Fanfic: Adorável Mentirosa - AyA

Aquela era uma péssima notícia. Alfonso passa­ria a ser perseguido por repórteres ansiosos para conseguirem todos os detalhes.

—  Há rumores de que ela irá para a Cote D`Azur, assim que puder viajar — Pedro informou. — Já descobriu o que Alfonso sente por ela? Acha que ele vai pedi-la em casamento?

—  Casamento? Acho que não.

—  Pelo amor de Deus, Anahi, acorde! E preciso descobrir isso. O homem teve uma filha com Angelique. É claro que deve acontecer um "final feliz". Des­cubra. Quero publicar a história antes dos outros jornais.

Any bufou e olhou para seu relógio mais uma vez.

—  Eu não gosto disso, Pedro. Me sinto desonesta.

—  Já descobriu algo interessante?

Any pensou em contar que Alfonso já fora ca­sado, mas, sem saber ao certo por quê, preferiu guardar segredo.

—     Estou procurando, estou procurando — respondeu.

—     Não me interessa o que tenha que fazer. Quero uma boa matéria.

Any bateu o fone no gancho. Pedro começava a perturbá-la. Ela já pensava em enfrentá-lo, protestando contra suas ameaças indiretas, nem que isso causasse sua demissão. Ah, se não amasse tanto ser repórter!

Pedro era um homem muito temperamental. A esposa vivia dizendo que ele seria capaz de ven­dê-la por uma boa reportagem. Any ria cada vez que ouvia aquilo, mas, ultimamente, começava a achar que a mulher não estava exagerando.

Olhando para o relógio pela terceira vez, pegou a mala e correu para o elevador. Já estava atra­sada. Ao sair do hotel, olhou para a esquina e ficou inquieta ao ver que o Mercedes já estava parado lá, porém foi um alívio ver que Alfonso não saíra do veículo. Se ele houvesse entrado na casa, ela teria sido descoberta.

—   Olá — ela cumprimentou com um amplo sor­riso, assim que Alfonso saiu do carro, sabendo per­feitamente que teria de dar uma boa explicação por estar caminhando pela rua com a mala.

—   Onde esteve?

—   Você não estava aqui, quando saí, então re­solvi dar uma volta no quarteirão para comprar algumas coisinhas.

—   Comprar o quê?

Alfonso pegou a mala e colocou-a no porta-malas do carro. Any devia ter dito que não era pro­blema dele, mas talvez não fosse boa idéia.

— Artigos pessoais — respondeu.

Por um momento, achou que Alfonso perguntaria que artigos eram aqueles. Ficou tensa, pensando no que iria dizer, mas ele apenas passou por ela e abriu a porta do passageiro.

— Vamos — Alfonso comandou. Any ficou calada na maior parte do caminho e volta para a casa, refletindo sobre a conversa que tivera com Pedro. Torcia para que ele não andasse um fotógrafo, pois a presença de mais alguém naquela casa dificultaria sua permanên­cia ali.

Perguntou-se por que não contara ao chefe sobre a viuvez de Alfonso. Não sabia ao certo por quê, mas tinha muito mais a ver com o sentimento estranho que vinha experimentando, do que com uma deliberada omissão.

Alfonso murmurou algumas palavras, chamando a atenção de Any.

— Anahi teremos companhia — ele infor­mou com rispidez.

Any olhou para a frente. Não deveria ficar chocada com a quantidade de repórteres que se encontrava na frente da casa de Alfonso, mas ficou. Câmeras logo viraram-se na direção deles. Pedro estava com a razão, quando dissera que todos já sabiam que Patty estava com Alfonso.

Ele parecia impaciente ao dirigir seu carro lentamente através da multidão. Os repórteres rodeavam o veículo, todos fazendo as mesmas perguntas.

— É verdade que você e Angelique pretendem se casar em breve? Você é o pai de Patty?

Alfonso nem se dava ao trabalho de olhá-los, apenas continuava dirigindo o Mercedes. Any estava petrificada no banco do passageiro, com receio de que alguém a reconhecesse. Tentou evi­tar que a filmassem ou fotografassem.