Fanfic: Adorável Mentirosa - AyA

— Como ousa entrar em meu quarto assim? — questionou, virando-se.

Alfonso estava encostado no batente da porta.

— Este não é seu quarto — respondeu com tranqüilidade. — Seu quarto é aquele ali.

Apontou para a porta de ligação.

— Bem, ainda assim não tem o direito de entrar aqui a esta hora da noite — Any insistiu.

Suas faces queimavam de vergonha e indigna­ção sob o olhar intenso dele. Alfonso fitou as pernas bem torneadas, as curvas dos quadris e a cintura delgada. Any pressionou a criança nervosamen­te contra os seios.

—  E você não tem o direito de andar pela casa vestida dessa maneira — ele replicou.

—  Não estou andando pela casa, estou no quarto de Patty. Está me acusando de querer provocá-lo?

— É normal ficar no quarto de uma criança, quase nua? — Alfonso olhou as faces aveludadas
e os cabelos loiros sedosos. — Não me admira ter tido problemas com antigos patrões.

— Nunca tive problemas com nenhum patrão — Any retrucou.

Alfonso devia achar que ela estava querendo se­duzi-lo. Ela estava vestida daquela maneira por­que não tinha uma camisola, muito menos um penhoar. Mas o modo como ela estava vestida não importava. Ele não deveria estar ali.

—   Não é a impressão que tenho — ele repli­cou. — Entrar aqui, seminua, faz com que eu presuma...

—   Presume demais, sr. Herrera. Para sua infor­mação, esqueci de trazer minha camisola e meu penhoar, mas se eu soubesse que você entraria aqui no meio da noite, teria trazido uma arma­dura. Agora, se não se incomoda, gostaria que saísse para que eu possa atender Patty.

Por alguns momentos, Alfonso mostrou-se es­pantado, mas, para surpresa de Any, saiu do quarto. Patty tinha parado de chorar, mas res­mungava, mostrando-se agitada e descontente. Any colocou a mão numa das bochechas e surpreendeu-se ao sentir a temperatura elevada. Foi um enorme alívio quando Alfonso voltou.

—   Tome — ele falou. — Para o bem de nós dois, vista isto.

—   Obrigada.

Any não fez menção de pegar o robe. Seu em­baraço e sua inquietação misturavam-se com an­siedade pela criança.

— Estou preocupada com Patty — declarou. — Parece que está ardendo em febre.

Alfonso aproximou-se e pousou a mão na testa da criança.

—   Ela está fervendo — comentou.

—   O que é?

—   Não sei, mas temos de descobrir, e logo. Dê-a para mim e vista o robe.

Any movimentou a cabeça afirmativamente, então hesitou ao perceber que deixaria seu corpo exposto ao entregar Patty.

—   Fecho os olhos — Alfonso disse com aspereza, ao notar seu olhar consternado.

—   Obrigada.

Any pegou o robe e entregou-lhe o bebê. Alfonso, de olhos fechados, virou-se, e ela vestiu o dis­creto e enorme robe. Era óbvio que aquela roupa era dele, e, como que para confirmar, ela sentiu o perfume de uma colônia masculina.