Fanfic: Adorável Mentirosa - AyA

— Tudo bem, srta. Portillo? — indagou.

Any levou alguns instantes para responder.

Saiu das sombras e tentou fingir que estava des­cendo os degraus, em vez de estar escutando a conversa.

— Tudo bem, sr. Herrera.

Alfonso sorriu, e Any teve a distinta impressão de que ele sabia que ela estivera bisbilhotando.

—   Pode trazer duas xícaras de café? — ele pediu.

—   Claro.

Alfonso e Laura entraram na sala de estar, e a porta fechou-se. Quando Any levou para lá uma bandeja com duas xícaras de café, encontrou Lau­ra deitada num dos sofás de couro, sem os sapatos.

Alfonso estava sentado na frente da lareira, com um copo de conhaque na mão, dizendo algo que fazia Laura rir. Any percebeu que havia grande intimidade entre eles.

— Obrigado — Alfonso agradeceu, levantando-se da poltrona e tomando a bandeja das mãos de
Anahí. — Laura Houston, conheça a babá de Patty, Anahi Portillo. Não sei o que faria esta tarde, sem ela.

—   É mesmo? — Laura observou Any de cima a baixo. — Você não parece uma babá.

—   Não? Como devem ser as babás? — Any indagou e ficou surpresa com o tom ríspido de sua voz.

—   Bem... — Laura movimentou a cabeça nega­tivamente. — Tem razão, foi uma grande besteira o que eu disse. É que você é muito bonita.

Any sorriu.

— Obrigada — agradeceu. — Você também é.

Olhou para Alfonso e sentiu-se desconcertada ao ver um brilho diferente nos olhos pretos.

— Laura é minha empresária — ele falou.

De repente, Any percebeu quem era aquela morena. Laura Houston, empresária da maior parte dos escritores de sucesso, uma mulher po­derosa no meio editorial.

—  Está fazendo com que eu pareça uma chata, querido! — protestou Laura. — Também nos divertimos, não?

—  Às vezes, jantamos juntos — Alfonso declarou pacientemente, como se já estivesse acostumado com aquele ar sedutor de Laura.

"Deve estar acostumado a ser cortejado por mui­tas mulheres", Any pensou, recordando que co­metera aquele mesmo "pecado".

Laura pegou uma xícara de café.

— Bem, como estou forçada a ficar em minha casa por alguns dias, decidi dar uma festa — falou.
— Será amanhã à noite, às oito.

Any caminhou vagarosamente na direção da porta para que pudesse ouvir a resposta de Alfonso.

—  Não posso ir — ele disse com firmeza. — Primeiro, porque não gosto de festas, segundo por­que não posso deixar Patty.

—  Você precisa se distrair! E agora Patty tem uma babá que poderá cuidar bem cuidar dela.

—  Não quero deixá-la, mesmo assim. Patty é mui­to preciosa para mim. Por favor, tente entender.

Any olhou-o por sobre o ombro, com a mão na maçaneta. Tinha gostado daquela atitude dele. Alfonso fitou-a.

— Boa noite — ela se despediu, sorrindo e sen­tindo o coração bater violentamente no peito.