Fanfic: Adorável Mentirosa - AyA

Bem-vinda Narynha, post em sua homenagem!

Anahi franziu a testa, preocupada. Como tiraria suas roupas do hotel e telefonaria para Pedro, com Alfonso a seu lado? Para piorar, ele esperava vê-la entrar numa residência, mas ela não conhe­cia ninguém em Antibes.

—   E Patty? — ela perguntou. — Quero dizer, não podemos...

—   Levaremos Patty conosco. Não vamos demo­rar. — Ele olhou para o relógio de pulso. — Agora, se não se importa, tenho de trabalhar.

—   Claro.

—   Traga meu jantar aqui.

Any teve vontade de mandá-lo plantar bata­tas, mas mordeu o lábio. Sua chance de ser irre­verente viria mais tarde, quando publicasse a his­tória sobre o verdadeiro Alfonso Herrera.

Quando Any saiu do escritório de Alfonso, Henri descia a escada com Patty nos braços.

— Acho que está na hora de alimentar Patty, mademoiselle — ele declarou, entregando-lhe a
criança.

Any segurou o bebê nos braços.

— Antes de eu ir para casa, mademoiselle, pre­ciso lhe mostrar como operar o portão — Henri
falou.

Any seguiu-o, indo parar na cozinha. Era um local amplo, com uma grande mesa e armários de carvalho. Mais adiante, num balcão, dois mo­nitores mostravam o portão.

—   Aperte aqui e aqui — ele disse, apontando para um painel de controle. — Sempre pergunte quem é, antes de abrir o portão. Monsieur apenas deixa passar pessoas que têm hora marcada. Ele é um homem muito ocupado.

—   Eu sei.

Any estava consciente de que entrara na casa porque tivera muita sorte.

—  Eu vou embora. Feche o portão assim que eu sair — Henri declarou.

—  Você não mora aqui?

—  Não.

Aquela era uma boa notícia. Enquanto Alfonso trabalhava no escritório, Any conheceria a casa sem interrupções. Patty remexeu-se e balbuciou.

— É melhor eu alimentá-la — Any falou, sor­rindo e colocando a menina na cadeirinha própria para bebês.

Henri abriu a porta do armário.

— Encontrará aqui tudo o que precisa — disse. Any ficou aliviada ao ver muitos potes de comida para bebês.

—  Obrigada — agradeceu.

—  Agora eu vou, mademoiselle. Não se esqueça de fechar o portão.

—  Não esquecerei.

Henri parecia muito gentil, e ela lamentava ele não ter uma certa inclinação para indiscrições. Mas Cathy resolveu tentar mais uma vez.

—  O que você faz aqui? — indagou num tom de voz amigável.

—  Cuido do jardim, limpo a piscina. — Henri encolheu os ombros. — Mantenho a residência limpa.

—  Acha o monsieur Herrera um bom patrão?

—  Acho. Trabalho para ele há doze anos. Minha mulher também trabalhava aqui. — Henri fez uma pausa, e uma expressão de tristeza cobriu-lhe o rosto. — Sophie morreu há cinco meses.

—  Sinto muito.

Ele pousou a mão no ombro dela.

—    Trinta anos de casamento, e guardo boas lembranças — declarou. — Agora, tenho meus ne­tos e meu trabalho... Monsieur Herrera tem sido muito compreensivo. Ele sabe o que é amar e per­der a pessoa amada.

—    Sabe?

Antes que Any pudesse perguntar mais algu­ma coisa, Henri cortou o assunto e mostrou-se muito agitado.

— Já falei demais — ele murmurou, aproximando-se da porta. — Não se esqueça de fechar o portão.

Any observou-o partir, desapontada. Mais alguns segundos e teria conseguido saber um pouco mais sobre Pearce Tyrone. Quem ele ama­ra e perdera?