Fanfic: Adorável Mentirosa - AyA

—   Entendo... Tudo bem, telefone esta noite — ele concordou, colocando o fone no gancho e vol­tando a sentar-se à mesa com um amplo sorriso nos lábios. — Angel saiu do estado de coma.

—   Graças a Deus! — Any exclamou, então inclinou-se na direção de Patty. — Ouviu? Sua mamãe está melhorando. Ela virá para casa em breve.

Patty sorriu e mexeu braços e pernas como se houvesse entendido cada palavra. Any estava aliviada e feliz.

—   Quer dizer que logo teremos a srta. Boyer em casa? — perguntou.

—   Daqui a alguns dias. Os médicos estão es­perançosos quanto a uma total recuperação, pois os sinais vitais estão ótimos.

—   Você deve estar muito aliviado...

—    Estou. Só queria poder vê-la. — Alfonso passou a mão nos cabelos e. bufou, frustrado. — Se não fosse por essa greve no aeroporto, eu voaria para lá agora mesmo.

Uma estranha emoção tomou conta de Any. Ela não compreendia aquele sentimento. Estava feliz pela recuperação de Angel, mas ao perceber o grande carinho que Alfonso tinha pela atriz, invejou-a.

Alfonso olhou para o relógio de pulso e levantou-se.

— Tenho que dar alguns telefonemas antes de irmos a Antibes — declarou.

De imediato, Any ficou nervosa. Não queria que ele a acompanhasse à cidade. Precisava de tempo para telefonar para Pedro e pegar seus pertences no hotel. Ir com Alfonso complicaria a situação.

—  Acha que podemos levar Patty? — indagou. — Na minha opinião, o calor, dentro do carro, deve estar insuportável, e não é necessário que você vá. Posso voltar daqui a...

—  Meu carro tem ar-condicionado, e tenho ne­gócios a tratar em Antibes.

Any percebeu que não adiantava discutir com Alfonso, quando ele tomava uma decisão, por isso apenas encolheu os ombros. Passou a pensar num meio de se perder dele em Antibes, pois se ele a visse entrando no hotel, ficaria desconfiado.

— Venha, querida — Alfonso disse com carinho, pegando Patty no colo. — Pode me fazer companhia, enquanto telefono para algumas pessoas. Beijou a menina na testa. Any observou-os sair, tentando ignorar as batidas rápidas e descontroladas de seu coração. Levantou-se da mesa e suspirou. Havia uma nuvem de complexas emo­ções pairando em seu coração. Ela nem se atrevia a entendê-las. Tudo o que sabia era que não devia deixá-las fugir de controle, ou não conseguiria sua matéria.

Colocou os utensílios usados no café da manhã na máquina de lavar louças. Depois, preparou uma mamadeira para Patty, caso ela sentisse fome enquanto estivessem fora.

Quando saiu da cozinha, o primeiro som que ouviu foi a risada da menininha. Curiosa, seguiu na direção do escritório de Alfonso.

Encontrou a porta aberta e entrou vagarosa­mente. Ele estava sentado em sua cadeira, com Patty nos joelhos, balançando-a para cima e para baixo. A criança estava adorando aquela brinca­deira. Cada vez que Alfonso parava, ela balbuciava em tom de protesto, até que o balanço reiniciava e ela ria, deliciada.

Any notou como Alfonso segurava a criança cuidadosamente e o modo como ele sorria.

—   Parece que estão se divertindo — comentou, assim que ele notou sua presença.

—   Estamos — ele afirmou. — Entre.

Any desejou que ele não sorrisse daquela ma­neira, pois ela se sentia derreter.

—   Já fez seus telefonemas? — indagou, aproximando-se da mesa e tentando parecer indiferente.

—   Já.