Fanfics Brasil - Um Pequeno Problema de Comunicação O Duncan Sumiu - Histórias de Clarissa Fox

Fanfic: O Duncan Sumiu - Histórias de Clarissa Fox | Tema: Comédia, Aventura


Capítulo: Um Pequeno Problema de Comunicação

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Olá, meu nome é Clarissa Thomas Fox e moro no bairro das Tulipas. Você nunca deve ter ouvido falar de mim afinal, existem milhares de bairros das Tulipas cheios de meninas morenas de olhos verdes e algumas sardas exatamente como eu. Minha vida sempre foi cheia paradoxos e estranhamentos. Muitas vezes eu fui mal compreendida e julgada apenas por ser eu. Vida de criança é complicada né? E de adolescente então? Pior ainda...


Bom, só parei por aqui para dizer que desejo compartilhar com vocês alguns momentos relevantes da minha vida. O que vou contar-lhe agora aconteceu quando eu tinha treze anos. Foi a primeira vez que fiquei sozinha em casa e o meu primeiro grande engano, não meu exatamente, mas um engano de qualquer forma.


Foi assim...


Era um belo dia de sol quando o Duncan desapareceu, isso mesmo DE-SA-PA-RE-CEU. Inicialmente, fiquei desesperada imaginando o que poderia ter acontecido. Duncan era muito obediente e nunca sumiria por tanto tempo ainda mais sabendo que era dia de banho, ele adorava tomar banho!


Comecei a procurar pela vizinhança até encontrar a senhora Gibbs a maior fofoqueira do bairro das Tulipas. Uma criaturinha de olhar maldoso e língua mais maldosa ainda. Não era o tipo de pessoa a quem eu procuraria ajuda mas eu estava desesperado e talvez ela, uma bisbilhoteira de primeira soubesse algo do paradeiro de meu adorado Duncan. Então me aproximei cautelosa:


–Bom dia senhora Gibbs! – disse em alto e bom som.


Ela me olhou intrigada.


–Bom dia pequena Ginger(eu não sei porque ela me chamava assim). Algum problema? Parece preocupada.


Como uma boa bisbilhoteira é claro que a senhora Gibbs é boa observadora.


–Eu estou mesmo muito preocupada senhora Gibbs – respondi de voz trêmula – o Duncan sumiu!


–Sumiu! – disse ela espantada - tem certeza?


–Tenho certeza sim! – afirmei tentar engolir o choro preso na minha garganta – eu já o procurei em todo lugar e simplesmente não encontro! Tenho medo que tenha acontecido alguma coisa!


Ela passou a mão nos meus cabelos tentando me reconfortar.


–Tenha calma menina, não se desespere. Vamos dar uma volta no quarteirão, ele deve estar por aí.


Me senti melhor sabendo que tinha uma amiga para me ajudar, mesmo que uma amiga inesperada. Quem sabe com um adulto me ajudando as coisas não ficariam mais fáceis.


–Obrigada –disse emocionada.


–De nada menina. Seus pais estão em casa? – ela perguntou.


–Não, eles foram visitar tio Damon - respondi .


–Acho melhor avisarmos eles não?- sugeriu a idosa.


Arregalei meus olhos. Não! Meus pais não podiam saber disso, não ainda. Se soubessem iam ficar muito zangados com a minha falta de responsabilidade.


–Por favor, não conta para eles senhora Gibbs!! – implorei as lágrimas brotando do meu rosto .


–Mas isso é muito grave! Eles tem que saber! – insistiu a mulher.


–Vamos olhar no quarteirão primeiro! – pedi.


A contragosto ela aceitou o meu pedido e demos uma volta no quarteirão perguntando pelo desaparecido. Logo todos os nossos vizinhos já sabiam do sumiço do pequeno Duncan e até se disponibilizaram a ajudar a encontrá-lo. Não eram mais duas pessoas procurando, eram trinta.


Há essa altura, senhora Gibbs já tinha tentado avisar aos meus pais sem sucesso. O celular de ambos estavam desligados impedindo o nosso contado. Tentamos até mesmo o número do meu tio sem também conseguir nenhum resultado. Provavelmente ele estava com o telefone quebrado, o que eram um fato constante.


Gabriel Dalton,grande amigo do meu pai e nosso vizinho de dois metros de altura a quem todos conheciam como “agulhão” veio conversar comigo.


–Cissa, não se preocupe eu já chamei a polícia – disse ele com aquela voz de trovão – logo logo eles estarão aqui e vão encontrar o pequeno.


Fiquei muito aliviada e surpresa. Não esperava que as pessoas fossem tão solidárias comigo. Sinceramente, eu não achava que ninguém ia se importar em socorrer uma menina magricela em apuros por ter perdido seu melhor amigo.


Quando os policiais chegaram Aguilhão me chamou para ajudar na busca fornecendo informações que pudessem ser úteis. Eram dois policiais; um era bem gordo e o outro era bem velho com um enorme bigode que mais parecia um esquilo. O gordo foi logo dizendo:


–Bom menininha, precisamos que nos diga tudo que sabe. Qualquer coisa que nos dê alguma pista, um ponto inicial. Quando você se deu conta de que o garoto avia sumido?


Minhas sobrancelhas subiram. Como assim garoto? Era alguma gíria policial onde chamavam cães de garotos? Devia ser.


Dei de ombros e respondi


–Tem mais ou menos uma hora e meia senhor.


–Pode nos dar as características físicas dele? – perguntou o mais velho.


Respirei fundo e comecei a dizer as características de meu pobre Duncan.


–Ele tem um pelo branquinho, olhos castanhos bem claros, é um Shih Tzu muito fofinho e obediente.


Quando terminei de falar todos os meus vizinhos e os policiais me encaravam confusos. Pareciam que eu tinha falado em outra língua embora eu tenha certeza de eu tivesse falado português mesmo porque, eu não conhecia nenhuma outra língua.Nesse exato momento meus pais chegaram. Minha mãe, a senhora Alice Fox, com o meu irmão no colo e meu pai logo em seguida. Confuso com aquela aglomeração, ele se aproximou perguntando.


–Algum problema Cissa? (esse é o meu apelido)


–Papai! – corri para ele o abraçando – o Duncan sumiu!


–Que história é essa Cissa? Eu deixei o Duncan no pet shop, lembra?


–Um minutinho aí – disse o policial – alguém pode explicar o que está havendo! Não era um garoto que tinha desaparecido!


–Garoto? – perguntei – Não, foi meu cãozinho, o Duncan.


–Mas...- murmurou aguilhão atônito – Duncan não é o nome do seu irmão?


–É, mas também é o nome do meu cachorro – respondi calmamente.


–Espera um momento! – disse o policial velho furioso – esse circo todo foi por causa de um cachorro!


–Não é só um cachorro! – choraminguei – é o meu Duncan.


–Como seu pai já disse, - afirmou mamãe– eu deixei o cachorro no pet shop. Eu avisei a você Cissa.


–Avisou? quando?


–Não lembra que eu fui até o seu quarto mais cedo? – disse ela.


Foi então que me recordei. Minha mãe havia ido até o meu quarto e medito algo, mas eu estava com fones de ouvido e não escutara direito.


–Ahh! – disse envergonhada – é verdade.


–Então não sumiu ninguém? – indagou a senhora Gibbs.


–Não –respondeu meu pai.


Foi a maior algazarra. Todo mundo reclamando que tinha sido feito de bobo, enquanto minha mãe tentava acalmar os ânimos. Eu não entendia nada. A culpa não era minha, eles é que tinham entendido errado.


Depois de toda aquela confusão, meu pai ficou uma fera comigo e eu tive meus fones de ouvido confiscados. Sem falar que fiquei com a maior fama de maluca.


Esse foi o caso do sumiço de Duncan. Mas Duncan, o cachorro não meu irmãozinho Duncan.


A qualquer hora eu apareço para contar outro caso tá?



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Autor(a): Tynna

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