é realmente possível.

            - Você anda muito estranho, parece que quer isso por algum motivo maior...

            - É apenas uma pesquisa, depois de uns dois meses estou de volta, até esperar arquivar o caso do Charlie e preciso tirar umas férias do Samsom, sinceramente também preciso rever isso, mas é uma coisa mais adiável...

            - Bom, seja o que você for fazer tome cuidado, você já tem experiência suficiente para saber onde se mete...

            -Fique tranqüilo amigo isso que eu pretendo fazer pode ser a escolha mais sensata que já fiz...

            - Ok, eu vou cuidar dos bens, vou mandar alguém fazer uma ronda nas suas propriedades, já tem lugar para ficar em Nova Iorque?

            - Ainda não, mas isso pode resolver durante a viagem, seu pagamento já estará amanhã na sua conta, se alguém perguntar diga que eu estou de férias e volto em breve.

            -Tudo bem, boa sorte na sua viagem, pelo seu semblante está satisfeito com sua escolha.

            - Você na faz idéia, até mais Phill.

‘’Estou aguardando no saguão meu vôo pra NYC, é madrugada, apenas empresários zumbis estão aqui ou funcionários de limpeza, deixo minhas costas relaxadas e fico aproximando o café em meus lábios e nas narinas para espantar o cheiro de sangue, já fiz isso tanta vezes que isso  já não é mais um disfarce e sim um costume, como está nevando lá fora, é provável que o vôo saia atrasado hoje, me sento e começo folhear algumas revistas de negócios, nada além do que já soubesse sobre empreendimentos, de repente alguém senta-se ao meu lado e sinto cheiro de morte...

            - Pensei que você estivesse em um algum pub nessa hora Bruce... – Me viro é Helena, era uma mulher desagradável... Ela me olha com cinismo.

- Tenho também meus compromissos, Helena. – Respondi com mesmo tom, ela me olha cética.

            - Ah então o Bruce é um homem atarefado, interessante- Ela cruza as pernas com sua saia cor vinho liso e segura as mãos apoiando-se apoios do assento, Helena por mais irritante, era uma mulher bonita, mas isso faz parte da nossa natureza. - Está indo aonde?- Estava começando a me irritar... – Porque você quer saber Helena? – Ela me olha com raiva.

- Bruce, arrogante e mesquinho como sempre...

- Helena chata e insuportável como sempre... – Seus olhos escurecem, Helena cruza os brancos e sua postura fica ereta, ela estava quase se expondo.

- Vou a Paris, para visitar a semana de moda, mas isso não é da sua classe. – Reviro os olhos com o comentário imbecil.

- Eu não perguntei nada para você e não estou interessado nos seus compromissos.

- Eu falo o que eu quiser seu idiota... – Me irritei com aquela vadia, levantei bruscamente e fui entrei em uma das lojas, Helena me segura no braço e balanço pra me soltar.

- Bruce para de se fazer ridículo, eu preciso te contar uma coisa.

- O que você quer Helena? - Disse com firmeza e minha paciência já estava no limite, de repente percebo o semblante de Helena mudando de enfurecida para agoniada, alguma coisa aconteceu.

- É a Rose... Ela desapareceu... – Fiquei em choque, de repente um flash na minha cabeça passa com as memórias de Rose, estava atordoado, larguei o braço de Helena e minha raiva se dissipou naquele momento, lembranças que havia deixado trancada a sete chaves prometendo que nunca mais abriria, naquele momento elas explodiram e grudando nos meus olhos, Rose, uma palavra que não queria mais lembrar, Helena estava atordoada, mas precisava saber o que aconteceu, antes eu saber dela do que de outras fontes duvidosas, cocei meu queixo e sai bruscamente da loja.

- Venha comigo- Helena abaixou a cabeça sem reclamar o que foi um milagre e me seguiu, teria que ser um lugar reservado onde terceiros não ouvissem nada, vi o ²Starbucks vazio e entrei, já estava com cappuccino deles, então fui até as mesas dos fundos, a loja estava deserta apenas os balconistas dormindo em cima da registradora, Helena senta na minha frente e coloca a mãos nas pernas, seus olhos estavam azuis claros, cara de choro, ela estava muda esperando minhas perguntas, bom tenho que fazê-las...

- O que aconteceu com ela? – Respirei fundo e joguei o braço na poltrona, Helena ainda estava rígida, a pele estava mais pálida que o seu normal com toda sua maquiagem falsa.

- Nós descobrimos isso ontem Bruce, mas acreditamos que ela esteja desaparecida há mais de uma semana...

- Porque vocês acham que ela sumiu em uma semana? Perguntei um pouco cético – É estranho vocês parentes dela tão próxima só souberem do sumiço dela em uma semana... – Ao contrário do que eu achava Helena não me olhou com raiva e sim com tristeza, fiquei intrigado.

- Tivemos uma briga há alguns meses, ela não queria que eu ficasse um mês na China.

- Por quê?

- Eles estavam fazendo vista grossa em investigações sobre o grande número de assassinatos por lá, você sabe o porquê, mas não estava nem aí, eu queria lançar minha grife, isso não era problema meu, mas você sabe como é a Rose- Helena pega um cigarro e  o ascende, ainda com hábito humanos – Ela é teimosa, então nós brigamos, eu fui com a minha amiga Carmen, por mais que doesse Rose tinha razão, quando fomos para China, foi horrível, havia muitos de nós lá, estávamos completamente expostos, tive que ficar dias sem beber para a polícia não suspeitar, mas Carmen não agüentava mais, ela estava muito fraca, - Helena começa a ficar mais nervosa- Um dia estava numa reunião e Carmen disse que queria ficar no quarto, mas eu sabia que ela ia sair, ela estava totalmente fora de si, quando voltei ela não estava mais lá... Fiquei desesperada, procurei em toda Pequim, quando no outro dia, um homem foi ao meu apartamento, ele era um imortal - Helena se pudesse ter chorado, teria naquela hora – Ela foi para um dos vilarejos e matou três pessoas, mas ela estava tão fora de si e distraída que os humanos a capturaram e... A mataram... – Helena abaixou a cabeça desnorteada – Então eu estava muito cansada de tudo aquilo, precisa ver minha família e a Rose, voltei e ai cheguei na casa dela, e ninguém estava lá,perguntei a humana que morava do lado dela, ela disse que tinha viajado naquela semana, então não sabia se Rose estava lá, mas antes viu Rose como sempre, entrei pelos fundo da casa e o lugar estava todo revirado. – Aquilo estava muito estranho, não era natural de Rose fazer isso, apenas faltava mais uma pergunta para concluir as minhas perguntas.

- Ninguém falou que iria algum lugar ou mesmo a Rose falou pra você naquele dia? – Helena balança bem claramente que não tinha nenhuma notícia sobre isso, coloquei as mãos sob a mesa e a fitei, com muita seriedade disse:

- Helena, Rose foi seqüestrada. – Helena ficou mais pálida que o normal.

- Eu já estava desconfiada, algo está errado, Bruce o que eu faço? - Helena já me olhou com ar que fosse de novo cãozinho a mercê dos Blazes, mas dessa vez não.

- Olha Helena, você sabe que não me simpatizo nem um pouco com você e sua família, a Rose é a única que posso dizer que tenho algum apreço pelo meu passado, mas se você está achando que vou ficar acobertando você ou virar o seu aliado, esqueça. Se eu tiver que falar a verdade ou entregar você não vou hesitar em fazer isso, por isso sugiro a você tomar bastante cuidado com que faz por ai, porque se foram a atrás da Rose, podem vir atrás de você- Helena me olha com raiva, agora ela voltou a vadia que eu conhecia.

- Eu também Bruce eu não quero nada de você, no passado já deixamos bem claro isso, mas Rose precisa da sua ajuda, não estou aqui por mim, sei me cuidar muito bem pro seu governo, eu só queria saber se você sabe quem foi o desgraçado que fez isso... – Passei a mão na boca e olhei para lâmpada, Helena é tão sem noção.

- Posso ter algumas idéias, mas eu não posso falar nada ainda, está tudo muito confuso ainda.

- Como assim? Você não vai me dizer?

- Helena, estamos em um lugar público esses tipos de assunto até os humanos sabem que não são discutidos assim, pelo amor de Deus! – Helena ficou boquiaberta e resmungou, já estava cansado daquela conversa mole, me levantei, e Helena me seguia depressa. – Helena eu tenho um vôo agora, eu vou atrás de informações se eu souber de algo te aviso ok?

- Tá, bom aqui não tenho mais nenhuma informação pra ser tirada mesmo. – Saímos no saguão ainda bem que o vôo dela era no outro portão.

- Some Helena. – Ela me olhou furiosa, e saiu bruscamente perto de mim mostrando o dedo pra mim, sem comentários...

            Já estava no vôo,a aeronave estava quase vazia e estávamos bem rápido,confesso que ainda estou atordoado com toda aquela história de Helena, parece que eu estava vivendo o meu passado, só me convencia que não estava lá pelo fato das minhas roupas e o local me faziam voltar ao presente temporal, parte de mim queria apenas deletar esse história e prosseguir com meu objetivo que tracei desde começo, mas por que eu sinto  o que eu estou buscando pode me dar uma pista?  Pode ser a resposta do sumiço da Rose? Ainda não confio nas palavras de Helena, ela já me traiu uma vez, porque não faria de novo?  A cada minuto mais perto dos ³Yankees, eu estava mais convencido que muitas segredos seriam revelados lá, agora a questão é não se elas serão boas ou ruins, mas os motivos delas, o mais importante que a resposta, é como foi feito a pergunta...’’

¹ Rio Tâmisa (em inglês: River Thames) é um rio do sul da Inglaterra que banha Oxford e Londres e desagua no mar do Norte. Com 346 km de extensão, nasce perto da aldeia de Kemble na região de Cotswolds e atravessa Oxford, Wallingford, Reading, Henley-on-Thames, Marlow, Maidenhead, Eton, Windsor e Londres.

Fonte: Wikipedia

² Starbucks é a empresa multinacional com a maior cadeia de cafeterias do mundo, tem sua sede em Seattle,EUA. A companhia teve seu nome inspirado em parte pelo personagem Starbuck do livro Moby Dick, e seu logotipo é um entalhe escandinavo do século XVI de uma sereia com duas caudas.

³A palavra’’ yankee’’, em português ianque, está relacionada com os Estados Unidos. Era originalmente remetida aos habitantes da Nova Inglaterra, localizada ao nordeste do país.

Fonte: Wilkpedia